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Gênesis é o livro dos começos

LIVRO DE GÊNESIS

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INTRODUÇÃO:

Gênesis é o livro dos começos. Recorda não somente o começo do Céu e da Terra, mas da vida vegetal, animal e humana,' e também de todas as instituições e relações humanas; em figura, fala do novo nascimento: a nova criação, depois de um estado de caos e ruína.
Com o Gênesis, começa também a progressiva auto-revelação de Deus, que se completa em Cristo. No Gênesis encontramos os três principais nomes da divindade: Elohim, Jeová e Adonai, e também os seus cinco mais importantes nomes compostos:

1) Jeová-jireh (O Senhor provê);

2) Jeová-nissi (O Senhor é minha bandeira);

3) Jeová-shalom (O Senhor é paz);

4) Jeová-tsidkenu (O Senhor é nossa justiça);

5) Jeová-ghammah (O Senhor está ali) e tudo isso de uma certa ordem que não alterada sem haver confusão.
 

O problema do pecado na vida humana, e a sua relação com Deus, se encontram no Gênesis na sua essência. Dos oito grandes pactos que se referem à vida humana e à redenção divina, quatro deles, o Edênico, o Adâmico, o Noéico e o Abraâmico, estão neste livro; e estes são os fundamentais, aos quais os outros quatro: o Mosáico, o Palestiniano, o Davídico e o Novo Pacto, estão relacionados maiormente como desenvolvimentos.

O Gênesis entra profundamente na estrutura do Novo Testamento, em que é citado mais de sessenta vezes, em 17 livros. Em sentido profundo, por isso, as raízes de toda a revelação subseqüente estão lançadas em Gênesis, e quem quiser compreender a revelação divina precisa começar aqui.

A inspiração do Gênesis e seu caráter como revelação são autenticados, tanto pelo testemunho da história como pelo de Cristo (Mt 19.4-6; 24.37-39; Mc 10.4-9; LC 11.49-51; 17.26-29, 32; Jo 1.51; 7.2123; 8.44,56).

"O Gênesis tem cinco divisões principais:

(1) Criação (1.1 - 2.25).

(2) Queda e Redenção (3.1 - 4.7).

(3) As diversas descendências: Caim e Abel ao Dilúvio (4.8 - 7.24).

(4) O Dilúvio a Babel (8.1 - 11.9).

(5) A chamada de Abraão até a morte de José (11.10 - 50.26)". (Scofield).
 

ANALISE DO GÊNESIS


1. História primitiva (caps. 1 a 11.9)

1.1 Da Criação à Queda (caps. 1 a 3).

1.1.1 A Criação, e a semana de trabalho divino (caps. 1.1 a 2.3).

1.1.2  O Jardim, e a prova do homem (caps. 2.4 - 25)

1.1.3 A Serpente, e a queda de Adão e Eva (cap. 3).

1.2 Da Queda ao Dilúvio (caps. 4 a 8.14).

1.2. 1 Caim e Abel e as suas ofertas (cap. 4.1-16).

1.2.2 As genealogias de Caim e Sete (caps. 4.17 a 5.32).

1.2.3 A grande apostasia, e o juízo divino (caps. 6 a 8.14).

1.3 Do Dilúvio a Babel (caps. 8.15 a 11.9).

1.3.1 O novo mundo, e os novos concertos (caps. 8.15 a 9).

1.3.2 A posteridade doe três filhos de Noé (cap. 10).

1.3.3 A confederação e confusão da BabiIônia (cap. 11.1-9).

2. História patriarcal (caps. 11.10 a 50).

 2.1 A História de Abraão (caps. 11.10 a 25.18).
 2.2 A história de Isaque (caps. 21 a 36).
 2.3 A história de Jacó (caps. 25.19 a 50).
 2.4 A história de José (caps. 30.2'2 a 50).
Scroggie
 

 

A MENSAGEM DO GÊNESIS
 

"1. Devemos estudar este livro primeiro historicamente, marcando com cuidado as suas maiores e  menores divisões, e os detalhes da história que desenvolve.

O livro se apresenta em 12 seções; a partir da segunda, essas seções começam com as palavras: 'Estas são as gerações de'. Essas onze são as seguintes: 'as gerações':

1) dos céus e da terra (2.4 a cap. 4);

2) de Adão (5 a 6.8);

3) de Noé (6.9 a 9.29);

4) dos filhos de Noé (9.1 a 11.9);

5) de Sem (11.10-26);

6) de Terra (11.27 a 25.11);

7) de Ismael (25.12-17);

8) de Isaque (25.19 a cap. 35);

9) de Esaú (36.1-8);

10) dos filhos de Esaú (36.9-43), e

11) de Jacó (37. 2 a 50.26).
 

    "A história é, maiormente, cronológica; mas deve ser observado que o capítulo 11.1-9 precede em tempo ao capitulo 10, e recorda as razões da dispersão.
    "Esta história do Gênesis não é geral, mas específica. Contém pouco do que desejaríamos saber. Esta é a história, não por amor da historicidade, mas como o veículo de uma revelação divina. por isso que mais de 2000 anos ficam comprimidos dentro dos primeiros onze capítulos do livro,. enquanto trinta e nove capítulos são dedicados à história de 300 anos. A ênfase divina não é sobre o que é material, mas moral.

    "2. Então o Gênesis deve ser estudado profeticamente. É o livro manancial de toda a profecia. A primeira e fundamental profecia está no capítulo 3.15; e nesse único versículo toda a revelação divina está compreendida em resumo. Podemos estudar as profecias referentes à Terra (8.22); aos filhos de Noé (9,35-37); a Abraão (12.1-3; caps. 15,17, 18); a Ismael (17.20); a Isaque (18); a Esaú e Jacó (25.23); a Efraim e Manassés (cap. 48), e aos doze filhos de Jacó (cap. 49).

    Estas, e outras profecias são maravilhosas em si mesmas, e surpreendentes no seu cumprimento, Nenhuma pessoa razoável pode duvidar do fato e da realidade da profecia bíblica se estudar a história de Israel à luz das predições do Gênesis.

 

  "3. Além disso, o livro deve ser estudado com relação às Dispensações. Isto é, os métodos pelos quais Deus agiu para com os homens em diferentes épocas e sob diferentes circunstâncias devem ser cuidadosamente notados. Há quatro dispensações no Gênesis:

1) o período da Inocência, durante o qual Deus fez prova do homem;

2) o da Consciência, quando Ele suportou o homem;

3) o do Governo humano, durante o qual Ele refreou o homem, e

4) o da Promessa, no qual Ele agiu em favor do homem. Outras dispensações seguirão estas no restante da Escritura, e devem ser estudadas mais tarde.
 

"4. Faria muita falta se não estudássemos o Gênesis tipicamente, porque está cheio de tipos. O motivo de perceber um sentido típico está claro (veja-se Gn 5.7 e 1 co 10.6, 11, etc.), e tal estudo traz grande galardão. Entre os tipos mais evidentes do Gênesis, podem-se nomear os seguintes:

"A criação e reconstrução da terra (1.1 a 2.3), que tipificam a história do homem, criado perfeito; arruinado; e restaurado. O primeiro Adão é tipo de Jesus Cristo, o último Adão (cap. 2 e Rm 5.12-21).

    O sacrifício de 3.21, tipo do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Abel e Sete, tipos da morte e ressurreição de nosso Senhor (cap. 5 e Hb 12.24). Enoque, tipo da Igreja arrebatada, antes do Dilúvio, que é tipo do dia da tribulação de Jacó (caps. 5 a 8.14). Noé, tipo de Cristo. Os oito salvos na arca são tipo do Restante de Israel que será salvo através da "tribulação. Caim e Abel, tipos das duas naturezas. Ismael e Isaque, tipos das dispensações da Lei, e Graça. Abraão e Ló, tipos dos dois princípios da vida: fé e Dista,

A Arca, tipo do meio de salvação e libertação na hora do juízo que virá sobre a Terra. José, o mais perfeito tipo de Cristo que temos na Bíblia. Estes, e muitos outros podem ser verificados. Não devemos entretanto dogmatizar sobre o estudo aqui traçado, nem descobrir fantasias, mas o olho espiritual perceberá muito do que fica oculto ao racionalista.
 

"5 Finalmente, devemos, por certo, descobrir os valores espirituais do livro. Por exemplo, a revelação de Deus, o desenvolvimento da graça divina, o progresso do pecado, os vários concertos, a demonstração de fé, as orações do livro, as duas descendências: a presença, poder e propósito de Satanás; as visões e sonhos, as manifestações de Jeová, o ministério de anjos, e muitos outros temas.

 Notemos no Gênesis os três grandes períodos da vida de Abraão - o despertamento, a disciplina, e o aperfeiçoamento; os quatro períodos na vida de Jacó: Suplantador, Servo, Santo e Vidente. O livro é rico de sugestões espirituais, e cada página dará ao paciente investigador tesouros sem preço" (Scroggie).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  1

A criação do mundo. "No princípio criou Deus... " A palavra Deus está no plural, e o verbo no singular (no hebraico há três números: singular, dual e plural); assim, a natureza de Deus é revelada nas primeiras palavras do Gênesis: uma Trindade, porém um só Deus. Em outros lugares aprendemos que foi o Filho que criou todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2). Foi o Pai que propôs, e o Filho que agiu pela energia do Espírito. As três pessoas da Trindade são reveladas na obra da criação (Jo 5.17, 18).
 

A terra já criada (v. 1) chegou a ser "sem forma e vazia" (v.2), mas não fora criada assim (Is 45.18).

Há uma semelhança entre a criação do mundo material e a "nova criação" da alma regenerada:

a) inocência (w. 1 e 27;

b) ruína (v. 2a);

c) restauração (v.2b);

d) iluminação (vv.3-5);

e) separação (vv.6-8);

f) libertação (vv.9,-10);

g) fruto (vv. 11-13);

h) testemunho (vv. 14-19).
 

Notemos que a palavra "criou" se encontra apenas três vezes neste capítulo (vv. 1,21 ,27). Alguns têm achado uma diferença entre o que Deus "criou" e o que Ele "fez". Assim os mares foram feitos de águas já existentes (9,10). O Sol e a Lua foram feitos 'ou levados a aparecer através das espessas nuvens', no dia quarto, mas foram criados no dia primeiro.

É possível admitir um mui grande período de tempo entre o v. 1 e o v. 2 - um recurso mais aceitável do que entender que os "dias" da criação foram períodos de milhares de anos, - uma teoria que não combina com Êxodo 31.17. "Um ato de criação necessariamente será num tempo imediato e definido.

Isto é evidente no caso da criação do homem. Pela Palavra de Deus, ele foi criado à imagem de Deus; desde o seu começo era ele dotado de imagem e semelhança de Deus, uma semelhança vista na sua perfeição naquele que era Deus manifesto na carne, o Homem Perfeito. Esta semelhança consiste em ter vontade livre: poder de agir por si mesmo; de escolher entre o bem e o mal, e de possuir uma personalidade e uma responsabilidade moral" (Goodman).
 

O Dr. Scroggie diz: "A 'imagem' é a substância espiritual da alma, e não pode ser perdida, A 'semelhança' é o caráter moral separável da substância, e foi perdida na Queda; assim os filhos de Adão nasceram na sua semelhança e não na de Deus (5.3). Imagem e semelhança não são para entender material e sim moralmente".
 

O luzeiro maior (v. 16) é um tipo de Cristo, o "Sol da Justiça" (Ml 4.2). Ele tomará este caráter na sua segunda vinda. Moralmente, o mundo está agora no estado entre Gênesis 1.3 e 1.16; At 26.18; Ef 6.12; 1 Pe 2.9): o sol não se vê, mas a luz existe. Cristo é essa luz (Jo 1.4,5,9), mas "resplandece nas trevas" sendo compreendido somente pela fé.

Como o "Sol da Justiça" Ele anulará todas as trevas. Sob o ponto de vista.da dispensação, a Igreja está no lugar do "luzeiro menor", a lua, que reflete a luz do Sol quando este não é visível. As estrelas (1,16) representam crentes individualmente que são "luzeiros" (Fp 2.15, 16) (Scofield).

-Um tipo é uma ilustração divinamente proposta de alguma verdade. Pode ser:

(1) uma pessoa (Rm 5. 1-14);

(2) um acontecimento (I co 10.11);

(3) uma coisa (Hb 10.20);

(4) uma instituição (Hb 9.11);

(5) uma cerimônia (1 co 5.7).

Os tipos se encontram mais freqüentemente no Pentateuco, mas podem ser achados em outras partes da Bíblia. O antítipo ou cumprimento do tipo se encontra geralmente no N.T. (Scofield).
 

"Seres viventes" (V B.) ou "Alma vivente" (AL.) nos versículos 20,21,24, etc. é, no hebraico, "nephesh ". Esta palavra traz o sentido de vida e consciência diferentes da vida das plantas, que têm vida inconsciente. Neste sentido os animais também têm "alma".
 

A criação do homem (v. 26). O homem foi criado, e não evoluído de algum ser inferior durante muitos milênios. Isto é expressamente declarado aqui, e a declaração é confirmada por Cristo (Mt 19.4; Mc 10.6). "Existe um vasto espaço, uma divergência, praticamente infinita" (Huxley) "entre o homem mais baixo e a besta mais alta".

"A besta não tem traço algum de consciência de Deus: não tem uma natureza religiosa. As investigações científicas nada têm feito para desfazer essa divergência" (Scofield).
 

Com o versículo 28 começa a "Primeira Dispensação". Uma dispensação (Ef 1.10) é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina. Sete de tais dispensações podem ser discernidas. A primeira foi a da Inocência: o homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples, e advertido das conseqüências da desobediência.

A mulher caiu pelo orgulho, o homem, deliberadamente (1 Tm 2.14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a dispensação da inocência terminou com o julgamento e expulsão (Gn 3.24). As outras dispensações são: da Consciência (Gn 3.23); do Governo humano (Gn 8.20); da promessa (Gn 12.1); da Lei (Ex 19.9); da Graça (Jo 1.17); do Reino (Ef 1.10) (Scofield).
 

Nesse versículo 28, temos também a primeira das oito grandes Alianças da Bíblia, a Edênica, que determina a vida e a salvação do homem. Esta aliança tem seis elementos. O homem e a mulher no Éden haviam de:
1) Encher a terra de uma nova ordem - a humana.
2) Subjugar a terra para o proveito humano.
3) Ter domínio sobre a criação animal.
4) Comer ervas e frutas.
5) Zelar o jardim.
6) Abster-se de comer da árvore da ciência do bem e mal.

A Penalidade pela desobediência desta última ordenação era a morte.
 

As outras alianças são:

a Adâmica, (3.15);

a com Noé (9.1);

a com Abraão (15.18)

a com Moisés (Ex 19.25);

a da Palestina (Dt 30.3);

a com Davi (2 Sm .16);

a Nova Aliança (Hb 8.8) (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  2

Deus descansa. Podemos notar com cuidado o versículo 3: "Abençoou Deus o dia sétimo e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que fizera como Criador", e ver a sua aplicabilidade a um dia com manhã a tarde (tarde e manhã, segundo a contagem dos israelitas, visto que com eles o dia começava às 18 horas do nosso tempo).
 

Se o descrente não pode admitir que o universo tenha sido feito por um só Deus todo-poderoso, cabe-lhe enunciar outra explicação para a origem. Encontrará apenas duas alternativas: que a criação foi obra de uma variedade de seres sobrenaturais, agindo em perfeito acordo; ou que se fez a si mesmo. Esta última hipótese pode ser resumida na frase: "Do nada, o Ninguém fez tudo"

Parece-nos mais razoável admitir, de acordo com o ensino da Bíblia, ser o universo a criação de um Deus infinito em poder, sabedoria e benevolência.
Ê muito natural que a nossa inteligência fique assombrada pelo estupendo milagre de Deus criar (ou 're" criar) o mundo "em seis dias" em tempos muito remotos e sem haver ninguém presente para relatar o processo da operação. Por isso podemos estudar outra operação do poder criador em ponto menor, presenciada por milhares de testemunhas e reportada por quatro diferentes escritores, um pelo menos testemunha ocular:

A multiplicação de cinco pães e dois peixes em alimentação para mais de cinco mil pessoas é um milagre de criação instantânea, igualmente incompreensível à nossa inteligência. O descrente deve cancelar com provas o milagre recente, antes de afirmar que não existe um Ser no universo capaz de fazer o milagre remoto.
 

A alusão à criação do homem no primeiro capitulo é geral, referindo-se à raça humana; no segundo, fala mais particularmente da formação de Adão "do pó da terra" (v.7), e da Eva duma das costelas (lados) de Adão (v.21). É inútil tentar adivinhar como Adão foi formado do pó e Eva tirada "dos lados" dele, embora tenha havido muitas engenhosas explicações oferecidas por vários escritores eruditos, [alguns têm achado no profundo sono de Adão, que resultou em ele adquirir uma noiva, um tipo da morte de Cristo, pela qual Ele obteve por companheira a sua Igreja.]

É, neste capítulo que podemos ver o homem num estado de inocência, num jardim de delícias, com serviços e deveres leves (v. 15) sob o imediato governo e direção do Criador. Do capítulo três em diante, o homem é um ser decaído, e sua mais sublime aspiração não é mais a inocência, mas a santidade.
Notemos, de passagem, algumas expressões interessantes neste capítulo: 0 "exército" da terra e céus é, já se vê, sem qualquer alusão militar, mas apenas no sentido de multidão, imensidade, variedade. Várias vezes na Bíblia Deus é referido como o Senhor dos exércitos, sem qualquer significação militar, mas por ser Ele quem dispõe de uma multidão de seres às suas ordens.
 

Vemos que Deus "santificou" o sétimo dia, não qualquer sentido de o purificar de pecado, mas no de pôr à parte, distinguir, especializar o dia.
Outras alusões bíblicas à criação são as seguintes:

Deus fez os céus (1Cr 16.26; Jó 26.13; Sl 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27).

Deus fez a terra (Jó 38.4; Pv 8.28; Is 48.28; At 17.24; Rm 1.20; Cl 1.16,17; Hb 1.2; 11.3).

Deus fez os céus e a terra (Ex 20.11; 31,17; Ne 9.6; Sl 102.75; 115.15; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Pv 3.19; IS 37.16; 42.5; 44,24; 45.18; 51.13,16;
Jr 10.12; 32.17; 51.15; zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pe 3.5; Ap 4.11; 10.6; 14.7)

Em seis dias (Ex 20.11; 31.17).

Fez por sua Palavra (SI 33.9; 148.5; Hb 11.3; 2 Pe 3.5).

"Deus-Jeová" .(v.4). O sentido primário do nome Jeová é "o que existe por si". Literalmente (como em Ex 3.14): "Aquele que é quem é" por isso, "0 eterno Eu sou".

E significativo que o primeiro aparecimento do nome Jeová na Escritura segue a criação do homem. Foi Deus (Elohim) que disse "façamos o homem à nossa imagem " (1.26); mas quando o homem, como no segundo capítulo, vai encher a cena, é o Senhor Deus (Jeová Elohim) que age. Isto claramente indica uma especial relação da divindade, no seu caráter jeóvico, para com o homem: e toda a Escritura confirma isto.

Jeová é evidentemente o nome redentor da divindade. Quando entrou o pecado no mundo, e a redenção tomou-se necessária, foi Jeová Elohim quem procurou os pecaminosos (Gn 3.9-13) e os vestiu de peles (3.21), um lindo tipo de uma justiça fornecida por Deus, mediante o sacrifício (Rm 3.21 ,22). A primeira distinta revelação de Deus pelo seu nome Jeová foi com relação à redenção do Egito, do povo escolhido (Ex 3.13-17) (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  3

Tentação e queda. Até o fim do capítulo 2 tudo que temos contemplado é "muito bom", mas agora a cena muda e o mal aparece. O Tentador, com o aspecto de uma serpente, tenta a mulher, e ela cai no pecado da desobediência, acompanhando-a Adão.

Sobre a serpente, lemos no "Christian Armoury": "É afirmado por Matthew Pool e outros eminentes comentadores que o artigo definido em Gênesis 3.1 é enfático, e por isso se refere a uma serpente especial. É no hebraico, 'hennachash:' esta serpente, ou essa serpente, significando que não era uma serpente qualquer, mas um réptil influído ou personificado por Satanás.

"Se a serpente era simplesmente influenciada peio Maligno ou se era uma positiva materialização dele, não sabemos; não resta dúvida, porém, que Satanás foi a causa original da tentação (Ap 12.9 e 20.2). Ao menos é evidente que a serpente foi possuída por Satanás e que chegou a ser identificada com ele, e o que Satanás falou por ela, se diz que a serpente falou".
 

A tentação começa com uma dúvida sobre o que Deus dissera: ' E assim que Deus disse?" E Eva na sua resposta não tem o cuidado de citar as palavras de Deus corretamente. Acrescenta "nem nele tocareis" e muda o sentido, pondo "no meio" do jardim uma das árvores, quando ali Deus pusera outra (2.9). Devemos ter imenso cuidado em não torcer a Palavra de Deus quando a citamos.

E assim, desobedecendo, pecaram, e trocaram sua inocência por uma consciência acusadora, sua ignorância por um conhecimento do bem que tinham desprezado e do mal que não podiam remediar. Tinham agora seus olhos abertos para descobrir o que teria sido mais feliz ignorar; e, impelidos por um sentimento de vergonha, trabalharam (inutilmente) para cobrir a sua nudez.
Notemos que Adão e Eva podiam estar tranqüilos com os aventais de folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe, mas em vindo o Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados.

Deus, porém, lhes fez "túnicas de peles", e assim ensinou, por uma figura, a necessidade da morte de uma vítima inocente para que o pecador pudesse ficar coberto e justificado perante Deus. "Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados'?.' e em folhas de figueira não há sangue derramado.

Notemos no pecado. de Eva:

a) a concupiscência da carne: "boa para se comer",

b) a concupiscência dos olhos: "agradável aos olhos", e

c) a soberba da vida: "desejável para dar entendimento". As primeiras consequências do pecado foram a vergonha, uma consciência acusadora, o receio, a morte espiritual, pois "por um homem entrou o pecado no mundo, e a morte, pelo pecado" (Rm 5.12).

Mais uma coisa nos  interessa neste capítulo: que foi Deus quem procurou o pecador; não o pecador a Deus. E essa atividade divina resultou na chamada, na descoberta, na interrogação, na confissão, na sentença, na justificação (as túnicas de peles), e na disciplina: foram expulsos do Éden.

Sobre a sentença contra a serpente, R. Winterbotham oferece uma interessante explicação:

"Importantes dificuldades aparecem nos (versículos. 14.15:)

"1) Dificuldade científica. A serpente hoje não apresenta nenhum sinal de degradação: sua estrutura é tão admiravelmente adaptada ao seu lugar na natureza como a do leão ou a da águia. Nem podemos dizer que ela come pó: sua comida consiste dos pequenos animais que são suas presas.

"2) Dificuldade moral Por que foi punida a serpente por uma coisa que não fez? Será que Deus puniu a astúcia do Diabo sobre seu inconsciente instrumento?

"A resposta é que estas duas dificuldades neutralizam-se. Se o moralista nos diz que Deus não podia ter resolvido punir a serpente por uma coisa que ela não fez, o homem de ciência nos assegura que Ele não fez isso. O verdadeiro peso da sentença recai sobre o verdadeiro ofensor, o Diabo, enquanto a mera forma da referida sentença foi acomodada à evidente estrutura e natureza da serpente.

 

"Mas se foi o Tentador que pecou, por que Deus não o sentenciou como tentador?

"Resposta: Porque no V.T. há uma notável reserva referente à personalidade de Satanás. A razão disto é evidente: os homens não podiam suportar o inimigo espiritual até a vinda do seu Libertador. Se percebermos que não foi da vontade de Deus nesse tempo revelar a existência do Maligno, podemos compreender por que Ele permitiu-lhe manter o aspecto da serpente".

A Aliança Adâmica determina a vida do homem decaído, marcando condições que prevalecerão até a época do Reino, quando "a própria criatura será libertada do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rm 8.21). São os seguintes os elementos da Aliança Adâmica:

A serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoada.

A primeira promessa de um Redentor (v. 15).

3) A condição da mulher, mudada (v. 16) em três sentidos:

a) conceição multiplicada;

b) maternidade ligada com sofrimento;

c) sujeição ao homem (comparar com 1.26,27).

 

A entrada do pecado, que significa desordem, torna necessário o governo, que compete ao homem (1 co 11.7-9; Ef 5.22-25; 1 Tm 2.11-14).

4) A terra amaldiçoada por causa do homem (v. 17). É melhor para um homem caído lutar com uma terra difícil, do que viver sem trabalho.

5) O inevitável cansaço da vida (v. 17).
 

O leve trabalho do Éden (2. 15), mudado para serviço laborioso (vv. 18,19).

A morte física (v. 19; Rm 5.12-21), para a morte espiritual, veja-se Gênesis 2.17 e Efésios 2.5 (Scofield).

A Segunda Dispensação: da Consciência (v, 22). Pela sua desobediência, Q homem chegou a ter um conhecimento pessoal e experimental do bem e do mal - do bem como a obediência, e do mal como a desobediência à conhecida vontade de Deus. Mediante esse conhecimento, a sua consciência acordou. Expelido do Éden, e posto sob a segunda Aliança, a Adâmica, o homem era responsável para fazer todo o bem que conhecia, abster-se de todo o conhecido mal, e aproximar-se de Deus mediante o sacrifício. O resultado desta segunda prova do homem é declarado em Gênesis 6,5, e a dispensação terminou com o julgamento do Dilúvio (Scofield).
Proposta emenda de tradução de 3.16: "À mulher disse: Um laço tem aumentado a tua tristeza e o teu gemido. Em tristeza darás à luz filhos. Virar-te-ás ao teu marido, e ele te dominará'
O dr. K. Bushnell tem investigado cuidadosamente o sentido verdadeiro deste versículo e afirma que a tradução supra está de acordo com a versão Septuaginta, a Pesita, a Samaritana, a Velha Latina, a Cóptica e muitas outras. A palavra "conceição" não está no original hebraico.
Proposta emenda de tradução do v. 22: "o homem, que tem estado como nós, tem chegado a conhecer o bem mediante o mal" (R. 99).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  4

Para entendermos a significação das duas ofertas, uma aceita por Deus e a outra reprovada, podemos subentender que Caim e Abel ouviram muitas vezes contar a história do primeiro pecado e do primeiro sacrifício: a morte do animal cuja pele forneceu as túnicas para Adão e Eva. Tinham ouvido que as folhas da figueira costuradas em aventais - embora representassem esforço, trabalho, imaginação para nada serviam, porque nelas não havia derramamento de sangue. E Caim, que trouxe o fruto da sua lavoura, devia ter compreendido que isso não seria uma oferta que Deus pudesse aceitar:

A narrativa é bem resumida: "e falou Caim com o seu irmão Abel" e em seguida o matou. Ficamos imaginando se porventura teriam tido uma longa discussão; se Abel mostrou-se paciente e cordato, ou se, peio contrário, brigaram. Era a primeira contenda entre irmãos, e desde então quantas têm havido, resultando em ódios, separações e mortes!

Vemos em Hebreus 11.4 que a oferta "mais excelente" de Abel foi feita peia fé: pelos atributos que ele via em Deus. De 1 João 3.12 aprendemos que havia bastante diferença na conduta e caráter dos dois irmão e isto, talvez, durante anos. 0 versículo 7 pode ser traduzido: "E se não fizeres bem, uma oferta pelo pecado jaz à porta". Caim também se podia ter valido de um cordeiro como oferta.

Caim faz uma pergunta a Deus no versículo 9. Como é que a responderíamos, se ela nos fosse feita.

Alguns problemas aparecem neste capitulo: de quem teve Caim medo quando disse "será que todo aquele que me achar me matará"?

Depreendemos do capítulo 4.25 que o assassínio de Abel teve lugar um pouco antes do nascimento de Sete, isto é, uns 130 anos depois da criação do homem. Por isso não devemos pensar que Caim e Abel fossem os únicos filhos de Adão e Eva. Lemos que Adão "gerou filhos e filhas" (5.4) e esses naturalmente tiveram descendência; por isso, quando Abel morreu, provavelmente havia muito mais gente no mundo do que se pensa.

"E pôs o Senhor um sinal em Caim" (4.15). A tradução de Almeida não é tão correta como a V.B.: "Deu Jeová um sinal a Caim ". Não havemos de entender que ele fosse marcado, e sim que Deus, de algum modo, assinalou-lhe a proteção divina.

Uma pergunta bem freqüente é esta: .Com quem casou Caim?" A resposta deve ser, por suposto, .com uma das suas irmãs". Casamentos entre parentes foram proibidos uns 2500 anos mais tarde (Lv 18.6), mas sabemos que tais uniões, ilícitas para os israelitas, eram praticadas por outros povos (Lv 18.24).

A palavra "gênesis" quer dizer começos, e nestes quatro capítulos temos visto o começo do universo, do mundo, do trabalho, do pecado, da família, das cidades, da música, da metalurgia.

Propostas emendas de tradução (v. 7): "Uma oferta pelo pecado jaz à porta". (V. 15): Isso não; pois qualquer que matar a Caim. (R. 104). ou: quem matar a Caim será castigado. Ele (Caim) ficará por sete gerações (A. 63).

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  5

Este é o livro das gerações de Adão (v. 1). Devemos notar não somente os nomes incluídos na lista, mas os nomes omitidos. Nada se fala de Caim, porque ele "saiu de diante da face do Senhor" (4,16), e assim saiu da história do povo de Deus. Abel não é mencionado, provavelmente porque não deixou posteridade. Nenhuma mulher é nomeada, embora leiamos que Adão "gerou filhos e filhas" - quantos não sabemos.

Dois nomes prendem a nossa atenção: Enoque, um homem de fé (Hb 11.5,6) e Metusalá, o mais idoso de todos. Deste diz o dr. Goodman: "Seu nome significa 'Quando ele for removido, virá'. O Dilúvio veio realmente logo depois de sua morte.

A sua longevidade aparece como um sinal da misericórdia divina, dando aos homens tempo de se arrependerem. O seguinte quadro comparativo mostra que ele faleceu no ano do Dilúvio:

Metusalá, no nascimento de Lameque tinha 187 anos. Lameque, no nascimento de Noé tinha 182 anos. O Dilúvio veio quando Noé tinha 600 anos.
Assim vemos que o Dilúvio veio quando Metusa. Já tinha 969 anos, e nesse mesmo ano ele morreu.

No caso de Enoque, há muitas coisas que podem recompensar 'um longo estudo. Podemos, por exemplo, estudar seu andar, sua fé (Hb 11.5,6); sua profecia (Jd 14) e sua trasladação.

Em Gênesis 524 lemos apenas que Deus para si o tomou "; um dos casos mais extraordinários relatado com grande economia de palavras. Quando algo semelhante se deu com Elias (2 RS 2.1-11), foi contado com pormenores. Os dois incidentes fazem-nos pensar na ascensão do Senhor Jesus Cristo (At 1.9).

É interessante notar que Metusalá foi contemporâneo de Adão por uns 240 anos, e o seu filho Lameque devia ter conhecido Adão por mais de 50 anos.

Não podemos ser muito positivos sobre qualquer interpretação da idade dos patriarcas, devido às diferenças nos antigos manuscritos. As traduções para o português são todas feitas dos manuscritos hebraicos, dos quais não existem exemplares mui antigos. O manuscrito hebraico mais antigo leva a data de 8,30 a.C.

Os manuscritos samaritanos (somente o Pentateuco) apresentam o texto hebraico em letras samaritanas. Datam provavelmente do quinto século antes de Cristo.

A Versão Grega do V. T. , chamada "dos Setenta" (ou LXX), foi feita durante os séculos terceiro e segundo antes de Cristo. Todas as versões diferem nas idades em Gênesis 5 e 11. Os expositores mais eruditos acham que as genealogias na versão dos LXX são de mais confiança do que as dos outros manuscritos. Ao menos aquela admite haver um "segundo Cainã", filho de Arpachade, em Gênesis 11; isso concorda com Lucas 3.36.

Quem deseja investigar o assunto pode estudar "Heptadic Structure of Scripture" por R. Mc Cormack.

Enoque, "trasladado para não ver a morte" (Hb 11.5) antes do julgamento do Dilúvio, é um tipo dos santos que hão de ser trasladados antes dos julgamentos apocalípticos (1 Ts 4.13-17). Noé, deixado sobre a terra, mas conservado durante o julgamento do Dilúvio, é um tipo do povo judaico, que será conservado através dos julgamentos apocalípticos (Jr 30.5-9; Ap 12.13-15) e levado, como um povo terrestre, para uma nova terra e um novo céu (Is 65.17-19; 66.20-22; Ap 21.1) (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  6 a 8

O Dilúvio. Em tempos mais remotos alguns pensavam que "os filhos de Deus" em Gênesis 6.2 eram anjos caídos, mas nenhum comentador moderno de confiança adota essa idéia, exceto o dr. Bullinger. Lemos em Mateus 22.30 que "na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu A expressão "tomaram para si mulheres " é usada no V. T. somente com referência ao casamento legítimo; nunca às relações sexuais ilícitas.

É claro que havia nesse tempo duas raças distintas: a descendência de Sete e a de Caim. Os expositores modernos concordam que "os filhos de Deus" foram a descendência de Sete, e "as filhas dos homens" a descendência de Caim.

Se aceitarmos esta interpretação, a lição do incidente será que um jugo desigual com os descrentes pode resultar em maior corrupção e num castigo divino. Logo em seguida, lemos da maldade humana multiplicada, até não haver mais remédio, e seguiu se um dilúvio destruidor.

A interpretação do dr. Bullinger, apesar de não ser geralmente aceita pelos expositores, porque acarreta problemas físicos incompreensíveis para nós contudo merece ser estudada. Diz ele:

"O titulo filhos de Deus é ligado precisamente com a Igreja de Deus, pois, segundo o uso de Paulo, é o título particular dos que são uma nova criação em Cristo Jesus. Isto vemos em todas as epístolas às igrejas, especialmente em Romanos 8.

"Porém não devemos transportar este uso para o Velho Testamento e interpretar no mesmo sentido a expressão 'filhos de Deus' que encontramos ali oito vezes, em Gênesis 6.2,5; Jó 38.7; Salmo 29.1; 89.6; e Daniel 3.25.

"Em todos estes textos a expressão 'filhos de Deus' significa anjos.

"A explicação destes dois usos distintos da frase ( com um sentido no V, T. e outro no N.T) com referência a diferentes classes de seres, é a seguinte: que um 'filho de Deus' se refere a um ser que existe por um ato criador de Deus; produzido por Ele em vez de ser produzido pelo homem.

" Os anjos são chamados 'filhos de Deus' porque são uma criação separada distinta de todas as outras. O primeiro Adão podia ser chamado um 'filho de Deus' no mesmo sentido (Lc 3.38), porque Deus o criou. Mas os descendentes de Adão não eram precisamente criação de Deus, porque Adão, 'criado... na semelhança de Deus' (Gn 5.1), gerou um filho à sua semelhança

(3). Assim que, por sermos filhos do primeiro Adão, somos 'filhos dos homens' e não podemos ser chamados filhos de Deus por geração natural.
'Quando, porém, somos 'feitura dele' criados em Cristo Jesus (Ef 2.10) e 'nova criação' em Cristo (2 co 5.17), então, nele, podemos ser chamados 'filhos de Deus". Então somos seus filhos pelo ato de regeneração espiritual, porque Ele tem criado em nós uma nova natureza, e nos tem dado um espírito de adoção, pelo qual clamamos 'Abba', isto é, 'meu Pai' (Rm 8.15; Gl 4.6).

"Este uso por Paulo da expressão 'filhos de Deus', é, por isso, inteiramente distinto do que encontramos no V. T. Se isso tivesse sido discernido, e a presente dispensação não tivesse sido atribuída ao passado, ninguém teria pensado que a expressão 'filhos de Deus' em Gênesis 6. 2,4 pudesse ser empregada em referência aos 'filhos de Sete!' (J. 144)".

Mais adiante, no mesmo livro, numa exposição detalhada de 1 Pedro 3.19, o dr. Bullinger diz o seguinte em referência a Gênesis 6.2:
"O propósito de Satanás era frustrar o conselho de Deus predito em Gênesis 3.15." E resume:

"Pelo fato de não ter conhecimento da descendência pela qual 'a semente da mulher' (Cristo) havia de vir ao mundo, sua primeira tentativa foi de corromper e destruir toda a raça humana. Isto ele quis fazer conforme a referência de Gênesis 6 e Judas 6. 'Os filhos de Deus' eram anjos; 'os anjos que pecaram'.

Todos os seres que são a imediata criação de Deus são chamados seus filhos. Adão era um filho de Deus (Gn 5.1; Lc 3.38). Nós não o somos. Por geração natural somos filhos de Adão, gerados na sua semelhança (Gn 6.3). A nova natureza em nós faz-nos 'filhos de Deus' porque isso é a nova criação de Deus (Rm 8.14-17; 2 Co 5.17, Ef 2.18). Pela mesma razão, os anjos também são chamados 'filhos de Deus' porque são a imediata criação de Deus. No V, T. , a frase sempre tem este sentido. Em Gênesis 6 não podem ser da semente de Sete como geralmente se ensina, porque são contrastados com 'as filhas dos homens', o que demonstra serem de uma natureza diferente.

"Sabemos por Gênesis 6 que este grande propósito satânico quase teve êxito, pois toda a terra estava corrompida é cheia de violência (Gn 6. 11,12).
"Toda a raça, exceto a família de Noé, era contaminada com essa geração chamada 'Nefilim'. Noé era 'tamim', isto é, sem mancha, como a palavra traduzida 'perfeito' no versículo 9 significa. Era preciso destruir todos pelo Dilúvio, mas os anjos que pecaram são 'reservados em cadeias' (1 Pe 3.19; 2 Pe 2.4 Jd 6) para serem julgados num dia ainda futuro".

O leitor pode agora escolher entre as duas interpretações. Pode notar que o dr. Bullinger não cita Mateus 22.30 nem considera o fato de Gênesis 6.2 referir-se a casamentos legítimos,
Notemos que, antes de haver um dilúvio, havia a pregação da justiça (2 Pe 2.5), a provisão de um meio de salvação, a arca, a paciência divina, esperando 120 anos antes de mandar o castigo e o fechamento da porta da arca, quando não havia mais esperança de os iníquos valerem-se do refúgio. A história da Arca é resumida em Hebreus 11.7.

Gênesis 6.6 apresenta alguns problemas de ordem moral quê têm preocupado o pensamento de muitos e que não podem ser facilmente resolvidos. Linguagem humana aplicada a um ser divino pode ser inadequada para expressar toda a verdade. O versículo ao menos ensina que Deus não é indiferente para com as ações humanas.

Aprendemos do capítulo 6 que o homem decaído, longe de evoluir para um estado cada vez melhor, degenera-se, até Deus resolver destruí-lo da face da terra. Sua degeneração é marcada por inclinação carnal e sensual (Mt 24.38), uma completa depravação (6.5) e impenitência obstinada (1 Pe 3, 20).
Quanto ao versículo 6,  0 dr. Goodman cita Carlos Simeon:

"Não havemos de supor que Deus não previu o que ia acontecer, porque presciência é essencial à perfeição da sua natureza. Nem havemos de supor Gênesis que a sua felicidade foi realmente interrompida por aquilo que viu nas suas criaturas, pois Ele é imutável na sua felicidade como na sua natureza.

A linguagem do texto acomoda-se à nossa débil compreensão: é como se fala dos homens quando estão desapontados nas suas expectações e esforços. Quer dar a entender que Deus não fica como expectador indiferente para com as ações humanas".

A história da salvação de Noé na arca é resumida em Hebreus 11.7 assim: "Pela fé Noé, divinamente avisado a respeito das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, construiu uma arca para a salvação da sua casa, pela qual condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé".

O meio de salvação, a arca, era uma simples e clara figura de Cristo: passando pelas águas da morte, saiu a salvo numa criação - um mundo além do juízo. Os refugiados na arca escaparam da sorte dos ímpios. Assim Cristo nos salva pela sua morte e ressurreição, se somos achados nele (Fp 3.9); "não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1), e "se alguém está em Cristo é uma nova criação" (2 co 5.17).
Notemos como Noé, movido pelo temor, construiu a arca: não esperou para ver o começo do juízo antes de a construir. Alguns pensam que jamais tinha chovido antes (2.5,6). Contudo, Noé obedeceu e agiu, construindo a arca.

O resultado foi salvar a família e condenar o mundo, que não fez caso do meio da salvação.
O incidente do Dilúvio é, sem dúvida, o exemplo clássico de juízo divino e, por isso, deve ser aceito como o tipo e ensino do Espírito Santo sobre o assunto.
Lemos que juízo é uma obra estranha de Deus (Is 28.21), ou seja, é diferente da obra em que Ele tem prazer: a misericórdia. O juízo tem cinco aspectos:

1) É para a glória de Deus.

2) É para a instrução das nações (Is 26.9).

3) É purificador (Gn 15.16 e LV 18.25).

4) É, conseqüentemente, uma libertação do mal.

5) É profético (Lc 17.26,27) (Goodman).
 

Tradução alternativa (6.1): "E aconteceu que, como Adão começasse a multiplicar-se sobre a face da terra e lhe nascessem filhas... então disse o Senhor: o meu fôlego não ficará sempre em Adão, porque ele também é carne, porém seus dias serão mais 120 anos (J. 374).

Citamos o seguinte de  "A Bíblia e a pesquisa moderna" por dr. Rendeu Short:

"Se fosse razoável interpretar a Bíblia no sentido de ensinar que todo o mundo, como agora o conhecemos, incluindo a América do Sul. a Antártica, etc. ficasse submergido de uma vez, e que cada uma das 790.000 espécies de animais fosse representada na arca, que tinha apegas 180 metros de comprimento, a dificuldade seria deveras formidável. É esse precisamente o tipo de dificuldade que alguns críticos gostam de levantar contra a Bíblia. Mas é um ultraje ao uso das palavras argumentar assim.

As palavras da Bíblia, como em qualquer outro livro, são empregadas no sentido que levaram na ocasião de escrever, e não no sentido que vieram a ter hoje. Foi o mundo então conhecido que ficou submergido, e os animais então conhecidos foram conservados em vida. Quando Lucas diz que todo o mundo havia de ser recenseado (2.1), evidentemente não inclui a América do Sul. Nem, quando se nos diz que 'todos os reis da terra procuravam ver o rosto de Salomão (2 Cr 9.23),  não é para incluir o Japão e a Austrália. Gênesis 7.19 diz que 'todos os montes que havia debaixo céu foram cobertos'.

Entre os ouvintes de Pedro no Dia de Pentecoste havia homens 'de todas as nações debaixo do céu' (At 2.5), e em cada caso é evidente que o sentido é 'o mundo então conhecido'. Se o monte de Ararate onde a arca descansou é o mesmo Ararate de hoje, é caso problemático"

No v. 4 notemos que o "sétimo mês" é o sétimo ano; não do Dilúvio (T). Noé esteve na arca um ano inteiro, ou 365 dias, pois entrou no dia 17 do segundo mês, quando tinha 600 anos, e continuou até a dia 27 do segundo mês no ano seguinte (T).

A Terceira Dispensação começa em 8.20. É a do Governo Humano. Sob a consciência, como sob a inocência, o homem fracassou inteiramente, e o julgamento do Dilúvio marca o fim da segunda dispensação e o começo da terceira. A declaração da aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova. Sua feição distintiva é a instituição, pela primeira vez, do governo humano o governo do homem pelo homem. A função mais alta do governo é tomar a vida .humana (9.6). Todos os poderes inferiores governamentais estão incluídos nisto. Segue-se que a terceira dispensação é essencialmente a do governo humano. O homem é responsável para governar o mundo de acordo com a vontade de Deus. Essa responsabilidade pesou sobre toda a raça: judeu e gentio, até que o fracasso de Israel sob a Aliança Palestiniana (Dt caps. 28 a 30.1-10) resultou no julgamento dos cativeiros, quando começaram "os tempos dos gentios".

(Lc 21.24), e o domínio do mundo passou definitivamente para as mãos dos gentios (Dn 2.36-45; LC 21.24; At 15.14-17). Que Israel, como os gentios, tem governado para si e não para Deus é tristemente evidente. o julgamento da confusão de línguas terminou a prova das raças; a dos cativeiros, a de Israel; enquanto a prova dos gentios terminará com o ferimento da imagem descrita em Daniel 2.34 e o julgamento das nações com o que se vê em Mateus 25.31-46 (Scofield).

Proposta emenda de tradução (6.9): "Noé era varão justo e reto em seus tempos. Noé andava com Deus entre o povo" (J. 375).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  9 a 10

Noé e seus descendentes. Este trecho contém alguns pontos que prendem a nossa atenção: a bênção e promessa de Deus e o pacto que fez com Noé e com "toda a alma vivente" (9.16).

O arco-íris (9.12-17). Alguns pensam que antes do Dilúvio nunca houve chuva (Gn 2.6) e por isso o aparecimento do arco-íris depois da chuva havia de ser bem notável. Quando Ezequiel viu em visão o trono de Deus, viu que tinha "a aparência do arco que se vê na nuvem no dia de chuva" (1.28).

Lemos neste capítulo acerca da embriaguez de Noé (9.21) que nos faz ver que até um homem ricamente abençoado por Deus pode ser vencido por pecados carnais. De passagem notamos o procedimento correto de Sem e Jafé, que, em tempos tão remotos, tiveram um sentimento moral tão desenvolvido como o dos mais ilustrados de hoje. Notemos também como a maldição caiu sobre Canaã, o filho mais moço de Cão, e não sobre Cão mesmo, e que desde então os cananitas foram adversários do povo de Deus até que chegou a ser necessário enxotá-los da terra '(Js 17.18).

Se a Bíblia não tivesse recordado a embriaguez de Noé, o adultério de Davi, e a mentira de Pedro, poderíamos imaginar que os homens piedosos dos tempos antigos eram bem diferentes de nós mesmos, que temos tido os nossos próprios lapsos da senda da retidão; com esta diferença, porém, os lapsos deles ficaram recordados para aviso das gerações futuras, e os nossos ficam ocultos.

De certos netos de Noé vieram vários povos bíblicos: de Lude os lídios; de Assur os assírios; de Elam os elamitas; de Madai os midianitas; de Javã, os jônios; de Tiras os tracianos (T).

A Aliança com Noé (9.1-17). As bases são:

1) Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a Aliança adâmica (8.21).

2) Confirmação da ordem na natureza (8.22).

3) Estabelecimento do governo humano (Gn 9.16).

4) Garantia de que a terra não sofreria outro dilúvio (Gn 8.21; 9.11).

5) Declaração de que procederia de Cão uma posteridade inferior e servil (Gn 9.24,25).

6) Declaração profética de que haveria uma relação especial entre Jeová e Sem (Gn 9.26,27). (De fato, a revelação divina tem vindo mediante a raça semítica; e Cristo, segundo a sua natureza humana, procede de Sem).

7) Declaração profética de que de Jafé procederiam as raças "dilatadas" (Gn 9.27). Governos, ciências, artes, têm provindo, geralmente, de gente vinda de Jafé; assim a história tem confirmado o exato cumprimento dessas declarações (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  11

A torre de Babel. Neste capitulo do Gênesis ("começos") encontramos o começo da confederação e do engrandecimento humano. E Deus desaprovou essa confederação: impediu o projeto de fazer uma alta torre e "um nome", confundiu as línguas e espalhou os povos sobre a face da terra. Ê interessante confrontar com este começo o desenvolvimento de confederações humanas de hoje, e a multiplicidade de nomes partidários.

A descendência de Sem. Vemos que a posteridade abençoada por Deus nem sempre seguiu pela linha do primogênito. Arpachade era o terceiro filho de Sem (10.22) e não o primogênito.

No capítulo 5 vemos que a média da idade para o nascimento de um filho era acima de cem anos. No capítulo 11, era de 349 anos. E em todo o livro de Gênesis as idades dos patriarcas vão quase sempre diminuindo,
Porventura seria lícito entender que os anos eram, no princípio, mais curtos do que depois? Somente assim poderemos compreender o caso de um homem esperar uns cem anos antes de nascer-lhe um filho.
Proposta emenda de tradução (11.6): "porventura não haverá retribuição para tudo o que eles intentarem fazer? "
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  12

A chamada de Abrão, e as promessas que Deus lhe fez. Neste capítulo podemos estudar:

a) A escolha divina. Deus escolheu Abrão, e isto importa conhecimento, aprovação, confiança, preparação para o fim destinado.

b) O plano de (mediante o escolhido de Deus) abençoar muitos povos.

c) A chamada divina - uma chamada positiva, individual, imperativa.

d) A proteção divina - "amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.

e) A revelação divina - "apareceu o Senhor a Abrão".

f) A promessa divina - "à tua descendência darei esta terra.

A chamada é descrita em Atos 7.2,3, e a resposta em Hebreus 11.8.

Abrão desce ao Egito (v. 10). Isto nos parece um desvio da senda da fé, pois ai Abrão perde a sua confiança na proteção de Deus e pretende valer-se de um subterfúgio para evitar o ciúme do rei da terra. .Contudo, Deus o protegeu sem que de esperasse. Notemos sete coisas neste desvio de Abrão:

a) Agiu sem consultar a Deus (v. 10)

b) Escolheu seu destino, confiando na própria inteligência (v. 10)

c) Valeu-se da duplicidade para conseguir seu propósito (v. 13)

d) Perdeu de vista a perspectiva e o plano da sua vida (vv. 2,12)

e) Sua astúcia parecia alcançar bom êxito (VV. 14,15).

f) Achou-se mais tarde enlaçado na trama que ele mesmo fizera (v. 18).

g) Foi censurado por um rei pagão, e mandado para sua própria terra (vv, 18-20).

 

A Quarta Dispensação (Gn 12.1 a Ex 19.8): a da promessa. É evidente que para Abrão e seus descendentes a aliança de Deus com ele fez uma grande diferença. Vieram a ser herdeiros da promessa. A aliança de graça por não ter condições. Os descendentes de Abrão teriam apenas de ficar na sua terra para herdar a bênção. No Egito perderam as bênçãos, mas não a aliança. A Dispensação da Promessa terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei (Ex 19.8). A Graça tinha fornecido um Libertador (Moisés), um sacrifício para o culpado, e, por divino poder, libertado Israel da escravidão (Ex 19.4), mas no Sinai trocaram a graça pela Lei. A Dispensação da Promessa se estende de Gn 12.1 a Ex 19.8, e era exclusivamente para os israelitas. Importa distinguir entre dispensação e aliança, A dispensação é um modo de experimentar o estado espiritual do povo; a aliança é eterna, porque é incondicional. A lei não anulou a aliança abraâmica (Gl 3.15-18), mas era uma medida disciplinária "até que viesse a posteridade a quem fora dada a promessa" (Gl 3.19-29; 4.17). A dispensação somente, como meio de provar a Israel, terminou com a aceitação da Lei (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  13

 

Separação para Deus. Agora Abrão volta do Egito e vira o rosto para a terra prometida. Notemos as três coisas que caracterizam sua vida de peregrino: a tenda, o altar, e o poço. Não lemos nada de um altar no Egito.

Mas as riquezas que ele e Ló tinham acumulado no Egito vêm a ser motivo de contenda na terra: resultam numa separação.

Abrão, confiante na proteção divina, pode deixar a escolha de destino a Ló, e este escolhe segundo as aparências (v. 10) não, porém, após fervorosa oração.

O crente, quando precisa escolher um ponto de morada, deve pensar, não somente na fertilidade dos terrenos, mas também na piedade dos vizinhos. Porventura haverá uma casa de oração bem perto?

Notemos que "a senda da fé é a senda da separação". Abrão nunca foi plenamente abençoado enquanto não se separou de Ló (v. 14). Em cada ponto onde Abrão demora vemos a tenda e o altar (v. 18).

Gênesis 11 e 12 marcam uma importante linha divisória nas relações de Deus para com os homens. Até aqui a história tem sido a de toda a raça adâmica. Não tem havido nem judeu nem gentio: todos têm sido um no primeiro Adão. Doravante, no relato bíblico, a humanidade é considerada como um vasto rio, do qual Deus, na chamada de Abrão ê na formação de Israel, tem separado um pequeno córrego, para por ele, afinal, purificar o mesmo grande rio. Israel foi chamado divinamente para testificar a unidade de Deus no meio da prevalecente idolatria universal (Dt 6.4, Is 43.10-12), para ilustrar a bem aventurança de servir o verdadeiro Deus (Dt 33.26-29): para receber e preservar as divinas revelações (Dt 4.5-8; Rm 3.1-2), e dar ao mundo o Messias (Gn 3.15, 12.3; 28.13,14; 49.10; 2 sm 7.16,17; IS 11.1-5; Mt 1.1).

O leitor da Bíblia deve ter sempre na memória:

1) Que no Velho Testamento as Escrituras têm em vista principalmente Israel, o pequeno córrego, e não o .grande rio dos gentios, embora vez após vez o último propósito divino transpareça (Gn 12.3; Is 2.2-4, etc).

2) Que a raça humana, doravante chamada gentia em contraste com Israel, continua sob as alianças com Adão e Noé, e que para essa raça (fora de Israel) continuam as dispensações da consciência e do governo humano. A história moral do grande mundo gentílico conta-se em Rm 1.'21-32, e sua responsabilidade moral em Rm 2.1-16.

A consciência nunca justifica: ela ou "acusa" ou "desculpa". Onde a Lei é conhecida pelos gentios, vem a ser para eles, como para Israel, uma ministração de morte, um meio de "maldição" 3.19,20; 7.9-10; 2 co 3.7; Gl 3.10).

Uma responsabilidade inteiramente nova surge quando o judeu ou o gentio conhece o Evangelho (Jo 3.18, 19,36; 15.22-24; 16.9; 1 Jo 5.9-12) (Scofield).


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  14

Esta é a primeira vez que lemos de "reis" na Bíblia, e uma palavra mais adequada na linguagem de hoje seria "chefes". No Brasil, o chefe de uma cidade, como a de Sodoma (v. 17), é chamado "prefeito".

Nesta contenda entre chefes rivais, vemos Ló envolvido, visto que era morador de Sodoma. Abrão, morando à parte, foi quem salvou a situação, dependendo da ajuda divina (v. 20).

Dois reis o encontram na sua volta: o de Sodoma, e Melquisedeque. Tudo quanto sabemos de Melquisedeque está neste capitulo, no Salmo 110 e em Hebreus capítulos 5,6 e 7. Ele é também o primeiro sacerdote mencionado na Bíblia: um sacerdote real, e por isso uma figura do Senhor Jesus Cristo. Também aqui pela primeira vez lemos sobre "o Deus altíssimo".

Depois da divina bênção pronunciada por Melquisedeque, vem a tentação material, por parte do rei de Sodoma: Há um ditado que "cada homem tem o seu preço" mas um homem de Deus como Abrão não pode ser comprado, nem quer receber favores de um rei mundano.

"É na volta de Abrão 'da matança dos reis' que a misteriosa figura de Melquisedeque aparece. Ele vem ter com Abrão, traz-lhe pão e vinho, e o abençoa: e Abrão dá-lhe o dízimo de tudo. Tanto se fala deste incidente no N. T. que devemos estudá-lo. mos notar os seguintes pontos:

1) Por ser ele o primeiro sacerdote mencionado na Bíblia, tem sido escolhido pelo Espírito Santo como um tipo de Cristo, um Sacerdote maior que Aarão.

2) Ele era rei e também sacerdote. Rei de Salém (da paz) e seu nome significa Rei da justiça (Zc 6.12,13; Hb 7.2).

3) Assim, no Salmo 110.4 está escrito de Cristo: 'Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque"

4) Não existe nenhuma menção do seu pai ou sua mãe, do seu nascimento ou morte; por isto:é tomado em Hebreus 7.3 como um tipo de Cristo: o sacerdote eterno. Para estudar o assunto mais completamente é preciso ler com cuidado Hebreus capítulos 5-7" (Goodman).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  15

Promessa de uma posteridade. Neste capítulo, pela primeira vez, a fé é mencionada, e lemos "creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isso por justiça' Este versículo é referido em Romanos 4.3 e Tiago 2,23. Abrão tinha então 85 anos, e nenhum filho.

Mas tinha a promessa de Deus, e creu nessa promessa. A sua fé é relatada em Romanos 4.18-22: "O qual, em esperança, creu contra a esperança [perspectiva] de que seria feito pai de muitas nações... e não enfraqueceu na fé... e não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, .. estando certíssimo de que o que Ele tinha prometido também era poderoso para o fazer". Pena é que no capítulo 16 a sua fé fraquejou bastante, e ele teve a idéia infeliz de conseguir o propósito de Deus mediante um plano carnal seu, que mais tarde teve conseqüências funestas (SI 83.5,6), por causa da descendência de Ismael, que sempre foi inimiga dos israelitas.

A promessa divina foi detalhada e explícita. Incluía a asseveração de Deus ser escudo e galardão. Prometida uma posteridade, e referia-se à escravidão de Israel no Egito (v. 13).

Sobre isto o dr. Bullinger dá uma importante emenda de tradução no versículo 13: "será peregrina em terra alheia [e será reduzida à escravidão e aflita] por quatrocentos anos". A peregrinação começou com a chamada de Abrão.

Explicou o motivo da demora no Egito (v, 16). Falou de toda a extensão das terras que Deus pretendia dar aos israelitas. Contudo nunca tomaram posse de tudo "desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates" (v. 18).

"A aliança com Abrão (começada em Gênesis 12.1-3 e confirmada em 13.14-17; 15.4-5,17, 18) tem sete partes distintas:

1) 'Farei de ti uma grande nação' (12.2) em um sentido natural e espiritual.

2) Abençoar-te-ei", em dois sentidos, materialmente (13.14, 15,17) e espiritualmente (15.6 e Jo 8.56).

3) 'Engrandecerei o teu nome'. Abrão torna-se um dos nomes universais.

4) 'Tu serás uma bênção' (Gl 3.13,17).

5) 'Abençoarei os que te abençoarem'.

6) 'Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. (Até hoje costuma ir mal a nação que persegue os judeus).

7) 'Por meio de ti serão benditas todas as famílias da terra'. Esta é a grande promessa evangélica, cumprida na descendência de Abrão, personificada em Cristo (Jo 8.56-58; Gl 3,16)" (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  16

Um recurso carnal. Ficamos surpreendidos ao ver que, pouco tempo depois, Abrão fraqueja na sua fé, e, persuadido pela esposa, lança mão de outro meio, sugerido pela sua desconfiança quanto a conseguir as promessas de Deus. Toma a serva egípcia da sua mulher, e por ela tem seu filho Ismael.

E a fé de Abrão vai ser provada durante mais treze anos quando não há sinal algum do cumprimento da promessa de Deus.
Proposta emenda de tradução (v. 13): "porque ela disse, tenho eu também aqui Disto aquele que me vê?' (R. 48)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  17

Muda-se o nome de Abrão. É a segunda vez que Jeová aparece a Abrão e fala com ele. A primeira foi em 12.7 terceira em 18.1. Esta vez Ele se revela como o "Deus todo-poderoso " (Ex 6.3) e repete ainda mais detalhadamente as suas promessas. Os séculos passados não têm visto a semente de Abraão em "perpétua possessão" da terra de Canaã, e pode parecer que a incredulidade de Israel tenha perdido o gozo da promessa. Em Gálatas 3.16-'29 0 apóstolo dá a entender que o pleno cumprimento de tudo depende de Cristo, a verdadeira "posteridade" de Abraão: "E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa' .

Neste capítulo (vv. 9 a 14) Deus estabelece o sinal da circuncisão para Abraão e sua posteridade, e este rito continua a ser até hoje o distintivo de todo israelita. Ê interessante notar que o escravo, comprado por dinheiro, havia de receber o mesmo rito (v. 1'2).

Mas não podemos dizer que o rito teve sempre a mesma significação. No caso de Abraão podia ser "o sinal da sua fé" (Rm 4.11), mas no de Ismael, com 13 anos, ou de Isaque, com 8 dias, não havia de ter a mesma significação. Não vamos pensar que Isaque fosse "muito crente" com 8 dias de idade!
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  18

Aqui a narrativa fica interrompida para relatar o incidente da destruição de Sodoma e de Gomorra e a salvação de Ló.
Sabemos por este capítulo que a aparência dos três visitantes celestiais que falaram com Abraão era de homens: "três varões", e dos três um era "o Senhor" (v. 1). Vemos esta mesma aparência humana em Josué 5.13 e Marcos 16.5, mas é somente este último versículo que acrescenta a aparência de mocidade. O leitor pode decidir se, porventura, isto lança qualquer luz sobre o fato de o homem ser criado "conforme a imagem e semelhança de Deus" (Gn 1.26). É bem possível que chegue à conclusão de que "não". A maioria dos estudiosos concorda em que a imagem e semelhança deviam ser entendidas moral e não materialmente.

Os visitantes começam com mais uma comunicação, referente ao nascimento de Isaque. Esta vez é Sara que ri, desconfiada, e depois nega que riu. Contudo, não havemos de pensar que ela era totalmente descrente, pois lemos em Hebreus 11.11: .

"Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz um filho já fora de idade". Notemos que Deus tinha predito o nome do filho que havia de nascer: "Isaque", ou "riso". Os dois tinham rido na sua incredulidade, mais tarde podiam rir da sua credulidade, recordando a pergunta: "Haverá coisa alguma difícil ao Senhor?" (v. 14). Nesta ocasião Abraão tinha 99 anos e Sara 89.

Nos versículos 17 a 21 parece que ouvimos Deus conversando com os dois anjos, e Abraão, de pé, um pouco afastado, ouvindo tudo. Os dois anjos havendo seguido para Sodoma, Abraão aproxima-se, e faz a sua célebre intercessão. Esta é a primeira e grande oração intercessória recordada na Bíblia. O dr. Scroggie analisa a oração intercessória de Abraão da seguinte maneira:

1) A base da oração é dupla: Primeiro, o reconhecimento de Deus e da liberdade que tinha para falar com Ele. Segundo, o Concerto de Deus (17.19). Abraão tinha sido chamado por Deus a interessar-,se com Ele nos seus propósitos, referentes ao mundo, e por isso sente liberdade em falar-lhe.

2) Características da oração de Abraão.

a) Discriminação (24,25) entre os justos e os ímpios, e interesse em todos os dois.

b) Confiança na justiça de Deus (vv.'23,25); a graça de Deus (v.24); o poder de Deus (v.25).

c) Precisão (vv .28-32). E lembremo-nos que petições em termos gerais não terão respostas precisas.

d) Importunidade. Seis vezes Abraão pede que Sodoma seja poupada e cada vez reforça seu pedido e) Humildade (v.'27). Ele jamais se esquece de que fala com Deus.
 

3) O êxito da oração de Abraão. Não obteve tudo que desejava, mas obteve tudo que Sodoma tornou possível. (Veja-se Jeremias 5.1.)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  19

Salvação de Ló e destruição de Sodoma. Notemos que os "varões" do capítulo 18.'2 são "anjos" em 19.1. Ló parece ser tão hospitaleiro como Abraão (v.2), mas os anjos não querem entrar na sua casa. Preferem passar a noite na rua. Poderemos imaginar Deus recusando entrar na casa de algum crente hoje? Quais os motivos? Afinal os anjos consentiram e entraram.

Ló parece ser o tipo do "meio-crente", convencido, mas não convertido. A vida de uma tal pessoa costuma ser uma contenda, uma inutilidade e talvez uma catástrofe. Seu testemunho aos genros ficou nulo (v. 14).

Sodoma figura o mundo e sua sensualidade.

Egito simboliza o mundo e sua comodidade (Ex 16.3)

Babilônia simboliza o mundo e sua grandeza (Js 7.21; Ap 18.10).

A história de Ló nos ensina que, embora o cristão mundano possa conseguir para si a salvação, pode, contudo, perder a sua família. Filhos e filhas, criados num meio devasso podem ser corrompidos. A mulher que olha saudosa para as vaidades do mundo, em pouco tempo não poderá mais trilhar a senda da salvação (v. 26).

Ló não agiu de acordo com o ensino de 2 Coríntios 6.17. Em Sodoma ele ganhou uma porção de tristezas:

1) "Ele foi "atribulado pela vida dissoluta dos vizinhos" (2 Pe 2.7)

2) Ele foi desprezado por aqueles a quem procurou conciliar (v.9) 3) Ele não pôde evitar a ruína da família 4) Ele chegou a ser semelhante aos crentes de 1 Co 3.15. A graça de Deus salvou Ló, e isso por força, contra a sua vontade (v. 16). Quão solene é o aviso de Apocalipse 18.4. "Sai dela povo meu! ... " (Goodman).

Notemos que Abraão, de manhã cedo, no dia imediato à notável entrevista com os anjos "foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor". Nós também podemos, de vez em quando, voltar ao ponto onde temos provado mais evidentemente a presença de Deus: talvez na casa de oração, na reunião da Santa Ceia.

E desse lugar solitário Abraão viu a fumaça de Sodoma incendiada, e compreendeu que nem sempre a intercessão de um homem piedoso pode salvar o iníquo de um merecido suplício.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  20

Abraão na terra dos filisteus. Mais uma vez lemos de um grave lapso na vida espiritual de Abraão. Saindo de Manre, onde vivera uns cinco anos, talvez, por motivo do escândalo causado pela família de Ló, ele se transfere para Gerar, na terra dos filisteus, e ali repete o mesmo subterfúgio que praticara no Egito, muitos anos antes. Fala de Sara como sua irmã, sem confessar que ela era sua esposa. É coisa bem triste quando o crente, por motivo de seu mau procedimento, chega a ser reprovado pelos descrentes.

Notemos neste capitulo que:

a) É possível descobrir que o descrente é mais consciencioso do que pensamos (v. 11).

b) Deus pode guardar qualquer um do pecado, uma vez que tenha uma consciência sensitiva (v. 6).

c) Quando o homem de Deus faz uso da astúcia mundana, o resultado só pode ser prejuízo.

d) Um simples erro pode tornar-se pecado mor. tal, se uma advertência não for atendida (v.7).

e) O crente, uma vez restaurado espiritualmente, poderá orar pelos seus semelhantes (v. 7).

f) Pode haver providências preventivas divinas.

g) É possível descobrirmos a piedade onde menos se espera. Evidentemente Abimeleque era um homem temente a Deus.

Precisamos acreditar que Sara, apesar dos seus noventa anos, era uma mulher bem-apessoada. Evidentemente havia nela qualquer coisa que cativou a simpatia do rei Abimeleque

Notemos que Deus falou com Abimeleque por sonhos, mas a Abraão, face a face.

Proposta emenda de tradução (v. 16): "eis que sua prata é para comprares um véu" (R. 67).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  21

Isaque nasce - Ismael é despedido. Afinal nasce Isaque, depois de muitos anos de fé alternada com incredulidade da parte dos pais. Em Gálatas 4, o apóstolo encontra um sentido simbólico em cada um dos dois filhos. Na alegoria que Paulo percebe na história de ambos, Hagar representa o monte Sinai e tudo que a Lei pode produzir, enquanto Isaque é o fruto da fé, e mostra o que Deus faz para o crente.

Vemos que Ismael, o filho "nascido segundo a carne" (Gl 4.29), persegue o filho da promessa, e é despedido, porque não pode herdar com este. Esses que não são das obras da Lei (Gl 3.10) não herdarão as promessas dadas a Abraão, mas sim aqueles que têm fé em Cristo (Gl 3.12-14). Uma religião carnal é sempre inimiga da religião espiritual.

Abraão e Abimeleque (vv. 22-34). Abimeleque era rei de Gerar (20.2), ao sul da Palestina. Abimeleque parece ter tido algum conhecimento de Deus (20.3,4), embora o temor de Deus não estivesse na sua terra (20.11); e ele aprendera que Abraão era profeta (20.7).

Evidentemente observou Abraão bem de perto, pois diz: "Deus é contigo em tudo o que fazes" (v.22), um testemunho excelente da vida e andar do patriarca. Isto é ainda mais notável porque Abimeleque já tivera ocasião de o repreender por ter mentido (20.9). Assim os dois chegam a um acordo sobre o negócio do poço, e fazem uma aliança (Goodman).
Proposta emenda de tradução (v. 16): "assentou-se sozinho, afastando-se" (R. 90).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  22

O altar sobre o monte. Este incidente é talvez o mais misterioso e sublime na história de Abraão. Somente após longos anos de preparo espiritual poderia Deus submetê-lo a tal provação da sua fé, com a certeza de que havia de sair triunfante. Era sem dúvida uma experiência penosa à vista do mundo cruel.

Mas o resultado final havia de ser um notável engrandecimento da vida espiritual de Abraão, e o conhecimento, mediante a sua própria experiência de verdades bem importantes. Notemos os seguintes pontos:

1) A certeza da palavra divina. Para agirmos em algum sentido contrário ao sentimento natural, ao procedimento comum, aquilo que nossas convicções e as dos vizinhos precisamos ter uma palavra de Deus mui positiva, que não admite dúvidas.

2) A falta de explicação. O mandado divino não trouxe consigo um "porquê", contudo havia um raio de luz nas palavras "a quem amas", revelando que Deus não estava esquecido da forte afeição natural de Abraão para com o filho.

3) A completa confiança de Abraão nos faz pensar nas palavras de Jó: "Ainda que me mate, nele esperarei" (Jó 13.15). A explicação dada em Hebreus 11.18 é que Abraão "considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar [a Isaque]"

4) O conhecimento de Deus, fruto de longos anos de experiência da divina proteção e bondade, progrediu até que, afinal, Abraão podia obedecer cegamente.

5) A submissão de Isaque à vontade do pai. Um belo tipo da obediência de Cristo até a morte.
A palavra profética de Abraão. Disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro". Também havia um sentido profético no nome que Abraão deu ao lugar: Jeová-jireh, "o Senhor proverá". João 8.56 permite-nos pensar que ele tinha alguma vaga previsão do "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".

6) A lição de substituição. O carneiro "travado pelas suas pontas num mato", veio a ser o substituto do moço; e quantos moços desde o tempo de Isaque têm dado graças a Deus por Ele ter "fornecido um substituto"!

7) A maneira maravilhosa como que Deus operou em Abraão, uma semelhança a si mesmo. Num dia futuro Deus havia de ceder seu Filho, em sacrifício pelo pecado. Mas então não haveria outro cordeiro para tomar o lugar dele: "Nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós" (Rm 8.32).

8) "A obediência de Abraão era agradável aos olhos de Deus, por isso o mandamento foi dado. A morte de Isaque não teria sido agradável a Deus, visto que o ato da matança foi impedido".

Proposta emenda de tradução (v.14): "No monte o Senhor proverá" .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  23 a 24

Quando Isaque tinha trinta anos, sua mãe faleceu. Foi um dia triste para Abraão. Ele tinha 137 anos, e tinham viajado juntos desde Ur, e visto Tera morrer em Harã, e viajado à Terra Santa, e mais tarde ao Egito. Tinham conversado juntos sobre a promessa de Deus, e cometido certos erros, como no caso de Hagar, sofrendo juntos as conseqüências. Tinham-se regozijado juntos com o nascimento de Isaque e acompanhado seu crescimento. E talvez esse mandado de o sacrificar tivesse ferido o coração de ambos. E agora Sara está morta e Abraão e Isaque choram.

Para sepultá-la, ele compra um campo por 400 siclos de prata. Esta é a primeira transação comercial, recordada na Bíblia, e os detalhes são muito interessantes.

Não devemos pensar que os filhos de Hete (v.5,6) ou Efrom (vv. 10,11) tinham em mente que Abraão obtivesse a propriedade sem pagar nada, mas agiram de acordo com os costumes do tempo, e Abraão bem compreendia (vv. 7, 12). Seu procedimento combina com a cortesia ensinada em 1 Pedro 3.8.

"É extraordinário pensar que a primeira propriedade de Abraão na Terra Prometida fosse um sepulcro emprestado". (Scroggie).

Diferenças têm sido notadas entre Gênesis 22.1? e 23; 50.13; Josué 24.32 e Atos 7.15, 16. Isto Scofield explica pela suposição de que, durante o intervalo 80 anos entre a compra por Abraão da sepultura (GE 23.4-20) e a compra por Jacó (Gn 33.19), os descendentes de Hamor (ou "Emor", At 7.15, 17) tinham, novamente tomado posse do terreno, Jacó, em vez de alegar o seu direito à antiga propriedade, comprou o terreno outra vez.
Abraão lembrou-se de que já era tempo de o filho contrair matrimônio. Ele marcou duas condições a noiva havia de ser da mesma parentela, e Isaque havia de sair da Terra Prometida em procura da esposa.

Felizmente Abraão tinha um empregado fiel e competente para tratar do negócio.

Abraão receava que Isaque se casasse com uma moça de Canaã, ou que voltasse para a terra donde tinha sido chamado. Ainda hoje, às vezes, os pais sabem melhor do que os próprios moços que tipo de casamento será bom para seus filhos. Entre os chineses são os pais que escolhem as noivas para seus filhos, e parece que todos acham essa maneira mais proveitosa.

Notemos, em relação ao empregado Eliézer (Gn 15.2), os seguintes pontos:

Era um homem de idade, e pessoa de confiança. É bem possível que Abraão não tivesse outro a quem pudesse confiar uma tarefa tão delicada.

Era homem prevenido. Levou consigo tudo que era necessário para o bom êxito da sua missão.

Era homem piedoso. Orou a Deus pelo serviço que havia de fazer.

Era homem cauteloso. Pediu um sinal, uma coisa que nem sempre é preciso, e que o Deus misericordioso às vezes fornece.

Era homem eloqüente quando precisava falar do seu senhor.

Era homem pontual, e não quis perder tempo (v.54).

Eliézer é o servo modelo: ele

1) não vai sem ser mandado (24.2-9).

2) Vai para onde o mandam (vv.4, 10).

3) Não se ocupa com outra coisa.

4) Ora, e dá graças (vv. 12,14,26,27)

5) É sábio para persuadir (vv. 17,18,21)

6) Fala, não de si, mas das riquezas do amo, e da herança do filho (22.34-36; At 1.8).

7) Apresenta o caso sem equivocação e requer uma decisão positiva (v.49) (Scofield).

Vamos agora considerar Rebeca:

Era uma virgem formosa (v. 16); trabalhadeira (v. 19); hospitaleira, corajosa, decidida (v.58); modesta (v.65).

Eliézer enfeita a noiva com as jóias da casa paterna, mesmo antes de ela aceitar a viagem. O Espírito Santo procura enfeitar a Igreja com as lindas regalias da casa do Pai, antes de ela chegar ali (v.53).

Isaque saiu a orar ("meditar" sobre o falecimento de sua mãe-J.199) no campo (v.63), talvez por falta do sossego necessário na tenda, e ali mesmo levanta os olhos e vê chegando os camelos bem conhecidos. Na oração solitária podemos ver coisas maravilhosas.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  25

Quetura e seus filhos. A vida de Abraão está cheia de surpresas. Contraiu outro matrimônio, e teve mais seis filhos - e, possivelmente, alguma filha também. Contudo, "deu tudo que tinha a Isaque (v.5). Então faleceu com 185 anos de idade.

Lemos que Isaque habitava junto ao povo Lahairói (16.14), que significa "aquele que vive e me vê".  Um bom posto para morada. Ali nascem Esaú e Jacó - uma resposta, mais abundantemente do que ele pensava, às suas orações.

A venda da primogenitura (27-34). Esaú representa o homem meramente natural (Hb 12.16, 17). Em alguns sentidos era um homem mais nobre do que Jacó, mas era destituído de fé, e desprezou a primogenitura porque era uma coisa espiritual, com valor somente onde havia fé.

A primogenitura tinha três elementos:

1) Até o estabelecimento do sacerdócio aarônico: o cabeça da família exercia direitos sacerdotais.

2) A família de Abraão tinha a promessa Edênica de "esmagar a cabeça da serpente" (Gn 3.15).3) Esaú, como primogênito, estava na linha direta da bênção (Gn 12.3). Segundo a revelação divina, as grandes promessas messiânicas poderiam ter sido realizadas em Esaú. Esta primogenitura,

3) Esaú vendeu por uma passageira gratificação carnal, Sem dúvida, a idéia de Jacó, quanto à primogenitura era, nessa ocasião, carnal e inadequada, mas seu desejo de a obter mostrou uma verdadeira fé (Scofield).

Proposta emenda de tradução (v. 32): estou sujeito a morrer" (R.49).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  26

Isaque em Gerar. Abimeleque talvez seja filho desse do capítulo 21. Diz "Treasury of Bible Knowledge(Tesouro do conhecimento da Bíblia)": "Ficol, tanto como Abimeleque (rei paterno), bem pode ser o nome de um ofício entre os filisteus, pois não é provável serem as mesmas pessoas referidas em Gênesis 21.22,32". Reaparece outra Vez uma desinteligência referente a um poço (21.25 e 26.18). Vemos que o filho fez questão de beber onde seu pai tinha bebido (2 Cr 34.3), e hoje, às vezes, dá-se a mesma coisa.

Isaque estava habitando em Gerar, no meio dos filisteus que eram inimigos do povo de Deus. Assim diz J.B.Stoney: "O Senhor tem de ensinar a Isaque o pouco proveito de lucro em Gerar. Pode ser enriquecido, e seu trigo render cem vezes mais (v. 12) até ele ser engrandecido (v. 13), mas qual a vantagem de tudo?

A posição de um peregrino lhe teria sido mais feliz, porque, nesse caso, teria podido comer seu pão em tranqüilidade e beber sua água em paz. Apesar da sua grandeza e riqueza, tais misericórdias lhe são negadas em Gerar. Isaque, por um processo lento e penoso, é instruído no sentido de que deve totalmente abandonar a terra dos filisteus". Assim, ele deixa Gerar e vem a Berseba, onde o Senhor lhe aparece novamente, com mais promessas de bênçãos.

Isaque responde renovando as três características de um peregrino: o altar, a tenda e o poço (Gn 26.25).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  27

Jacó engana seu pai. Agora, pela primeira vez, Rebeca aparece num caráter menos amável. Ensinar um filho a ser mentiroso é conduta péssima.

Vemos a mesma coisa hoje quando a mãe diz à criança que um pássaro vai sair da máquina fotográfica. Notemos as características do pecado de Jacó:

a) Era um pecado contra um pai cego e idoso.

b) Foi praticado num momento solenes quando o pai ia dar a sua última bênção.

c) Referia-se a um assunto sagrado. (Porventura a bênção de Deus se obtém mediante engano e fraude

d) Foi tudo planejado deliberadamente: não foi uma tentação repentina, aceita sem reflexão.

e) Começou com uma mentira positiva: "Eu sou Esaú teu primogênito"

f) Chegou a ser uma blasfêmia: "O Senhor teu Deus a mandou a meu encontro".

g) A mentira foi repetida solenemente (v.24).

h) Foi confirmada por um beijo (vv.26,27); o mesmo que Judas fez quando traiu seu Senhor.

i) Era um cruel roubo do seu irmão (vv.34).
 

De Esaú notamos que era uma pessoa profana (Hb 12.16,17), que fizera pouco caso da primogenitura (25.32). Vemos que:

1) Há perdas que não podem ser recuperadas e apetites que precisam ser controlados (25.30).

2) O arrependimento pode ser tardio. Esaú não achou lugar para o arrependimento. O que vemos nele é mais remorso do que arrependimento.

3) Ninguém precisa ficar sem alguma bênção divina, embora tenha perdido a bênção especial. Alguém pode perder a bênção da inocência, mas ainda assim pode adquirir a bênção da santidade.

Proposta emenda de tradução (v.39): "'a tua habitação será longe das gorduras da terra e longe do orvalho dos céus do alto" (R. 86).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  28

Visão e voto de Jacó. Em conseqüência das discórdias na família, Jacó é agora fugitivo, em demanda de um patrão é uma esposa.

Então, dormindo no caminho, tem o sonho da escada entre a Terra e o Céu, e de Deus falando com ele, fazendo novas e grandiosas promessas. Nesta visão Jacó aprende:

a) Que Deus está mais próximo do que ele pensava (v. 16).

b) Que a presença de Deus torna o lugar terrível (v. 17) ou melhor temível. O reconhecimento de estar na presença de Deus pode consolar o aflito, conservar o tentado, animar o desalentado, ensinar o ignorante, acalmar o agitado. Podemos nós indagar quanto conhecemos desta realização da presença de Deus: e que influência tem sobre nós?

c) Que o Céu está mais perto do que parece, É muito natural pensar no Céu como um lugar remoto, e, às vezes, necessitamos uma visão espiritual para vê-lo perto.

d) Que existe um caminho Jacó percebeu uma escada entre o Céu e a Terra. Nós pensamos em Cristo como sendo esse caminho para o Pai. Evidentemente, a escada tinha contato em baixo e em cima: com a Terra e com o Céu. Anima-nos lembrar que Jesus vivia em íntimo contato com os homens, ao mesmo tempo que se sentia repousado no Céu (Jo 3.13).

Que os anjos ministram entre o Céu e a Terra (Mt 18.10). Esta verdade é pouco explicada na Bíblia.

Que o mesmo Deus que protegera seus antepassados (os de Jacó) havia de ser seu recurso, guardando-o nas suas peregrinações, e, mais tarde (depois de 20 anos), iria trazê-lo à terra donde saíra.

O voto de Jacó foi baseado nas palavras que ouvira na visão. Parece-nos quase como linguagem de uma permuta, mas talvez Jacó não pensasse assim. No voto de Jacó vemo-lo resolvido a ser monoteísta, isto é, adorar somente a Jeová e não aos muitos ídolos dos pagãos em redor; a dedicar um determinado lugar a Deus - chamando esse lugar "de a "Casa de Oração"; a dedicar a Deus a décima parte das suas colheitas.

"Betel veio a ser, devido à visão de Jacó ali, um dos lugares significativos das Escrituras. Para o cristão significa uma realização (embora imperfeita) do conteúdo espiritual da fé, correspondendo à oração de Paulo em Efésios 1.17-23.

"No sentido dispensacional, o incidente fala de Israel lançado fora por causa do seu mau procedimento, mas retendo a promessa de restauração e bênção (Gn 28.15: Dt 30.1-10). Falando com um verdadeiro israelita , Cristo fala de a visão de Jacó ter seu cumprimento no Filho do homem" (Gn 28.1'2 e Jo 1.47-51) (Scofield)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  29 a 31

Jacó e Labão. Nestes três capítulos vemos as manobras de dois homens astuciosos, cada um disposto a enganar o outro, mas Labão começou primeiro.

"Acabada a semana desta; então te daremos também a outra" (29.27). "A festa nupcial pública parece ter sido o método regular de celebrar um casamento, e essa festa durava sete dias. Não teria sido conveniente interromper as solenidades, estando presentes todos os homens do lugar (v.22). É certo que Jacó não serviu mais sete anos antes de receber Raquel" (T).

Dr. Scroggie resume a vida de Jacó em quatro períodos, em que ele é Usurpador, Servo, Santo e Vidente. Nestes caracteres ele morou em Berseba, Harã, Hebrom e Egito e os capítulos que o apresentam são 25-28; 29.31; 32-45; 46-50. os capítulos 29 a 31 mostram-no no segundo destes quatro caracteres. Harã, onde o patriarca havia de passar vinte anos da sua vida (28.10; 31.41) significa "seco". Padã-Arã é o distrito e Harã a vila ou ponto da morada de Labão.

"Não há período mais perigoso na vida de um moço do que o tempo do amor. A triste e patética ruína de um casamento errado é evidente em todos os lados. Como é bom quando o matrimônio é 'no Senhor'. 'Casem-se... , contanto que seja no Senhor' (l co 7.36,39), é um conselho que é loucura desobedecer. 'No Senhor' quer dizer, não meramente que os crentes devem casar com outro crente, e sim que todo o enlace deve ser na vontade de Deus, ordenado e guiado por Ele.

Que foi assim no caso de Jacó é evidente pelos fatos seguintes: Jacó atendeu aos conselhos paternos (28.1,2,7), diferente de Esaú, que tomou mulheres das filhas de Canaã ('26.34,35). Deus sempre honra aqueles que honram seus pais.

Deus conduziu Jacó pelo caminho por onde poderia achar o amor sem nenhum sentimento de vergonha ou impropriedade.

O amor de Jacó era uma verdadeira devoção: serviu sete anos por amor a Raquel.

Seu amor tornou o serviço leve: pareciam-lhe poucos os dias. Por este amor natural podemos aprender a verdadeira devoção daqueles que conhecem o amor de Cristo. Como no caso de Jacó, o amor nos ensina a considerar-nos mortos para o pecado e vivos, não para nós mesmos, mas para aquele que por amor de nós morreu e ressuscitou" (Goodman).

"Jacó em Harã vem a ser uma notável ilustração, senão um tipo da própria nação que descendeu dele, na sua longa dispersão. Como essa nação, ele estava:

1) fora do lugar de bênção (Gn 26.3);

2) sem um altar (Os 3.4,5);

3) ganhou um mau nome (Gn 31.1; Rm 2.17-24);

4) mas estava sob a proteção de Jeová (Gn 28.13, 14; Rm 11.1,25-30);

5) foi por fim restaurado (Gn 31.3; 35.1-4; Ez 37.21-23).

"A lição principal é evidente: embora Jacó não seja abandonado, é permitido colher as conseqüências do caminho da sua própria escolha" (Scofield).

Proposta emenda de tradução (31.24): "que não fales a Jacó primeiro bem e depois mal" (R. 46),
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  32

Jacó e os anjos. Vemos que Jacó, apesar de ser, pelo visto, um homem de pouca espiritualidade, nunca foi abandonado por Deus, mas várias vezes na sua história acidentada teve experiências da intervenção divina. Em Gênesis 31.3, ao fim dos vinte anos de desterro, Deus torna a falar com ele, e o manda voltar à terra dos seus pais.

No primeiro versículo do cap. 32, "encontram-no os anjos de Deus" e no fim do capítulo, um anjo luta com ele. Notemos que esse anjo é chamado varão (v.28) e deve ser o anjo do Senhor, a segunda pessoa da Trindade.

Jacó chamou aquele lugar de "Maanaim": "dois bandos", a saber, a comitiva da sua companhia, e o bando celestial: os anjos de Deus.

Neste misterioso conflito podemos notar o seguinte:

1) Jacó encontrava-se a sós com Deus, em íntima realização da sua presença e poder. Quão raras vezes temos uma experiência semelhante, mesmo nas nossas horas de oração íntima!

2) Jacó sentiu-se em conflito com Deus, e, por isso, devia compreender que com ele havia coisas que Deus não aprovava.

3) Jacó quis conhecer mais perto esse que lutava com ele, e perguntou-lhe pelo nome.

4) Jacó sentiu a urgente necessidade da bênção divina.

5) Jacó prevaleceu quando mais do que nunca sentiu a própria fraqueza.


A visão dos céus abertos em Betel era a primeira grande experiência de Deus na vida de Jacó: a luta com o anjo foi a segunda. O bispo Boyd Carpenter escreveu:

"Em que posição achamos o estado espiritual de Jacó na ocasião deste segundo incidente sobrenatural da sua vida? Durante o primeiro período ele era simplesmente um homem do mundo. Depois da visão em Betel, era um homem religioso: via-se na sua vida uma influência religiosa.

Depois do conflito no vau de Jaboque chegou a ser um homem espiritual. Estava voltando para sua terra, sentindo na alma o peso do seu pecado sem perdão, sem purificação. Betel era a casa de Deus, onde aprendeu que não podia pisar um pedaço qualquer da terra sem descobrir que o Governador do mundo estava ali.

Aqui temos o desenvolvimento de uma verdade mais ampla: a intercomunhão e relação pessoal entre a alma do homem e seu Criador.

"Os que confiam no Deus de Betel e na sua providência preocupam-se com o que Ele dá, mas as aspirações do homem espiritual são inteiramente diferentes. Em Betel Jacó dissera: 'Se Deus for comigo e me guardar'. Em Jaboque seu primeiro pensamento era: 'Dá-me, peço-te, a saber teu nome! Ele desejava conhecer mais de Deus, e não mais de Deus. Ganhar mais experiência espiritual é o anelo do homem espiritual. Fazer amizade com Deus por motivo do bem que pode obter é a idéia do homem meramente religioso'

Jacó vem a ser Israel (v. 28). Ambos os nomes são aplicados à nação dele descendente. Quando empregam do caracteristicamente, "Jacó" é o nome da posteridade natural de Abraão, Isaque e Jacó, e "Israel" o da posteridade espiritual. (Veja-se Isaías 9.8.) A palavra foi enviada a Jacó - todo o povo -, mas ela caiu sobre Israel: a parte espiritual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  33 a 34

Esaú e Jacó. Podemos aprender deste incidente as seguintes lições:

1) Que gozar de notáveis experiências espirituais nem sempre aprimora o caráter da pessoa. Para isso é preciso julgar em si as más disposições, confessá-las diante de Deus, e procurar com Ele graça para se corrigir.

2) Que um pecado de há vinte anos pode ainda ter conseqüências hoje.

3) Que o melhor remédio para o medo é uma consciência tranqüila e serena.

4) Que o descrente, às vezes, apresenta um procedimento bastante amável. O crente deve sempre apreciar isto, e dar-lhe o devido valor. É provável que cada um de nós conheça alguns descrentes caridosos, abnegados, altruístas.

5) Que embora Jacó chame Esaú cinco vezes de 'meu senhor" isso é linguagem de lisonja.

6) Que uma reconciliação malfeita pode não agüentar a prova do tempo. Pode ser mais prudente uma separação. Acontece, às vezes, haver irmãos em Cristo que acham mais prudente viverem distantes uns dos outros. Duas famílias de crentes numa só casa nem sempre são felizes.

Jacó continua em movimento. Faz uma casa para si em Sucote (33.17) mas não fica ali. Segue para Siquém e ali arma a sua tenda, e levanta um altar.

Mas parece que esta vida de peregrinação e piedade não satisfaz a filha. "e saiu Dina... a ver as filhas da terra", é disso resultou a sua desgraça e a vingança dos irmãos, Simeão e Levi. Porém os crentes se lembram que a "Vingança é do Senhor" (Rm 12.19).

Proposta emenda de tradução (34.29): "os seus meninos e as suas mulheres levaram presos, e despojaram tudo que havia nas casas" (Our "franslated Gospels (Nossos "Evangelhos traduzidos ) 150).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  35 a 36

Jacó volta a Betel. Deus tudo está vendo, e serve-se dos infortúnios de Jacó e sua família para o encaminhar novamente a Betel, "a Casa de Deus", onde ele tivera sua primeira visão espiritual. Mais uma vez ele constrói ali um altar: e este por expressa ordem divina. O culto doméstico com toda a família é de uma vantagem inestimável. Indo para um lugar tão sagrado como Betel, Jacó sente a necessidade de se ver livre de todo o compromisso com a idolatria (35.4); por isso deixa as jóias e os ídolos escondidos debaixo de um carvalho em Siquém. E o altar que faz ali ele chama "El-Beth-El": o Deus da Casa de Deus. Primeiro ele estivera preocupado com o lugar santo, e chamou-o "Betel". Agora a sua preocupação é com a pessoa no lugar.

"Os deuses estrangeiros que se encontram no meio de vós" (v.2). O dn Bullinger explica esta estranha alusão assim: "Isto parece dar a idéia, à primeira vista, que Jacó e sua família tornaram-se idólatras. É verdade que lemos dos 'terafins' que Raquel levara quando fugira com Jacó da casa do pai (31.19), mas isso não dá a idéia que eram para serem adorados. Provavelmente eram de ouro e prata, e foram levados pelo seu valor, em lugar do salário ainda devido por Labão e Jacó.

' 'É difícil acreditar que a idolatria fosse comum na família de Jacó, como Gênesis 35.2 parece dar a entender.

"Não precisamos ir muito longe para achar a explicação. Poucos versículos antes (34.26-29) lemos que os filhos de Jacó tinham saqueado a cidade de Siquém e tomado o gado 'e todos os seus bens... e despojaram-nos: levaram tudo quanto havia nas casas'.

"Aqui, pois, temos a explicação destes estrangeiros e seus deuses estranhos! Vemos também por que Jacó deu este mandamento não somente à sua casa, mas a todos quantos estavam com ele".

Uma libação (v. 14). Esta é a primeira vez que lemos de uma libação, e entre as várias ofertas de Levítico caps. 1 a 7 não se fala de libação: Somente em Números 15.5-7. Era sempre para derramar nunca para beber, e pode ser considerada como um tipo de Cristo no sentido de Salmo 22.14 e Isaías 53.12 (Scofield).

Nascimento de Benjamim (v.18). Chamado Benoni (filho da minha tristeza) pela mãe, e Benjamim (filho da minha destra) pelo pai. Era duplamente um tipo de Cristo. Como Benoni, o Sofredor, por cuja causa uma espada também transpassou a alma de sua mãe (Lc 2.35); como Benjamim, cabeça de uma tribo de guerreiros (Gn 49.27), ligada firmemente com a tribo real (Gn 49.8-12; 1 Rs 12.21), ele veio a ser o tipo de Cristo vitorioso. É de notar que Benjamim era especialmente honrado entre os gentios (Gn 45.22).

Tão numerosos são os distintivos de Cristo que necessitam de muitos tipos. José é o tipo mais completo, Benjamim representa apenas o Sofredor, que ainda há de ter poder sobre a terra (Scofield).

Proposta emenda de tradução (36.24): "Ana, que encontrou os Emins no deserto' .
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  37 a 38

Onde Isaque outrora fora peregrino, Jacó é habitante (v. 1) e, na história da Igreja, uma coisa semelhante tem sucedido. No capítulo 35 faleceram Débora, Raquel e Isaque, e mais uma vez vemos Esaú e Jacó reunidos, na ocasião do enterro.

Agora Jacó perde o lugar principal da história, e José vem à frente, e nessa época ele é o único filho de Jacó que parece ser realmente piedoso.
Jacó nunca tinha ouvido a exortação de Paulo a Timóteo: "nada fazendo por parcialidade", e assim demonstra forte preferência por José, fazendo-lhe uma túnica de várias cores. Isso naturalmente aumentou o ódio dos seus irmãos que não tinham conquistado do pai tal simpatia (cap.49).

Os sonhos de José e a "má fama" das coisas que relatou ao pai com respeito aos irmãos contribuíram de algum modo nesse mesmo sentido. Sendo rapaz de apenas 17 anos, José talvez tivesse pouca prudência no falar, e assim, quase inconsciente, ia aumentando contra si o aborrecimento dos irmãos.

No começo do capítulo 37 vemos o jovem José em todo o conforto do lar paterno, e por fim torna-se escravo no Egito. Como essa mudança se fez é bem sabido e não precisamos repetir.

Ismaelitas ou midianitas. Gênesis 37.25 fala de ismaelitas; v.28 fala de midianitas e ismaelitas; v.36 fala de midianitas, e 39.1 fala de ismaelitas. Afinal, José foi levado ao cativeiro por ismaelitas ou midianitas?

"Em Juízes 8.24 lemos dos midianitas que Gideão acabara de vencer, que usavam jóias de ouro, 'porque eram ismaelitas'. Por isso evidentemente todos os midianitas eram ismaelitas, mas nem todos os ismaelitas eram midianitas.

"Para descobrir como isto podia ser, temos de ir mais longe. A primeira indicação está em Gênesis 16.11, 12, onde aprendemos que Ismael era filho de Abraão pela sua mulher Hagar, enquanto aprendemos de Gênesis 25.2 que Midiã e Medã eram filhos de Abraão pela sua mulher Quetura. Assim Ismael e Midiã eram irmãos do mesmo pai e, sem dúvida, tiveram a vida associada. Mas em Gn 37 não era preciso explicar isso, por ser coisa bem conhecida.

"Assim é claro que, enquanto a caravana era percebida na distância e reconhecida como ismaelita, uma inspeção mais de perto mostrou que havia negociantes midianitas com a comitiva, conhecidos por usarem as jóias de ouro, que sabemos, por Jz 8, serem sinal de todos os ismaelitas" (J.288).

Judá e Tamar. Não precisamos nos deter com as relações ilícitas entre Judá e Tamar, a não ser para notar que nesse tempo parece que havia certos princípios morais bem reconhecidos e observados e que então havia mais severidade para a mulher que claudicava ante a moralidade do que para o homem. Ficamos deveras impressionados ao encontrar o nome de Tamar na genealogia de Mateus capítulo primeiro - Perez (Fares) foi "nascido em pecado" e Salomão também, mas na providência divina, figuram na genealogia do Salvador do mundo, porque Deus conhece os corações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  39 a 41

José no Egito. Parece-nos que José nunca teve as sublimes revelações da imediata presença de Deus que Jacó experimentou, mas ainda assim mostra uma espiritualidade que não vemos no pai. Porventura Jacó legou ao penúltimo filho qualidades que ele mesmo não possuía? Preferimos pensar que José devia seu caráter mais nobre à sua mãe Raquel e que seus irmãos deviam, em parte, as suas más qualidades-, (cap. 49) às escravas de quem nasceram.

O capítulo 39 pode ser dividido em quatro partes, com os títulos Prosperidade (vv. 1-6). Pureza (vv.712). Perfídia (vv. 13-19) e Prisão (vv.20-23).

Sabemos que José tinha trinta anos quando saiu da cadeia (41.46), mas não sabemos a sua idade quando foi encarcerado. Contudo não é de supor que seu patrão tivesse entregado à sua mão "tudo que tinha" (v.4) enquanto era ainda moço.

 

E foi "depois destas coisas" que ele foi tentado, denunciado e encarcerado quando tinha talvez uns 25 anos.

A resistência e vitória de José são mais notáveis quando pensamos nas circunstâncias desfavoráveis da sua vida. Encontrava-se longe da família, oprimido, escravizado, privado da afeição dos seus queridos, rodeado de gente incrédula, sujeito aos assaltos do mundo, da carne e do Diabo (representado por uma mulher iníqua).

José venceu porque "o Senhor estava com ele" (v.3), e ele vivia como na presença de Deus; porque tinha o costume de contar com a aprovação divina em tudo o que fazia; porque a sua preocupação não era principalmente com a gente que o rodeava mas com Deus mesmo; porque ele tinha tido prévias experiências de vitória sobre a carne antes de aparecer esta provação maior. Quando nos sobrevém uma tentação pequena, devemos reconhecer que isso poderia desenvolver em nós o poder de resistir às tentações maiores.

As conseqüências da vitória de José não foram somente por ser ele forte na sua vida espiritual, e por ser animado a suportar as conseqüências penosas da acusação falsa, mas também em chegar a ser um exemplo e modelo para animar milhares de pessoas tentadas por concupiscências carnais, durante todos os séculos subseqüentes. Desde então até hoje um sem número de homens tem dito: "Se José venceu devido à sua comunhão com Deus, eu posso vencer do mesmo modo".

Notemos que José sempre se salienta como administrador: na casa de Potifar, no cárcere, e no reino do Egito. Nem todos têm as qualidades necessárias para isso: inteligência, energia, simpatia, previsão, coordenação, etc.

A respeito de Davi, Deus disse a Samuel, falando de Jessé: "dentre seus filhos me tenho provido de um rei" (1 Sm 16.1). Os magos, indagando com respeito a Jesus, perguntaram: "Onde está aquele que é nascido rei?" e lemos que Jessé gerou "ao rei Davi' Bem pouca gente nasce com qualidade para administrar, governar, guiar o povo: nem todos nascem rei.

José, que em toda sua história parece ter sido irrepreensível, era em muitas coisas semelhante a Cristo: o amado do pai, o melhor dos irmãos, o mais odiado e rejeitado pelos seus; foi vendido por umas moedas de prata; sofreu grande tentação sem pecar; foi rebaixado e acusado falsamente, mas perdoou até os seus  "assassinos" e, em tudo, foi o filho e a esperança de Israel.

Podemos resumir o caráter de José assim:

l) Era senhor de si mesmo, capaz (devido à energia de sua vida espiritual) de subjugar seus apetites e paixões.

2) Era homem de fé, e, por isso, na provação da cadeia, estava sereno e confiado em Deus, sendo, .apesar dos sofrimentos (SI 105, 18), capaz de se ocupar com os outros.

3) Era sábio administrador, e competente para aconselhar o rei. Podemos crer que a sua secreta comunhão com Deus na adversidade o tinha capacitado a enfrentar as provações da subseqüente prosperidade.

José como tipo de Cristo:

1) Ele fez provisão para o povo para uma necessidade imprevista. Uma provisão suficiente para "todas as terras" (41.57). (Porém José não sofreu ao fazê-la

2) O lugar de destaque que ele ocupava fora determinado pelo rei (41.41) como o domínio de Cristo foi determinado pelo Pai (At 5.31).

3) A palavra então era: "ide a José! fazei tudo o que José vos disser!" E hoje é: "Vinde a Jesus! Ele é o único recurso"

Podemos acreditar que José, em conseqüência das provações que lhe sobrevieram do desamparo de todos os seus, sentiu-se mais do que nunca atraído para Deus, seu único recurso; e assim os males contribuíram para o desenvolvimento do seu caráter espiritual. Pode dar-se uma coisa semelhante em nossa própria experiência.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  42 a 45

José e seus irmãos. Este é o grande e clássico trecho bíblico sobre perdão e reconciliação. Notemos o seguinte:

1) Não pode haver perdão sem arrependimento.

2) Pode ser preciso tempo para conseguir um arrependimento completo.

3) A presença de pessoas antipáticas pode embaraçar a reconciliação (45.1).

4) O momento próprio para a reconciliação deve ser discernido por um método de orar, meditar, observar e agir.

5) A emoção nem sempre pode (ou deve) ser reprimida.

6) Manifestação de amor fraternal nem sempre vence imediatamente a desconfiança. Note a palavra "depois" em Gênesis 45.15.

7) De grandes males podem resultar maiores bens (45.5).

8) A mensagem ao pai (45.9) não se referiu ao pecado dos irmãos. O mal passara: o proveito era atuai. Na pregação do Evangelho, pouco nos referimos, talvez, ao pecado dos judeus em crucificar seu Messias.

"Embora a Escritura jamais diga ser José um tipo de Cristo, as semelhanças são acentuadamente numerosas para serem acidentais. Ei-las: Ambos eram o objeto especial do amor de um pai; ambos eram odiados pelos irmãos; a superioridade de ambos era negada pelos seus irmãos; seus irmãos conspiraram para os matar; José foi, em intenção e figura, morto por seus irmãos, como foi Cristo; cada um chegou a ser uma bênção entre os gentios, e ganhou uma noiva dos gentios; como José reconciliou seus irmãos consigo e depois os exaltou, assim será com Cristo e seu irmãos judeus (Dt 30.1-10; Os 2.14-20; Rm 11.1,15,25,26)" (Scofield).

Proposta emenda de tradução (45.26): O coração de Jacó não "desmaiou" (Alm.) nem "entorpeceu-se" (V.B), mas ficou dividido" (entre receio e esperança). (Veja-se "Our Translated Gospels", 27.)

" Como podemos explicar a conduta de José para com seus irmãos quando voltaram e trouxeram Benjamim com eles? Estranhamos ainda servir-se ele de enganos. A provável explicação é:

1) José procurou descobrir a disposição dos dez irmãos para com Benjamim. Ele planejava trazer toda a família para o Egito, e era necessário descobrir se estavam todos em harmonia.

2) Ele também quis assegurar-se de que os filhos de Raquel eram agora tão queridos de Jacó como em tempos passados. Havia tanto de afeição como de sabedoria nestas multiplicadas demoras, que, à primeira vista, parecem desnecessárias, e que tanto adiaram o momento da reunião.

"Duas coisas eram necessárias aqui: a primeira, que José tivesse oportunidade de observar a conduta dos outros para com seu irmão mais novo, que agora ocupava o lugar de José nas afeições do pai: a segunda, que por algum tratamento que ele mesmo recebera dos irmãos, provasse se podia despertar neles uma viva recordação e uma penitente confissão da culpa passada.

"O trato de José com seus irmãos é, em parte, o mesmo de Deus para com os homens. Deus nos vê descuidados, mui dispostos a fazer pouco caso dos velhos pecados; e então; mediante apertos, adversidades e dores, Ele traz esses pecados à nossa memória, e afinal obtém de nós a confissão 'aa verdade somos culpados' (42.21). E então, quando a tribulação tem feito a sua obra, Ele está pronto a confirmar seu amor para conosco como foi José para com seus irmãos" (R Trench).

Embora José fale da sua glória (45.9) ele é humilde. Diz "Deus me enviou"; "Deus me fez senhor"

Desde o princípio ele relacionara a sua vida com Deus - com a divina permissão, o divino plano, a divina vontade.

Virá o dia em que Cristo se tornará conhecido dos seus irmãos, e nesse dia lamentarão, mas depois se regozijarão.

Achamos estranho Judá, na V.B. chamar Benjamim um "menino " quando já era pai de 10 filhos (46.21). Aqui Almeida explica melhor, dizendo: 'moço'.

Proposta emenda de tradução (42.30): "o grande senhor da terra" (R. 56)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  46 a 48

Reunião familiar. Jacó então viaja para o Egito, e mais uma vez ouve a voz de Deus (46.2) encorajando-o.

Lendo a genealogia dos filhos de Jacó, descobrimos que Benjamim já tinha vários filhos. Nessa ocaSião ele podia ter tido uns trinta anos de idade. São 67 pessoas (v.'26) ou, contando Jacó, José e os dois filhos deste, 70 pessoas (v. 27), que vão ao Egito. Em Atos 7.14 0 número é dado como 75.

Jacó tinha 130 anos quando se encontrou com Faraó (47.9) e nessa ocasião José tinha uns 40 anos (41.46 e 45.6). Jacó ainda viveu no Egito mais 17 anos (47.28) e José mais 70 (50.22). Não sabemos se ele continuou a ser Primeiro Ministro do reino, durante todo esse tempo, mas é pouco provável.

O Egito nunca foi o lugar para o povo de Deus, e as visitas feitas por Abraão, Isaque e Jacó não foram determinadas por Deus. Scofield diz: "É importante distinguir entre a vontade permissiva e a vontade positiva de Deus] O lugar para os filhos do Concerto era Canaã e não o Egito (Gn 26.1-5).

Em Gênesis 46 temos um caso tocante da vontade permissiva de Deus. Com a família de Jacó dividida, e em parte já no Egito, a compaixão de Jeová não proibiu Jacó de seguir para ali. Deus protege o seu povo até mesmo quando não está no melhor dos lugares que a sua vontade propõe para ele. Quando Israel escolheu um rei; quando voltou de Cades-Barnéia; quando mandou os espias; no caso de Balaão, vemos exemplos disto. É escusado dizer que a vontade permissiva de Deus nunca se estende às coisas iníquas; e a maior bênção possível sempre está no caminho da sua vontade positiva".

Examinando Gênesis 46.34 parece haver uma contradição ou ao menos uma inconseqüência inexplicável sem algum conhecimento da história do Egito.
Segundo diz Angus, quando Abraão desceu ao Egito, e mais tarde a sua família, o país era governado pelos odiados hicsos, ou "Reis pastores", chefes de uma tribo árabe que tinha vencido os governadores egípcios. Pelo espaço de mais de 500 anos (259 anos, segundo o Treasuzy) dominaram aqueles reis o Egito.

Compreende-se, pois, a cordial recepção de Abraão e, depois, de Jacó na corte dos Faraós, bem como a cessão da terra de Gósen para os israelitas habitarem, sendo os pastores uma abominação para os egípcios, por cujo motivo convinha haver alguma separação entre os israelitas, pastores de profissão, e o povo egípcio, que odiava os pastores.

Novo rei, que não conhecia José" (Ex 1.8) pertencia à dinastia que se seguiu à expulsão dos hicsos; e provavelmente o Faraó da grande opressão foi Ramessés II da XIX dinastia, o Sostris dos gregos, que mandou edificar cidades de tesouros, cujas ruínas ainda hoje se vêem. Sendo um povo estrangeiro, certamente o povo israelita, foi inteiramente empregado nessas construções.

Segundo Davis, o Faraó do Êxodo foi Manepta, o décimo-terceiro filho de Ramesés II.

O "Illustrated Bible Treasury" dá a seguinte cronologia do Egito:

"A dinastia XIV foi derrotada pelos hicsos ou pastores, invasores, vindos da Ásia. Houve três dinastias de Faraós hicsos .com sua capital em Zoan) a última foi- contemporânea de uma dinastia nativa em Thebes. Abraão e José provavelmente vieram ao Egito durante o período dos hicsos. A tradição diz que José era ministro de Apohis II (Aa-Kenen-Ra), em cujo reinado arrebentou a guerra de independência, chefiada pelos príncipes de Thebés.

" Os hicsos foram expelidos e a dinastia XVIII fundada por Ames I com sua capital em Thebes. O começo do Novo Império foi em 1600 a.C. "

" Tutmosis III vence a Síria e faz de Canaã uma província egípcia, em março de 1503 a fevereiro de 1449".

"Amenófis (Khu-en-aten) o 'rei herético' procura introduzir reformas religiosas: 1400".

"Queda da dinastia XVIII e levantamento da XIX sob Ramsés I: 1380".

"Ramsés II (o Sostris dos gregos), o Faraó da opressão, edifica Pitom 1348".

"Seu filho Merneptá II lhe sucede: 1281".

"O Êxodo teria acontecido no seu reinado ou no dos seus sucessores imediatos".

"Guerra civil; fim da dinastia XIX; perda das províncias asiáticas, etc. O trono é tomado por um siro: Arioso em 1240.

"Jacó abençoa os filhos de José. Vemos que Jacó quis adotar os dois netos que nasceram a José antes de ele, Jacó, chegar ao Egito, contando-os entre seus próprios filhos, de maneira que desde então figuram entre 'os filhos de Israel'. A história recorda que José teve, em tudo, nove filhos, Quando receberam esta bênção do avô os dois moços tinham 17 anos para cima. Podemos entender que os outros filhos de José já tinham nascido, mas não partilharam da bênção então pronunciada. Percebemos em Jacó, apesar da idade avançada e da cegueira, algum discernimento profético" (48.19).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  49

Declarações proféticas referentes aos filhos de Jacó. Rúben, o primogênito, que devia ter sido o exemplo e guia dos outros, é reprovado, devido à sua imoralidade, praticada uns 40 anos antes (35.22). Simeão e Levi ficam reprovados pela sua violência (34.25) e sentenciados:. "Eu os espalharei em Israel".

No caso de Levi, esta sentença resultou em bênção, pois Levi chegou a ser a tribo sacerdotal, repartida em todo o Israel.

Judá era tribo real, da qual nasceram Davi e Jesus Cristo. No versículo 10 parece haver uma vaga profecia acerca de Cristo: "até que venha Siló e a ele se congregarão os povos .

"A palavra Siló se refere a uma pessoa ou a um lugar? Em todos os demais lugares da Escritura onde se encontra, essa palavra indica o ponto onde o tabernáculo foi colocado depois da conquista da terra prometida; e neste sentido aparece pela primeira vez em Josué 18.1. É situada em Efraim, uns trinta quilômetros ao norte de Jerusalém... Siló significa a segurança; quem segura; o salvador" (J. C. Murphy).

Notemos que um lugar na Bíblia geralmente toma o nome de uma pessoa. Não havemos de pensar que a profecia de Jacó aludia à "vinda" do Siló que deu seu nome à vila, porém a outro Siló vindouro - o Senhor Jesus Cristo - a quem havia de congregar-se o povo de Deus. Com relação a esta profecia, podemos consultar Apocalipse 5.5.

Por falta de espaço, não podemos comentar detalhadamente as profecias de Jacó referentes a todos os seus filhos, mas, de passagem, devemos notar a abundância das bênçãos de José. Dele se diz: "Seus ramos correm sobre o muro", assim repartindo seus abundantes frutos mais longe do que se havia de esperar. Que seja assim também com outros que não têm o nome de José!

A referência a Benjamim deve ter sido também ditada pelo espirito de profecia, e não só pelo senti mento paternal, que era grande.

Propostas emendas de tradução (49.4): "Fervente como água", (v.'26) "as bênçãos de teu pai prevaleceram sobre as bênçãos dos meus pais.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIvro de gênesis CAPÍTULO  50

Enterro de Jacó na cova que fora comprada aos filhos de Hete (49.3'2). Seu corpo foi embalsamado pelos médicos (mencionados pela primeira vez) egípcios, e foram tantos egípcios ao enterro que o nome dele ficou ligado ao lugar (v. 11). A expressão "foi congregado ao seu povo" (49.33) é um dos poucos sinais no V. T. de haver uma compreensão de uma existência além da morte.

Morte de José. O caráter exemplar de José continua até o fim dos seus 93 anos no Egito. Vemo-lo nos seus últimos anos não mais preocupado com deveres políticos, mas no meio da família, e com a preocupação de que seus ossos não deviam ficar para sempre no Egito.

Este primeiro livro da Bíblia termina com "um caixão no Egito" e o apocalipse com "a graça de nosso Senhor Jesus Cristo' .
 

REFERÊNCIAS NO NOVO TESTAMENTO AO LIVRO DE GÊNESIS:

As passagens seguintes são citadas, segundo a fórmula geral, "está escrito", 'Jesus disse etc.:

Esta Escrito

 Jesus disse, etc.

Gn 1.27

 Mt 19.4

Gn 2.2

 Hb 4.4

Gn 2.7 

 1 co 15.45

Gn 12,3

 At 3.25, Gl 3.8

Gn 17.7

 Gl 3.16,19

Gn 21.10,12

 Gl 4.30, Hb 11.18

Gn 22.16,17

 Hb 6.13,14

Gn 25.23

 Rm 9,12

 

Há freqüentes referências e episódios e personagens do Gênesis, como:
 

Gn 3.4

 Eva enganada pela serpente (2 co 11.3; 1 Tm 2.14

Gn 4.4

 Sacrifício de Abel (Hb 11.4)

Gn 5.24

 Caráter e trasladação de Enoque (Hb 11.5,6

Gn 14.18 a 20

 Melquisedeque (Hb 7)

Gn 19,24 a 26

 Destruição de Sodoma e de Gomorra (LC 17.29,32 e 2 Pe 2.6, 7)

Gn 22.9

 O sacrifício de Isaque (Tg 2.21).

Gn 25.33

 A venda que Esaú fez do seu direito de primogenitura (Hb 12.16).

Gn 47.31

 Jacó adorando. apoiado no seu bordão ( 11.21 )


Juntai a isto toda a série de referências que fez Estevão, quando estava sendo julgado (At 7).

A frase "no princípio" (6.1) aparece como uma profunda significação em João 1.1. O homem criado à imagem e semelhança de Deus (5.1 e 9.6) é uma verdade reconhecida em 1 Coríntios 11.7, Efésios 4.24, Colossenses 3.10, Tiago 3.9.

A santidade do casamento é fortalecida com as palavras de Gênesis 2.24 por - Jesus Cristo em Mateus 19.5, e por Paulo e 1 Coríntios 6.16 e Efésios 5.31.

A fé de Abraão (15.5,6) é repetidas vezes mencionada como sendo tipo do caráter cristão (Rm 4.3, Gl 3.6 e Tg 2.23).

A palavra "Paraíso" leva o pensamento ao Jardim do Éden (Gn 2.8,9; Ap 2.7 e 22. 1,2).

A escada de Jacó toma-se como de notável expressão (Gn 28.12 e Jo 1.51).


Muitas frases no Novo Testamento mostram que o Gênesis era um livro familiar aos escritores inspirados, sendo reputado como divino (Angus).
 

 

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