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Êxodo

LIVRO DE ÊXODO

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INTRODUÇÃO:

 

 

Êxodo ("saída") recorda a redenção dos descendentes de Abraão da escravidão no Egito, e figura, tipicamente, toda a redenção. É, por isso, um livro que ensina uma libertação que resulta numa nova relação com Deus, expressada por adoração, comunhão e serviço, Assim, o Êxodo. mediante a Lei, os sacrifícios e o sacerdócio, vem a ser, não somente o livro da redenção, mas, tipicamente, o exemplo das condições em que subsistem quaisquer relações com Deus.

 

O livro ensina que a redenção é essencial para haver comunhão com um Deus santo, e que mesmo um povo remido não pode ter comunhão com Ele sem ser constantemente purificado de qualquer contaminação.

 

Em Êxodo, Deus, até então relacionado com o povo de Israel somente pelo seu concerto com Abraão, leva esse povo para si nacionalmente, pela redenção, põe-no sob o pacto Mosaico, e habita no seu meio através da nuvem de glória. A carta aos Gálatas explica a relação da Lei ao pacto Abraâmico.

Nos mandamentos, Deus ensinou a Israel as suas justas exigências. A experiência sob os mandamentos convenceu Israel do seu estado pecaminoso; o fornecimento do sacerdócio e dos sacrifícios (ricos de preciosos tipos de Cristo) proporcionou a um povo culpado um meio de alcançar o perdão, a purificação, a restauração, a comunhão e o culto.

 

Êxodo tem três divisões principais: 1) Israel no Egito (1-15). 2) Do mar Vermelho ao Sinai (16-18). 3) Israel no Sinai (19-40).

 

ANÁLISE DE ÊXODO.

 

1. Israel no Egito (caps. 1 a 12.36).

A opressão no Egito (cap. 1).

O nascimento, a educação e a chamada de Moisés (caps. 2 a 4).

Sua tarefa prolongada, e êxito finai (caps. 5 a 12.36).

 

2. Israel do Egito ao Sinai (caps. 12.37 a 19.2).

A Lei da Páscoa, e a coluna de fogo (caps. 12.37 a 13).

Através do mar Vermelho, e os cânticos (caps. 14,15).

Fornecimento divino para manutenção e governo (caps. 16 a 19.2).

 

3. Israel no Sinai (caps. 19.2 a 40),

Revelação do concerto (caps. 19.2 a 24).

Estabelecimento do tabernáculo (caps. 25 a 27, e 30 a 40).

 

MENSAGEM DO ÊXODO:

 

Nunca se poderia considerar este livro lido demais nem as suas verdades aplicadas demasiadamente à alma individual. Ele partilha com Levítico da característica de ser, em ensino típico, o livro mais rico na Bíblia.

 

Não podemos fazer mais do que apontar resumidamente as suas grandes verdades, que são três.

 

ISRAEL ESCOLHIDO (caps. 1 a 12).

 

Isto pode não ser imediatamente aparente, mas se voltarmos a Gênesis 12, veremos como a nação de Israel foi escolhida e abençoada por Deus na pessoa de Abraão, e que desde então foi o seu povo particular, por quem Ele propôs trazer bênçãos ao mundo. Contudo, pouco mais de dois séculos depois, encontramo-la como nação de escravos, sob a vara de Faraó, no Egito.

 

1.1. Um Povo esmagado. A mão de faraó estava contra Israel, e ele promoveu meios para enfraquecer e destruir a nação. Expediu um decreto para que todos os meninos fossem mortos ao nascerem e que os israelitas fossem obrigados com rigor a construir cidades para os tesouros do Egito. Vemos no capítulo 5, um aspecto da degradação de Israel. E o decorrer do tempo não melhorou a sua condição: crueldades
eram seguidas de crueldades.

 

1.2. Um povo suplicando. Por tanta opressão, o povo levantou a sua voz num grande clamor que alegou de uma vez o seu sofrimento e a sua incapacidade; e esse clamor subiu a Deus, e Ele escutou o gemido deles.

 

Nada pode ser pior do que contentamento com o pecado, ou dúvida quanto à possibilidade de um melhoramento. Israel tinha saído desse caso, e havia esperança no meio do sofrimento. Mas sua libertação não era para já.

Deus tinha levantado um homem, e o estava preparando (no palácio e no deserto), para, na plenitude do tempo, libertar o seu povo- certo que a vontade de Deus é soberana, mas também é certo que, para efetuar essa vontade, algumas condições foram estabelecidas.

 

Nem Moisés nem Aarão estavam ainda prontos para o serviço; muito tinham a suportar e a aprender. Golpe após golpe havia de cair sobre Faraó; a fé de Moisés havia de ser provada; o cálice da aflição de Israel havia de ser enchido, e então o povos, chamado havia séculos, seria libertado.

 

 

2. ISRAEL CHAMADO (caps. 13 a 19).
 

Um povo libertado. Os egípcios haviam sido atormentados pelas pragas, e aparentemente sem resultado: o dia da libertação parecia distante como nunca. Mas as trevas, às vezes, parecem mais densas antes da aurora; Deus tinha mais uma praga para o Egito, a qual havia de ser para Israel uma Páscoa. Sangue foi derramado e espargido, e o povo tribulado ficou sob o seu abrigo, e somente assim podia ser libertado.

 

Sem a cruz de Cristo não há liberdade do pecado, mas somente escravidão; cada tentativa de se livrar pelo esforço próprio prova ser inútil. É sob a cruz de Cristo que precisamos nos colocar para os laços do pecado serem rompidos, ou o peso da culpa ser levantado das nossas almas. Assim, numa só noite, Israel foi libertado da escravidão de séculos, e começou uma vida nova e livre.

 

Um povo conduzido e sustentado. Liberdade em Cristo nunca importa em licença: os que Ele redime, dirige, e assim vemos a coluna de nuvem e o fogo de Deus guiando e iluminando. Nenhum de nós duvida da sua necessidade de luz nas trevas, mas todos precisamos aprender que na luz também carecemos de direção, e que, se andarmos na luz divina, seremos poupados de muitas das experiências penosas de Israel.
 

Havia provisões também para as necessidades temporais do povo, mediante o maná e a rocha ferida. e prosseguiram a provar que o Cordeiro (12) que está no meio do Trono os conduziu (13-14) e os alimentou (16-17) como fará novamente quando enxugar toda lágrima dos seus olhos (Ap 7.17).

 

 

CONSTITUÍDO O POVO DE ISRAEL (caps. 19 a 40).

 

Esta é uma parte mui importante do livro, que merece especial atenção.

Um povo instruído. Deus se revela a Israel no Sinai como seu único Governador: seu poder e sua santidade são manifestos. O povo é avisado a não se aproximar do monte fumegante, mas esperar a comunicação divina a Moisés, seu representante efetivo. São pronunciadas então as dez Palavras que estabelecem os princípios do Governo divino, de aplicação perpétua mas adaptadas então às necessidades daquela Nação.

 

Segue depois o Livro do Concerto (caps. 21-24), em que se apresentam leis judiciais, morais e cerimoniais, com avisos e promessas. Desta maneira o povo é instruído acerca de Deus, e exortado a reconhecer a soberania da sua vontade, bem como a obedecer à sua Palavra.

 

Um povo estabelecido. Se a Lei era o padrão da sua vida, o Tabernáculo era o símbolo da sua segurança - Jeová no meio do seu povo. Instruções minuciosas foram dadas a Moisés referentes à sua construção; o sacerdócio foi instituído para exercer as suas funções. Então "uma nuvem cobriu a tenda de reunião, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo".

 

O antítipo disto, como se vê em João 1.14, é Cristo mesmo, que "se fez carne e habitou [Tabernaculou] entre nós, cheio de graça e verdade" e cuja glória contemplamos: é na presença do Cristo vivo que seu povo é estabelecido para sempre.

 

Assim, os escolhidos são chamados, e os chamados são constituídos: e o povo que outrora era esmagado, e clamara na sua miséria, está agora libertado, conduzido, alimentado, ensinado e estabelecido. Assim vemos a Eleição de Gênesis consumada na libertação do Êxodo (Scroggie).
Há muita diferença entre os estudiosos quanto à cronologia bíblica, mormente na parte que se refere aos tempos dos patriarcas e do êxodo. O dr. Scroggie resume os pareceres quando diz que entre a ida de Jacó ao Egito, e o êxodo, havemos de contar nem menos de 134 anos nem mais de 278. Investigar o assunto pouco havia de adiantar à nossa vida espiritual.
 

Os "quatrocentos anos" de Atos 7.6 e os 430 de Êxodo 12.40 podem ser contados desde a chamada de Abraão, de acordo com Gálatas 3.17.
Pode-se dizer o mesmo sobre a investigação da identidade do Faraó do êxodo. Os eruditos concordam que o Faraó da opressão é um, e o do êxodo outro (2.23). O êxodo pode ser provisoriamente fixado no ano 1320 a.C. Outras autoridades concordam em que Ramsés foi o Faraó da opressão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 1 E 2

A escravatura no Egito. Pouco ou quase nada sabemos acerca do período que essa escravatura durou. É certo que foi mais de 80 anos, pois começou antes do nascimento de Moisés. E durante todo esse tempo não tinha aparecido nenhum "capitão de salvação' para livrar o povo escravizado.

 

Divide-se a vida de Moisés em três períodos de 40 anos. No primeiro, na corte de Faraó, ele aprendeu a ser alguém, isto é, uma pessoa instruída em toda a ciência dos egípcios (At 7.22); no segundo, no deserto de Midiã, ele aprendeu que nada era, até quando Deus quis empregá-lo no seu serviço, ele escusou-se (3.11; 4.10); no terceiro período ele aprendeu que Deus é tudo, e o suficiente para salvar uma nação inteira.
 

Ao estudar a mocidade de Moisés podemos pensar em 1) Ambiente. 2) Hereditariedade. 3) Características.
 

 

1) Ambiente. Sob tal título vamos incluir todas as circunstâncias e influências exteriores que o rodeavam. Notemos, por exemplo:

 

    a) O meio em que nasceu: um estado de escravatura; uma opressão política, muito natural à natureza humana, que geralmente procura subjugar e reprimir, em vez de proteger e ganhar amizade. (Governo benévolo é o que consulta em tudo a vontade de Deus: isso Faraó não fez.)

 

    b) A pobreza em que viviam seus pais: não podemos pensar em serem eles abastados.

 

    c) A proteção da filha de Faraó, que revela compaixão, bondade, simpatia, recurso e persistência. A essa proteção Moisés devia a vida, o sustento, a educação, o desenvolvimento físico e intelectual. Mas devia à influência de sua mãe o seu patriotismo e o seu desenvolvimento espiritual.

 

2) Hereditariedade. Moisés jamais teria sido o libertador de Israel se não tivesse sido um filho de Israel; se não tivesse tido pais piedosos.

 

3) Características do moço Moisés. Nele notamos.

 

    a) Patriotismo. Apesar de ter todas as vantagens do palácio, ele se preocupou com o estado miserável dos seus compatriotas.

 

    b) Energia. Ele matou o egípcio que feriu o israelita. Vemos que a sua simpatia não era apenas um sentimento, mas expressava-se em atos. Contudo a violência resultou, afinal, na sua fuga para longe.

 

    c) Prudência e prevenção. "Olhou para uma e para outra banda" (não olhou para cima) e contudo essa prevenção não foi suficiente para evitar as conseqüências do seu ato.

 

    d) Reconciliador (v. 13) malsucedido, porque estava comprometido por sua conduta anterior. Quantas vezes o servo de Deus sente-se inútil, devido ao seu próprio procedimento passado!

 

    e) Receoso. Não podendo enfrentar as conseqüências dos seus próprios atos, fugiu.

 

    d) Cavalheiroso (2.17). Ele protegeu as filhas de Reuel ou Jetro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 3 E 4

Deus na sarça ardente. Esta visão de Deus e a entrevista com Ele é uma das mais notáveis da Bíblia, antes da encarnação. E verdade que no versículo 2 quem se manifesta é chamado "o anjo do Senhor mas no versículo 4 é a voz de Deus mesmo que fala com Moisés.
 

O dr. Goodman diz da sarça ardente: "Simbolizava a nação na fornalha da aflição, mas não destruída; semelhante a Sadraque, Mesaque e Abednego.

 

O simbolismo da sarça ardente tem sido interpretado de uma variedade de maneiras. Sem ser dogmático no assunto, creio perceber nela uma figura da graça divina. O fogo bem-chegado a uma sarça combustível, mas sem a consumir, faz-nos pensar de como Deus ia chegar-se para um povo pecaminoso, Israel; e, em vez de o destruir, ser seu Salvador.
 

Se Deus, porém, se revela em graça, continua a ser santo, e Moisés precisa aproximar-se descalço, e com todo o respeito. Ainda hoje é necessário conservar na memória estas duas características divinas, e, ao tempo em que nos regozijamos com o conhecimento da graça de Deus, reconhecer também que Ele é sempre santo.

Neste incidente aprendemos a respeito de Deus:

    1) Que não estava esquecido dos seus pactos com os patriarcas (v.6).

    2) Que Ele tinha visto, ouvido, conhecido e descido.

    3) Que ia enviar um salvador para Israel e livrar seu povo da mão dos egípcios.

 

Vemos em Moisés acanhamento, receio, falta de confiança em Deus, ignorância dos recursos divinos; tinha língua tarda quando era questão de levar uma mensagem de Deus, apesar de ser ele "poderoso em palavras" (At 7.22). E, contudo, parece-nos que não havia outro tão apto como ele para ser o capitão da salvação de Israel.
 

Moisés, tipo de Cristo, o Libertador (Is 61.1; LC 4.18; 2 co 1.10; 1 Ts 1.10). Um libertador divinamente escolhido (Êx 3.7-10; Jo 3.16; At 7.'25). Rejeitado por Israel, ele se volta para os gentios (Êx 2.1115; At 7.'25). Durante sua rejeição ele ganha uma noiva gentílica (Êx 2.16-21; Mt 12.14-21; 2 co 11.2; Ef 5.30-32).

 

Mais tarde ele reaparece como o libertador de Israel, e é aceito (Êx 4.'29-31; At 15.14-17; Rm 11.24-26) - Oficialmente, Moisés tipifica Jesus Cristo como Profeta (At 3.2'2,23); Advogado (Êx 32,31-35; 1 Jo 2.1,2); Intercessor (Êx 17.61; Hb 7.25), e Guia ou Rei (Dt 33.4,5; Is 55.4; Hb 2.10).

 

Mas, com relação à Casa de Deus, ele está em contraste com Cristo: Moisés era fiel como um servo sobre a casa de outro; Jesus Cristo, como filho, sobre a sua própria Casa (Hb 3.5,6) (Scofield).

 

Neste trecho, vemos Moisés:
 

    a) Acanhado, quando devia ter sido confiante.

    b) Informando a Deus o que Ele bem sabia (4.10).

    c) Querendo passar o serviço para outros (4.10).    (Comparemos com isto Colossenses 4.17.)

    d) Convencido, afinal, de que devia obedecer à chamada divina. Podemos acreditar que, à medida que ele obedecia, ganhava mais confiança no seu testemunho.

 

Notemos em toda a entrevista a persistência de Deus; como Ele não abandonou o seu propósito; como sempre tinha uma solução para cada dificuldade, como prometeu ser sua presença um suficiente recurso.

 

Logo em seguida Moisés e Aarão convocam os anciãos de Israel e pregam o evangelho de uma salvação do Egito. O povo ouviu, creu e adorou (4.31).
 

O sinal da mão leprosa (4.6, 7). "O seio (coração) significa o que somos; a mão o que fazemos. O que somos determina, afinai, o que faremos. Isto era um sinal, de acordo com Lucas 6.43-45). Os dois sinais, da cara e da mão, falam de preparação para o serviço. Deve ser pura a mão que maneja a vara do poder divino, e movida por um coração novo" (Scofield).

 

Este misterioso incidente da hospedaria (4.24-26), para ser compreendido direito, precisa de esclarecimento: parece que Moisés tinha explicado à esposa a lei da circuncisão, mas ela não tinha consentido que o filho fosse circuncidado. Ao vê-lo, aparentemente, em luta com Deus, ela compreende que devia ser por isso mesmo, e, num acesso de raiva, circuncida o filho e briga com Moisés. Este, então, segue sozinho, e manda a família para o sogro.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 5 a 11

Moisés e Faraó. Moisés tem coragem para exigir (v. 1) porque tem conhecimento de Deus; Faraó tem coragem para recusar, porque ignora quem é Deus (v.2)

Vemos que a primeira entrevista resultou em aumento das aflições do povo: um momento penoso para Moisés e Aarão!

Mas Deus não abandona os seus servos, pois faz ainda outras comunicações e promessas (6.12-13). Assim. apesar das circunstâncias contrárias, os dois continuam o seu testemunho.

 

Nestes capítulos algumas coisas carecem de explicação. O capitulo 6.3 "pelo meu nome Jeová não lhes fui conhecido", parece não ser para entender ao pé da letra. Almeida procura evitar a dificuldade formando a frase "perfeitamente conhecido"


"Deus era conhecido como Jeová pelos patriarcas (Gn 15.7; 22.14; 28.13). Em verdade encontramos o nome tão cedo como em Gênesis 4.1, ppr isso o sentido aparente não pode ser o verdadeiro. Aí está a dificuldade, Pode ser que Deus não tenha revelado todo o poder deste nome na história dos patriarcas" (Scroggie). (Veja-se também  "The Christian's Armoury"( As Armas do cristão ), pp.265-269.)

 

"Os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos" (7.11 ,22; 8.7, 18). Tem havido várias explicações disso, mas não temos encontrado nenhuma que pareça de todo satisfatória. A mágica de hoje em dia nem sempre tem explicação.

 

O endurecimento do coração de Faraó. Dez vezes isto é atribuído a Faraó mesmo (7.13,14,22; 8.15, 19,32; 9.7,34,35; 13.15) e dez vezes lemos que Deus o endureceu (4.22; 7.3; 9.1'2; 10.1,27; 11.10; 14.4,8, 17). Empregam -se três diferentes palavras hebraicas.

 

Theodoret assim explica o caso: "O sol pelo seu calor torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um e amolecendo o outro: produzindo pela mesma ação resultados contrários. Assim, a longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros: alguns são amolecidos e outros endurecidos".

 

A V.B. de Êxodo 9.15, 16 remove outra dificuldade: "Agora eu poderia ter estendido a mão e ferido a ti e ao teu povo com pestilência e tu terias sido cortado da terra; mas deveras para isso te hei mantido em pé, para te mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra .

 

"Assim Deus deu a saber a este rei ímpio que foi em conseqüência da divina providência que tanto ele como seu povo não tinham sido destruídos por pragas anteriores, e que Faraó havia sido conservado para ainda maiores manifestações do divino poder, para dar uma plena convicção aos hebreus e egípcios" (The Christian's Armoury).

 

Obediência incompleta. Ê interessante notar as propostas que Faraó faz a Moisés para haver uma obediência incompleta ao mandado de uma separação total entre Israel e Egito.

Primeiro: 'Ide, sacrificai a vosso Deus nesta terra": religião, sem separação (8.25).

Segundo: "Somente que, indo, não vades longe": separação, mas não muita (8.28).

Terceiro: "Deixa ir os homens somente, e os filhos fiquem no Egito" - figura do mundo (10.7).

Quarto: "Fiquem vossas ovelhas e vossas vacas' . O negócio, o interesse material, não santificados e não sujeitos à vontade de Deus (10.24).

 

Alguns têm achado uma contradição entre 10.29: "Disse Moisés: Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto", e 11.4, em que Moisés fala outra vez com Faraó.

A explicação está provavelmente numa tradução mais exata de 11.1: "E o Senhor dissera a Moisés' . Antes da entrevista com Faraó, recordada em 10.28,29, Moisés  já tinha sido avisado de que os primogênitos seriam mortos pelo anjo destruidor, e ele não saiu da presença de Faraó sem dar-lhe esta última advertência.

 

No fim do capitulo 10, Moisés não sai, porém depois de dar essa última e tremenda advertência, ele "saiu de Faraó em ardor de ira" (11.8).
 

Proposta emenda de tradução (8.22): "eu separarei milagrosamente a terra" (R. 79).

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 12

 

A Páscoa. Na nossa meditação, poderíamos perguntar: a Páscoa seria um evangelho sem uma obra expiatória? um perdão de pecados sem qualquer satisfação para com a justiça ultrajada? um ensino moral sem a inspiração de um supremo sacrifício? a lei de Deus sem a revelação do seu amor?

Mas na instituição da Páscoa certos fatos são apontados: o pecado humano; o juízo divino; o valor do sangue; a obediência da fé, etc.
 

Podemos considerar:

Para os egípcios a noite da Páscoa significava: a consumação do juízo predito; a recompensa dos pecados cometidos; a revelação da justiça de Deus; a inutilidade dos deuses pagãos; a retirada do povo de Deus do seu meio; a destruição do orgulho nacional.

 

Para Israel, a Páscoa importava numa revelação da base do perdão: eles também eram pecadores e mereciam o castigo de um Deus santo, mas numa certeza da proteção divina, e como um meio de salvação, o sangue era derramado, na apropriação da fé; o sangue espargido dava a certeza (pela Palavra de Deus) da isenção do juízo; pelo princípio da substituição, o cordeiro era imolado.
 

Para nós, Cristo crucificado é o cordeiro pascal (1 co 5.7) e nós, à semelhança dos israelitas, reconhecemos o juízo que merecemos; compreendemos que Deus promove a nossa salvação; que o sangue derramado é a base suficiente para o perdão; que esse sangue necessita ser apropriado (espargido) pela fé; que nossa segurança depende do valor que Deus dá ao sangue de Cristo; que podemos ficar tranqüilos ainda que a justiça de Deus se revele; que na Ceia do Senhor, nossa festa espiritual, recordamos o preço do nosso resgate.
 

Ao aplicar o ensino deste capítulo à nossa vida espiritual, podemos indagar:

a) qual era o dever do chefe da casa (12.3)?

b) por que devia ser o cordeiro sem mácula?

c) em que sentido é Cristo nossa Páscoa?

d) que significa para nós espargir o sangue do cordeiro?
 

O dr. Goodman escreve o seguinte: "Muitos mal entendem as palavras vendo eu sangue, passarei por cima de vós. Isto não significa que Deus fosse o destruidor, e passasse pela casa espargida de sangue. Exatamente o contrário: Deus era o Salvador. Isto é evidente pelo versículo 23 'o Senhor...não deixará o destruidor entrar em vossas casas para os ferir'.
 

"Não é que Ele 'passa peta porta', mas como em Isaías 31.5, 'Como as aves voam, assim o Senhor dos Exércitos amparará Jerusalém: Ele a amparará e a livrará, e, passando, a salvará'. A figura é a de um pássaro que voa sobre seu ninho para o defender".
 

A Páscoa é um tipo de Cristo, nosso Redentor (Êx 12.1-28; Jo 1.29; 1 co 5.6,7; 1 Pe 1.18,19):
 

1) O cordeiro tinha de ser sem mancha, e para verificar isto havia de ser guardado quatro dias (Êx 12.5,6). Assim a vida pública de nosso Senhor sob a observação hostil dos adversários foi a experiência que provou a sua santidade (LC 11.53,54; Jo 8.46; 18.38).
 

2) O cordeiro, assim provado, havia de ser morto (Êx 12.6; Jo 12.24; Hb 9.22).
 

3) O sangue havia de ser aplicado (Êx 12.7). Isto corresponde à fé individual, e nega o universalismo (Jo 3.36).
 

4) O sangue assim aplicado, por si mesmo, sem acrescentar nada, constituía uma perfeita proteção do julgamento (Êx 12.13; Hb 10.10, 14; 1 Jo 1.7).
 

5) A festa tipificava Cristo, o pão da vida, relacionando-se com a Santa Ceia (Mt 26.26-28; 1 co 9.23-26).
 

Observar a festa era um dever e um privilégio, mas não uma condição de segurança. De fato, a festa não foi comida pelos israelitas na noite em que foram guardados do julgamento sobre os primogênitos (Ex 12.34-39).
 

A "grande mistura de gente" (12.38) correspondendo aos membros não-convertidos nas igrejas, era um elemento de fraqueza é divisão, então, como agora (Nm 11.4-6): Manifestara-se o poder divino, e muitos foram atraídos sem haver qualquer mudança nos seus corações.
 

Proposta emenda de tradução: (v. 40): "()ra a vida da peregrinação dos filhos de Israel que habitavam no Egito foi de 430 anos" (Bullinger). Não devemos entender que passaram todos os 430 anos no Egito.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 13 e 14

Aprendemos certas lições destes dois capitulos. por exemplo:
 

1) Que Deus reclamou todo filho primogênito em Israel como sendo seu (13.2). Cm direito que deve tez a sua aplicação ainda hoje, e não somente aos israelitas.

2) Que Deus ensinou a Israel o princípio da substituição (13.13), O filho primogênito havia de ser "remido". Esse assunto é mais explicado em Números 18.13-18, e o preço do resgate é marcado em cinco ciclos.

3) Que os pais devem ensinar a seus filhos que Deus tem direitos sobre a pessoa e a vida de cada um, e explicar a grande salvação de Deus (para Israel, salvação do Egito; para o cristão, salvação do pecado).

4) Que o caminho mais curto pode não ser o de mais proveito (13.17).

5) Que um povo sem espiritualidade pode murmurar do capitão da sua salvação (14.11).

6) Que, às vezes, convém "estar quietos e ver o livramento do Senhor" (v. 13), e outras, "marchar" (v. 15).

7) Que a nuvem de Deus pode ser escuridão para alguns e luz para outros (v. 20).

8) Que o Senhor é capaz de destruir os inimigos do seu povo (14.27-31).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 15

0 primeiro cântico da Bíblia. Era um momento de regozijo nacional depois de verificar notavelmente a salvação de Deus. No Egito tinha havido gemidos, lamentações e orações. Chegou agora o tempo de vitória e cânticos de louvor a Deus.

 

O cristão pode considerar todos os seus inimigos mortos quando ele não é mais assaltado pela tentação. Porém, se o conflito ainda v continua, a vitória pode ser constante pela graça de Deus e pela salvação que há em Cristo. (Convém consultar V.B. especialmente nos versículos 5-7 e 14-16.)
 

Redenção. Resumo: Êxodo é o livro da redenção, e ensina:

    1) que a redenção é toda de Deus (Êx 3.7,8; Jo 3.16);

    2) que a redenção é por uma pessoa (Jo 3.16,17);

    3) que a redenção é por sangue (Êx 1'2.13,23,27; 1 Pe 1.18);

    4) que a redenção é por poder (Êx 6.6; 13.14; IS 59.20; Rm 8.2).
 

Logo depois do regozijo, chegou a murmuração (v.24). A provação era real: a necessidade urgente: água amarga não serve para beber. Oração a Deus era o recurso evidente, mas em vez disso o povo murmurou contra o servo de Deus, Moisés. No lenho da cruz de Cristo o crente encontra aquilo que adoça as amarguras da vida atual,
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 16

Pão do céu. No capítulo anterior os israelitas murmuravam pela sede; neste, pela fome. Para cada necessidade Deus mostrou ser um recurso suficiente.
Podemos notar as primeiras etapas da viagem dos israelitas:
    1. de Ramessés a Sucote (12.37 a 3.19);
    2. de Sucote a Etã (13.20-22);
    3. de Etã a Pi-Hairote (14.1-4);
    4. de Pi-Hairote através do mar Vermelho (14.5 a 15.21);
    5. do mar Vermelho a Mara (15.22-26);
    6. de Mara a Elim (15.27);
    7. de Elim ao mar Vermelho (Nm 33.10);
    8. do mar Vermelho a Sim (Êx 16.1);
    9. de Sim a Dofcá (Nm 33.12);
    10) de Dofcá a Alus (Nm 33.13);

 11) de Alus a Refidim (Êx 17 e 1);

12) de Refidim ao Sinai (Êx 19.2).
 

A viagem até o Sinai levou uns dois meses (Scroggie).
 

Para entender a significação espiritual do maná devemos estudar João 6.30-58.

 

Da parte dos israelitas vemos dependência: esperando do céu a provisão diária; diligência: ao colher o maná; prontidão: ao sair de madrugada; perseverança: ao colher diariamente; gratidão, por uma provisão gratuita; compreensão da bondade de Deus em prover o fornecimento.
 

Da parte de Deus vemos longanimidade, no suprir as necessidades do povo, apesar das suas murmurações; recurso inesperado, ao fornecer pão do céu; continuado interesse, no fornecer diariamente; poder criador, ao mandar pão do Céu; vontade soberana; interrompendo o fornecimento aos sábados.
 

Neste capítulo, nosso principal interesse pode ser o maná, porque simboliza Cristo como o pão do Céu. A carne que duas vezes Deus mandou (Êx 16.13 e Nm 11.31), parece mais um símbolo da sua ira (SI 78.27-31), em conseqüência das murmurações do povo.
 

Podemos estudar: 1) O maná fornecido. 2) O maná colhido. 3) O maná interpretado.
   

1) No maná fornecido, vemos:

    a) que Deus sabe das nossas necessidades, e pode supri-las; que Ele ouve as nossas orações;

    b) que Deus sabe não ser possível o deserto deste mundo alimentar a nossa vida espiritual: Ele tem abundantes bens para encher nossas almas: seu fornecimento será suficiente, diário, disponível.

    c) que o pão do Céu é uma coisa que podemos, no princípio, estranhar (v. 15) e que um gosto carnal pode não querer (Nm 21.5). Mas quanto mais nos alimentamos de Cristo, mais satisfação achamos nele.

 

2) O maná colhido. Para aproveitar bem o maná, era necessário atender a certas condições:

    a) era preciso colher cedo: o alimento espiritual deve ser a nossa primeira preocupação cada manhã;

    b) era preciso colher para o próprio sustento;

    c) era preciso colher para a família (para o culto doméstico);

    d) era preciso comer todo o colhido. A verdade de Deus na cabeça mas não na vida pode tomar-se motivo de contenda entre os crentes. O pão do Céu, guardado mas não comido, "criou bichos e cheirava mal".

    e) era preciso não colher no sábado, Em um dia da semana nossa preocupação maior pode ser o dar e não o receber. Quem se alimenta com Cristo toda a semana terá alguma coisa para dar a Deus no domingo, em culto e adoração.

 

3) 0 maná interpretado. Para entendermos a significação simbólica do maná, a comida de Israel no deserto, devemos compará-lo com o "trigo da terra' (Js 5.12), que comeram na Palestina.
() maná estava no deserto, mas não era do deserto. Era pão "do céu". Seu sabor não era terrestre. Era uma figura de Cristo na sua humilhação aqui no mundo, o verdadeiro pão do Céu (Jo 6.32).
O trigo era "da terra'. Seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de Cristo exaltado na glória.
E nós podemos alimentar nossas almas do "maná" e do "trigo" também.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 17

A Rocha ferida. Um símbolo de Cristo (1Co 10.4).

 

Mais uma vez vemos o povo esquecido do poder de Deus, e queixoso, e Moisés em oração conseguindo o recurso necessário. A rocha ferida fornece a água desejada: Cristo ferido satisfaz a nossa sede espiritual (Jo 7.37).

 

"O incidente da rocha ferida simboliza vida mediante o Espírito, por graça.

    1. Cristo é a rocha (I co 10.4).

    2. O povo é de tudo indigno (Êx 172; Ef 2.1-6).

 

   3. Características da vida, por graça divina:

        a) Livre (Jo 4.10; Rm 6.23; Ef 2.8).

        b) Abundante (SI 105.41; Jo 3.16; Rm 5.20).

        c) Perto (Rm 10.8).

        d) O povo só precisava tomar (Is 55.1).

 

A rocha ferida fala do derramamento do Espírito como conseqüência da redenção consumada, e não se ocupa com nossa culpa. Ê o lado afirmativo de João 3.16. 'Não perecer' fala do sangue que expia, 'mas ter' fala de vida" (Scofield).

 

O conflito com Amaleque é o primeiro combate depois de Israel ter saído do Egito. Quando livre do Egito (o mundo), mas não no pleno gozo da Terra Prometida (as nossas bênçãos espirituais em Cristo Ef 1.3), o inimigo que assalta o cristão é a carne.

Nesse conflito vemos os vários contribuintes para a vitória: Josué (mencionado pela primeira vez) em contato com o inimigo; Moisés (apoiado por Aarão e Hur) em contato com Deus mediante a oração. Uma intercessão continuada consegue a vitória.

 

"Então veio Amaleque e pelejou contra Israel" (v. 8). Às vezes uma só palavra é significativa. Imediatamente depois do milagroso fornecimento de água recordado nos versículos 1-7, "então veio Amaleque".

Nenhum motivo por esse assalto se dá, senão a única palavra "então"

 

Estudando o contexto remoto, compreendemos que, numa terra de tal natureza, um manancial de água facilmente seria ocasião de contendas, e um benefício para ser tomado à força.

    Em Gênesis 21.25 lemos de Abraão reprovar Abimeleque por causa de um poço de água que os servos desse tinham tomado por violência.

    Em Gênesis 26.19,20 lemos que os servos de Isaque acharam uma nascente de água, e os pastores de Gerar contenderam com os pastores de Isaque, dizendo que a água lhes pertencia.

    Em Êxodo 2.17 lemos que os pastores enxotaram as filhas de Reuel que vieram tirar água, e que Moisés as ajudou.

   Em Números 20.19 lemos que Israel propôs (em vão) comprar água, caso atravessasse Edom; e que depois se fez a mesma oferta ao rei dos Amorreus.

   Em Juízes 5.11 Débora conta sobre os poços serem cenas de conflitos. Por isso não é de estranhar que um suprimento milagroso de água em Refidim se tornasse imediatamente ocasião de um assalto (J. 358).

   Amaleque, neto de Esaú (Gn 36.12), que "nasceu segundo a carne" (Gl 4.22-29), é progenitor dos amalequitas, inimigos constantes de Israel, e é um tipo da carne no crente (Gl 4.29). Mas o conflito com Amaleque no capítulo 17 ilustra os recursos do homem sob o regime da Lei. O homem sob o regime da Lei podia lutar e orar (vv. 9-12).

 

  Sob o Espírito Santo o crente ganha a vitória sobre a carne (Rm 8.2-4; Gl 5.16, 17), mas esta vitória é somente quando o crente anda no Espírito. No caso de agirmos com independência ou em desobediência, "Amaleque" ganha uma fácil vitória (Nm 4.42-45). Como Saul, tendemos a poupar a carne (1 Sm 15,8,9), esquecendo nos de Romanos 8.8 (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 18

    O sogro de Moisés. Neste capítulo vemos a reunião de Moisés com sua esposa Zípora, depois de uma ausência de uns 15 meses, Aprendemos mais alguma coisa a respeito dela em 2.16-22 e 4.24-26.

    Neste capítulo temos a chegada, o culto, e o conselho de Jetro, particularidades que merecem um estudo detalhado.

    Ele chegou com o projeto de reunir sua filha com o marido, desfazendo assim a desinteligência referida em 4.24-26, e então ouve acerca da grande salvação de Deus consumada no mar Vermelho.

    Disso resulta em ele chegar a conhecer o verdadeiro Deus: "Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses" (v. 11) e, em conseqüência disso, presta culto de adoração a Deus, mediante holocaustos e sacrifícios.

   

    Em seguida, lemos do seu conselho - que o pesado serviço de julgar o povo fosse distribuído entre vários homens escolhidos e competentes. Sobre isto o dr. Scroggie faz as seguintes observações:

        1) Que os sábios podem não ver uma necessidade evidente aos outros.

        2) Que um homem do povo pode muitas vezes fazer uma contribuição importante para o bem comum, como fez Jetro.

        3) Que no serviço de Deus não deve haver monopólio de poder.

        4) Que convém haver distribuição do trabalho.

        5) Que ninguém é capaz de fazer tudo.

        6) Que mais cedo ou mais tarde cada um de nós há de ser substituído e, contudo, a obra de Deus há de prosseguir. Por isso, enquanto vivemos devemos ensinar os outros a tomarem responsabilidade.

        7) Que não convém trabalhar demais, nem de menos.

        8) Que devemos reconhecer a necessidade de outras pessoas.

        9) Que sempre existe uma quantidade de poder não empregado e uma capacidade oculta. Havia isso entre os israelitas.

        10) Que ninguém deve tentar fazer mais do que pode.

        11) Que nunca devemos cansar demasiadamente a paciência do público (v. 13).

        12) Que, para um cargo de responsabilidade, precisa-se de capacidade, piedade, integridade e probidade (v. 21).

       13) Que homens entendidos não devem hesitar em dar conselhos aos governadores, e que os chefes não se devem recusar a receber conselhos e aproveitá-los.

 

Não sabemos por quanto tempo este arranjo continuou, mas em Números 11.11-16 vemos Moisés queixando-se de estar sobrecarregado e sozinho no serviço, e então Deus manda escolher 70 anciãos para o ajudarem no governo do povo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 19

Israel chega ao monte Sinai depois de uma viagem de quase três meses (v. 1).

 

    No Sinai Israel aprendeu as seguintes lições:

1) Mediante os mandamentos, aprendeu a santidade de Deus.

2Mediante seu próprio erro, aprendeu a sua fraqueza e pecaminosidade.

3) Mediante a provisão do sacerdócio e do sacrifício, aprendeu a bondade de Deus.

 

O cristão aprende, mediante a experiência de Romanos 7.7-24, o que Israel aprendeu no Sinai. Esta parte de Êxodo deve ser lida conjuntamente com Romanos 2.19-26; 7.7-24; Gálatas 4.1-3.

Em Gálatas 3.6-25, aprendemos a relação da Lei para com a Aliança Abraâmica: 1) a Lei não pode anular esta aliança; 2) foi "acrescentada" para convencer do pecado; 3) servia de pedagogo até a vinda de Cristo; 4) era uma disciplina preparatória "até que viesse a Semente"

 

"Se atentamente ouvirdes" (v. 5). Aquilo que, sob a Lei, era condicional, é, sob, o regime da graça, dado livremente ao crente. O "se" do versículo 5 é a essência da Lei como um método de ação divina, e é a razão fundamental porque "a lei nada fez perfeito' (Rm 8.3; Hb 7.18, 19).

 

"A aliança com Abraão, e a Nova Aliança (Gn 15.18 e Hb 8.8-12) ministram salvação e certeza porque impõem somente uma condição: a fé" (Scofield).
Nos versículos 3-6 Deus faz lembrar ao povo que Israel tinha sido o objeto da sua espontânea graça: "Vos tecei sobre asas de águias, e os trouxe a mim A Lei não é proposta como meio de vida, mas como o meio para o povo ser "propriedade peculiar", e "povo santo". A Lei não foi imposta como regra antes foi proposta ao povo e aceita por ele.

 

"A resposta do povo (v. 8) revela pouco conhecimento dele mesmo ou de Deus. É possível julgarmos que Deus seja muito fácil de contentar, e nós outros muito competentes para conseguir isso" (Scofield).

 

"Tudo o que Jeová tem falado, faremos" (v. 8). "Aqui começa a quinta dispensação, a da Lei. Esta dispensação se estende do Sinai ao Calvário; do Êxodo à Cruz.

A história de Israel no deserto e em Canaã é uma longa história de violação da Lei. A prova terminou no julgamento dos cativeiros, mas a dispensação propriamente terminou na Cruz. Podemos considerar:

 

1) O estado do homem ao começo (Êx 19,1-3).

2) Sua responsabilidade (Êx 19.5,6; Rm 10.5).

3) Seu fracasso (2 17.7-17; At 2.22,23).

4) O julgamento (2 RS 17,1-6,20; 25.1-11; LC 21.20-24).

 

As outras seis dispensações são: Inocência (Gn 1.28); Consciência (Gn 3.23); Governo humano (Gn 8.20); Promessa (Gn 12.1); Graça (Jo 1.17); Reino (Ef 1.10)" (Scofield).

Notemos neste capítulo o cuidado que Deus tem de desenvolver em Israel uma compreensão da santidade divina. No Egito tinham-se acostumado com as imundas divindades do paganismo, e agora precisam aprender que Jeová é um Deus santíssimo e temível.

 

"A Lei foi dada de três maneiras:
       

    Primeiro verbalmente, em Êxodo Isto era lei pura, sem nenhuma provisão de sacerdócio ou sacrifício, e foi acompanhado das 'ordenanças' (Ex 21.1 a 23.13) relativas às relações de hebreus com hebreus; a isto foram acrescentadas (Êx 23.14-19), direções referentes às três festas anuais, e (Êx 23.2033) instruções sobre a conquista de Canaã. Estas palavras Moisés comunicou ao povo (Êx 24.3-8). Imediatamente, na pessoa dos seus anciãos, foram admitidos à presença de Deus (Êx 24.9-11).

 

    Segundo. Moisés foi então chamado ao monte para receber as tábuas de pedra (Êx 24.12-18). A história então se divide. Moisés no monte recebe instruÇões referentes ao tabernáculo, ao sacerdócio e aos sacrifícios (Êx caps. 25 a 31). No entanto o povo (Êx 32) chefiado por Aarão, transgride o primeiro mandamento. Moisés, voltando, quebra as tábuas escritas pelo dedo de Deus (Êx 31.18; 32.16-19).

 

    Terceiro. As segundas tábuas são feitas, e a Lei escrita novamente (por Moisés?) na presença de Jeová (Êx 34.1,28,29)" (Scofietd).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 20

Os Dez Mandamentos. A aliança mosaica foi dada a Israel com três divisões, cada uma ligada às outras, e, conjuntamente, formando a Aliança Mosaica. São:

    Os Mandamentos, expressão da vontade de Deus para seu povo (Êx 20.1-26);

    Os Juízos, governo da vida social de Israel (Êx 21.1 a 24.11), e

    As Ordenanças a governando a vida religiosa de Israel (Êx 24.12 a 31.18).

 

    Estes três elementos formam "a Lei" como essa palavra se emprega no N. T. (Mt 5.17, 18) .

 

Os mandamentos e ordenanças formaram um só sistema religioso. Os mandamentos foram um "ministério de condenação" e de "morte" ('2 co 3.7-9); as ordenanças deram ao povo, na pessoa do sumo sacerdote. um representante perante Jeová; e, nos sacrifícios, havia uma expiação pelos seus pecados em antecipação da Cruz (Rm 3.25,26; Hb 5.1-3; 9.6-9).

O cristão não está sob a aliança condicional mosaica de obras a Lei, mas sob a Nova Aliança, incondicional de graça (Rm 3,21-27; 6.14,15; Gl 2.16; 3.10-14, 16-18, 24-26; 4.21-31; Hb 10.11-17).

Para as outras alianças, veja-se a do Éden (Gn 1.28); a com Adão (Gn 3.15); a com Noé (Gn 9.1); a com Abraão (Gn 15.18); a Palestina (Dt 30.3); a com Davi (2 Sm 7.16) e a Nova Aliança (Hb 8.8) (Scofield).

 

Ao estudar a Lei de Deus contida nos Dez Mandamentos, devemos sempre ter em memória o resumo da Lei dado por Cristo: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, ? ao teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10.27), e as palavras de Paulo: "o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13.10).


    1) Prefácio. "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa de servidão". Este prefácio merece ser profundamente ponderado. Revela que Deus se ocupa com seu povo; que seu interesse é particular e individual (te tirei); que compreende a natureza das nossas provações; que tem recursos suficientes para nos valer; que tem propósitos de benção a nosso respeito, e tudo isto apesar de nos reconhecer indignos de tamanhos favores.
    Alguém que é protegido por um graúdo deste mundo, naturalmente sente gratidão por isso. No caso de ser protegido por Deus mesmo, apesar de toda a indiferença ou frieza individual, a pessoa deveria amar o Senhor seu Deus de todo o coração.

 

2) Preceitos negativos:

    a. Não ter outro Deus. Ê perfeitamente compreensível que Deus, disposto a ser o único e suficiente recurso sobrenatural do seu povo, proíba um apelo a quaisquer outros poderes sobrenaturais. Por isso entendemos que o espiritismo é proibido a quem crê no Deus vivo.
 

    Proposta emenda de tradução (v. 3): "Não terás outros deuses acrescentados a mim" (R. 89).
 

    b. Não fazer imagem alguma do objeto de nossa adoração. E impossível a criatura humana fazer uma representação superior à sua própria idéia, por isso é-lhe impossível representar dignamente a divindade, pois Deus há de ser infinitamente superior ao nossa mais sublime pensamento.
Os homens que têm feito imagens de seres indignos, e as têm adorado, têm-se tomado, por isso, depravados.

 

    c. Não proferir o nome de Deus levianamente. A freqüência com que este pecado se comete pelos descrentes mostra a necessidade da proibição.
Vários pensamentos relacionam-se com esta proibição: a necessidade de reverência; a conveniência do asseio; a significação do silêncio (Ec 5.2); o decoro no canto dos hinos, a modéstia e humildade que convém na Casa de Oração, etc.

 

O versículo 7 pode ser traduzido: "Não ligarás c nome do Senhor teu Deus com a perversidade" (R.50)   
   O Evangelho ensina-nos uma santa intimidade ao falarmos com Deus mas nunca uma familiaridade.

 

d. Não matar (v. 13). Este mandamento pode incluir toda classe de ofensas contra a pessoa do nosso semelhante. O assassínio é, geralmente, a consumação do ódio, e devemos cuidar de nunca permitir o começo desse mal, com receio de não poder evitar a triste consumação (l Jo 3.15). Este crime é impossível onde há amor ao próximo.

 

e) Não adulterar. Podemos entender isto como incluindo a proibição de todas as ofensas contra a pureza. Ensina.nos o sagrado dever de o povo de Deus controlar as suas paixões.

Aqui também o mal começa no pensamento, e toda a criatura humana pode, com a graça de Deus, controlar seus pensamentos. Podemos e devemos reprovar todo pensamento impuro, receando a consumação em atos impuros.

 

f) Não roubar. Porque cada um pode ganhar seu sustento pelo próprio trabalho, sem dar prejuízo ao seu próximo; porque o amor nos ensina a dar ao nosso próximo e não a tirar dele; porque o roubo, o furto, o jogo destroem, em quem os pratica, todos os mais nobres sentimentos do coração: altruísmo, brio, contentamento, trabalho, fé, paciência.
 

g) Não dizer falso testemunho. Proíbe todas as ofensas contra a verdade. O mentiroso é uma pessoa em quem ninguém confia. Os pais podem ensinar a verdade pelo preceito, pelo exemplo, pela aprovação, e pela Escritura.

 

h) Não cobiçar (v. 17). A cobiça quer para si o que pertence ao próximo. Não é cobiça o menino querer chupar bala quando vê outro menino chupando bala, mas se quer exigir a bala do outro, então é cobiça. A cobiça revela características reprováveis, como descontentamento, inveja, egoísmo, desconfiança do amor de Deus, descrença da bondade divina, falta de amor ao próximo.

 

3) Preceitos positivos
    a. Santificar o sábado. Embora a guarda do sábado fosse um sinal entre Deus e os "filhos de Israel" (Êx 31.17), essa parte da lei tem preciosa instrução para nós cristãos. Ensina-nos:

 

 1. Que trabalhar seis dias em sete é o suficiente.
    2. Que um descanso semanal é proveitoso física, mental e espiritualmente.

3. Que uma preocupação constante com o trabalho material pode resultar em prejuízo espiritual.

4. Que Deus compreende melhor do que nós qual o nosso maior proveito.

5. Que o povo de Deus, nos seus dias disponíveis, tende a ocupar-se com serviço espiritual.

6. Que o homem precisa trabalhar seis dias para merecer o descanso no sétimo.

 

b) Honrar os pais. Aprendemos que os seres mais próximos que devemos amar são os pais, que merecem nosso primeiro respeito, Visto que os filhos não nascem sabendo: os pais precisam ensinar-lhes tudo.

 

Para o filho poder respeitar o pai, este necessita ser respeitável. Se a mãe diz à criança que um passarinho vai sair da máquina fotográfica, a criança não respeitar a sua veracidade; se o pai grita com seus filhos, estes não podem respeitar a sua serenidade; se ele é preguiçoso, o filho não há de respeitar o seu trabalho; se ele dá prejuízo aos vizinhos, o filho não respeitará a sua bondade.

 

A honra devida ao pai inclui obediência, respeito, atenção, submissão e, mais tarde, socorro (Mc 7.10,13).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 21 e 22

 

De 20.22 em diante mencionam-se certas leis dadas a Moisés por Jeová. Podemos notar:

 

    a. O cuidado divino para com os servos ou escravos - provavelmente pessoas que se tinham vendido para pagar dividas, ou por outros motivos (21.1-11).

    b. A lei da pena capital para o assassínio (12-14), de acordo com o ensino de Gênesis 9.6.

    c. A lei da restituição (17-36).

    d. A lei do furto (22.1-5),

    e. A lei do aceiro (2'2.6).

    f. A lei do empréstimo (7-15).

    g. A lei da sedução (16),
 

E seguem ainda outras leis para o governo da vida social dos israelitas.
 

Proposta emenda de tradução (22,2): for achado arrombando uma casa.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 23

Este capitulo ensina como o povo de Israel devia agir com diferentes classes de pessoas: o perverso (1); o pobre (3,6); o inimigo (4,5); o inocente e o justo (7); o peregrino (9); o filho de uma escrava (12); o anjo do Senhor (20,23).
 

"Não cozerás um cabrito no leite da sua mãe" (v. 19). O verdadeiro sentido deste versículo parece ser a interpretação dada pelo dr. Cudworth, e tirada de um manuscrito pertencente a um judeu caraíta.

"Era o costume dos antigos pagãos, depois da colheita das primícias, tomar um cabrito e fervê-lo no leite da mãe; e então, como uma espécie de mágica, espargir o leite sobre as árvores, campos, hortas, etc., pensando que assim haviam de os tomar mais frutíferos. Por isso Deus proibiu ao seu povo usar tais ritos idólatras" (T)


O texto áureo do capítulo bem poderá ser o versículo 8: "Não aceitarás peita, pois ela cega aos que têm vista, e perverte as palavras dos justos'
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 24

 

Uma visão de Deus. Por expresso convite divino, os setenta anciãos, com Moisés, Aarão, Nadabe e Abiú, têm uma visão de Deus, e adoram "de longe' somente a Moisés é permitido aproximar-se.

 

Ficamos pensando se estes setenta anciãos seriam os mesmos de Números 11.16, escolhidos para tornar parte no governo do povo. Certamente um bom preparo para um cargo de responsabilidade seria ter uma visão de Deus.

 

Moisés sobe ao monte sozinho, e fica ali a espera, seis dias, coberto pela nuvem, e no sétimo, ouve e vê a divina revelação. Havia de sentir-se muito afastado do povo, muito chegado a Deus, muito impressionado pelas circunstâncias extraordinárias do momento, muito preparado para ouvir a revelação da vontade de Deus.

O crente ainda hoje pode ter alguma experiência parecida, talvez quando uma grave doença o leva para um período de afastamento do mundo em redor, e ele se sente mais chegado a Deus e mais disposto a ouvir a voz divina,
 

 

A ocupação do momento foi a confirmação da aliança ou pacto (v. 7). "Há dois tipos de alianças:

1) um concerto mútuo, com condições de parte a parte; e

2) um concerto de graça, quando todas as promessas são de um lado, sem condições. Aqui temos um caso do primeiro. Em Hebreus 8.10-12, do segundo" (Goodman).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 25

Objetos simbólicos. Daqui até o fim do Êxodo, o povo está acampado em volta do Sinai. Moisés está no monte, onde fica por quarenta dias (24.18) e parece que Josué está com ele (24.13 e 32.17). Ali, a sós com Deus, Moisés ouve revelações e recebe instruções referentes aos objetos do culto simbolizado que havia de haver em Israel.

 

 

Este capítulo fala em ajuntar os materiais necessários para a construção do tabernáculo, mas é nos capítulos 26 e 27 que ele é descrito detalhadamente.

"Compreendemos que o livro de Êxodo tem valor típico, no que diz respeito às pessoas e acontecimentos, pelo ensino de 1 Coríntios 10.1-11. E no que diz respeito ao tabernáculo, por Hebreus 9.1-'24. Tendo a certeza de que no tabernáculo tudo era típico, os detalhes também haviam de ser. Dois avisos são necessários:

    1) nada pode ser dogmaticamente chamado um tipo sem que haja expressa autoridade para isso no Novo Testamento, e

   2) todos os tipos que carecem dessa autenticidade devem ser reconhecidos como tendo apenas a autoridade de uma analogia. () valor típico dos materiais e das cores é geralmente interpretado assim: ouro, divindade manifestada, glória divina; prata, redenção (Êx 30.11-16; 38.27); latão (cobre), figura do juízo, como no altar de latão e a serpente de cobre (Nm 21.6-9); azul, o que é celestial, em natureza ou origem; púrpura, realeza; escarlata, sacrifício" (Scofield).

 

"O tabernáculo havia de ser em todas as suas partes um tipo de Cristo, que era o verdadeiro tabernáculo que o Senhor armou, e não o homem ' (Hb 8.2). Cristo veio 'por meio do maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos de homens' (Hb 9.11). O corpo sem pecado e santo que Deus lhe preparou era esse mais perfeito tabernáculo, em que Ele cumpriu tudo que o tabernáculo no deserto simbolizava" (Goodman).

 

A arca. Uma caixa feita de madeira de acácia (V B.) e coberta de ouro (v. 10) com uma tampa chamada o propiciatório, ou lugar de encontro de Deus com o seu povo. Cristo é nosso "propiciatório" (Rm 3.25 e 1 Jo 2.2), onde podemos encontrar com Deus e ter comunhão com Ele, e achar misericórdia e graça (Hb 4.16).

Nas duas extremidades da tampa, havia figuras de querubins, feitas em ouro; e, dentro da arca, segundo diz Hebreus 9.4, um vaso de ouro contendo maná, a vara de Aarão, e as duas segundas tábuas da Lei. Podemos entender que a Arca era uma figura de Cristo, o qual podia dizer como o salmista: "A tua lei está dentro do meu coração". Ele é o verdadeiro pão do Céu, e exerce um sacerdócio maior do que o de Aarão (Hb 7.11).
 

"O pátio continha a Tenda; a Tenda continha o Santíssimo; o Santíssimo continha a Arca, a Arca continha a Lei, e a Lei era a vontade revelada de Deus, da qual Cristo era a personificação e a expressão" (Scroggie).

 

A mesa para os pães (23-30). Os pães havemos de estudar em Levítico 24.5-9. Aqui temos apenas a mesa onde eles deviam ser postos. Devemos notar que enquanto no Santíssimo - o recinto interior do tabernáculo - havia somente a arca, no Lugar Santo - o recinto exterior - havia a mesa, o castiçal e o altar de incenso.

 

Candeeiro de ouro. (31-40). Assim como nas moradias humanas há comida e luz artificial, Deus consentiu em haver as mesmas coisas na casa dele. Porém, visto que Deus não precisava comer o pão, isso era dado aos sacerdotes para seu sustento (Lv 24.9); e a luz do candeeiro, que pode falar de testemunho, faz-nos pensar que a luz que brilha no povo de Deus para a iluminação do mundo (Mt 5.14) brilha, ao mesmo tempo, perante Deus no seu santuário (Rm 1.9; 2 co 2.15).

 

"Compare-se com Apocalipse 1.12-20 e notem-se as semelhanças e diferenças. Aqui sete lâmpadas em um só castiçal, simbolizando unidade; ali sete diferentes candeeiros, simbolizando diversidade: uma, característica da velha dispensação; outra, da nova" (Scroggie).

 

Quando estive em Roma, em 1905, vi no Arco de Triunfo, construído pelo imperador Tito em comemoração da captura de Jerusalém, uma escultura do sagrado castiçal dos judeus, tirado então, por suposto, do templo de Herodes, mas, provavelmente, conservando o mesmo aspecto do castiçal primitivo do tabernáculo. S.E.M.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 26


As cortinas (1-14). Há uma interpretação que percebe um simbolismo instrutivo e espiritual em todos os pormenores do tabernáculo, seus materiais e suas medidas. Neste livro não havemos de acompanhar minuciosamente essa interpretação, mas os que desejam investigá-la podem consultar "The Numerical Bible", por F. W. Grant. A seguir damos alguma coisa do que ele escreve sobre as cortinas:

 

"As cortinas falam, como seu material mostra, da justiça prática, como faz também o linho fino que cobre a noiva em Apocalipse 19. 'O linho finíssimo são os atos da justiça dos santos' (Ap 19.8,V.B.) e tais vestimentas precisam ser lavadas no sangue de Cristo para serem embranquecidas (Ap 7.14 e 22.14) - uma clara prova de que elas (as vestimentas) não são um símbolo de Cristo nossa justiça, que não necessita ser purificado.

 

"Mas não ternos apenas o linho fino: azul, púrpura e escarlata entram na combinação. Quase não necessitamos a garantia de Maimonedes, que afirma ser a primeira destas cores 'a cor do firmamento', para reconhecermos aqui o símbolo do celestial. A púrpura e a escarlata são cores reais, e bem se podem referir à dupla realeza de Cristo, como Rei de Israel, 'a raiz de Jessé é aquele que se levanta para governar os gentios'.

 

Para isso, o apóstolo cita Isaías em Romanos 15.12. E isto fica ainda mais claro se, como Keil diz, e a tradução literal parece confirmar, que o azul, a púrpura e a escarlata referem-se às figuras de querubins que eram bordadas nestas cortinas e no véu. Os querubins simbolizam governo divino, como já temos visto, e assim achamos aqui o Rei do reino de Deus mui claramente declarado..."

 

As tábuas do tabernáculo (15-30). Nem sempre haviam sido tábuas. No estado natural eram árvores, que deviam ser derrubadas, serradas, aparelhadas para remover tudo o que havia de obstar chegas sem a ser tábuas boas e lisas, Depois foram novamente levantadas, colocadas sobre as bases de prata, o metal que simboliza a redenção (Êx 30.12-16; Lv 5.15), e cada tábua coberta de ouro.

 

Então haviam de ser coordenadas, cada uma no seu devido lugar no santuário de Deus, e cada uma ligada com as cinco travessas de madeira de acácia coberta de ouro (26 a 30). Podemos fazer uma comparação disto com o caso dos crentes imprestáveis no seu estado natural para construir a Casa de Deus, mas, derrubados pela convicção do seu pecado, aparelhados pelo ensino da Palavra, firmados sobre a redenção que há em Cristo, revestidos do "ouro", de um caráter irrepreensível - revestidos de Cristo -, colocados por Deus mesmo na sua Igreja (I co 12.'28), ligados uns aos outros, e, assim unidos, constituindo um santo templo do Senhor (2 Co 6.16).

 

O véu que separava o lugar santo do santíssimo (v. 33). Para compreender a significação desse véu devemos consultar Mateus 27.51 e Hebreus 9.3,6-9, 10.20.

 

"0 véu interior é tipo do corpo humano de Cristo (Mt 26.26; 27.50; Hb 10.20). Este véu, vedando a entrada ao santíssimo, era um símbolo expressivo da verdade que 'pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada' " (Rm 3.20; Hb 9.8).

Rasgado por mão invisível quando Cristo morreu (Mt 27.51), dando assim acesso imediato a Deus para os que chegassem pela fé, significa o fim de todo o legalismo: o caminho para Deus ficou aberto. É significante que os sacerdotes devem ter remendado o véu que Deus rasgara, pois os serviços do templo continuaram por quase mais 40 anos.

Esse véu remendado é o legalismo reprovado na carta aos Gálatas (e tem seu equivalente hoje no sabatismo), é a tentativa de colocar o crente sob o regime da Lei (Gl 1.6-9). Tudo que anuncia outra coisa a não ser 'a graça de Deus' é 'outro evangelho' e está sob anátema" (Scofield).

 

A divisão do santuário pelo véu em lugar santo e lugar santíssimo era característica do judaísmo (Hb 9.2-8), e para nós tal divisão não existe - o rompimento do véu tem feito dos dois, um só lugar. Isto nos mostra de que maneira a Lei, "sendo a sombra dos bens vindouros", não era a mesma imagem delas (Hb 10.1), um fato cheio de significação, que não dá motivo para fazermos pouco caso do ensino simbólico do V. T. Pelo contrário, tal significação na Lei está cheia de sentido.

 

"O caminho para o lugar santíssimo", para a própria presença de Deus, não podia ser aberto enquanto a humanidade ainda dependesse da aprovação da Lei: como teria ela se gloriado em si mesma se tivesse sido assim! Por outro lado, para os pecadores confessadamente sob a condenação da Lei, a morte de Cristo tem rasgado o véu e espargido sangue sobre o propiciatório. A palavra para nós tão diferente do mandado a Israel é "cheguemo-nos com um coração sincero em plena certeza da fé" (Hb 10.22) (Grant).

 

"É necessário distinguir entre o Tabernáculo (mishkan) e a Tenda (ohel). Em resumo, a construção toda era o tabernáculo, e aquela parte chamada o Lugar Santo, era a tenda (27.21). Todo o conjunto simbolizava a presença de Deus com seu povo (Jo 1.14) e também o meio de o povo aproximar-se de Deus (Hb 9.1-12)" (Scroggie). Mas em 40.19 lemos: "Estendeu a tenda por cima do tabernáculo, e pôs a coberta da tenda por cima' .

 

Em 39.32 e 40.2 temos as duas palavras juntas: "o tabernáculo da tenda da congregação" ("revelação" V.B.).
Precisamos investigar o sentido da palavra hebraica "moed" que Almeida traduz congregação, Figueiredo testemunho, V.B, revelação, e a versão espanhola de Pratt "reunion" ou "de entrevista' .

 

O sentido literal da palavra, segundo Dr. Robert Young, é um encontro ou um lugar de encontro.

Parece que o sentido simples é que o tabernáculo (ou, mais explicitamente, o propiciatório dentro do tabernáculo) era o lugar onde Deus havia de se encontrar com seu povo - representado por Moisés ou os sacerdotes - e revelar a sua vontade.

 

Aprendemos de 33.7-11 que mesmo antes da construção do tabernáculo havia uma "Tenda de revelação (encontro) " provisória onde "falava Jeová a Moisés frente a frente, como um homem fala ao seu amigo
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 27

O altar e o átrio. O israelita piedoso, querendo aproximar-se do Senhor para o servir, descobria imediatamente que a Casa de Deus estava cercada; e, para chegar mais perto, havia de entrar pela porta do átrio (Jo 10.9). A primeira coisa que ele encontrava dentro do átrio era o altar, o tabernáculo, e a pia (30.18), que lhe falava de purificação. Então, para poder entrar no santuário e tomar parte no serviço divino, era preciso pertencer à família sacerdotal um "novo nascimento".
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 28

Sacerdotes e vestes sacerdotais, A ocupação dos sacerdotes era servir a Deus (v. 1) e a dos levitas, servir aos sacerdotes (Nm 3.5-9; 9.19). No cristianismo, toda a igreja local deve ser como um sacerdócio santo, a fim de oferecer sacrifícios espirituais (1 Pe 2.5); e os crentes que têm ministério de proveito e ajudam os "sacerdotes" no seu serviço espiritual são comparáveis aos levitas do Velho Testamento.

 

Vemos que os sacerdotes precisavam não somente ter parentesco com o sumo sacerdote (Hb 2.11), mas haviam de ser revestidos exteriormente com "vestiduras, para glória e formosura". O crente renascido que é bem "revestido de Cristo" pode melhor oferecer sacrifícios de louvor (Hb 13.15).

Em Hebreus 5.1-3 temos outro aspecto do serviço sacerdotal. Um sacerdote é "constituído a favor dos homens nas coisas pertencentes a Deus' isto é, ele entra na presença de Deus a favor dos outros.

 

Aarão, o sumo sacerdote, era uma figura de Cristo, nosso Sumo Sacerdote (Hb 7.26-28). Suas vestimentas falam-nos da dignidade do seu caráter e sua obra.

 

Três objetos nos ocupam neste capítulo: o Éfode (estola), o Peitoral, o Urim e Tumim. F. W. Grant, com outros expositores, entende que este último é o conjunto de pedras preciosas no peitoral, e, visto que mui pouco se encontra na Bíblia a seu respeito, podemos aceitar a idéia, ao menos provisoriamente.

 

O éfode era a parte das vestimentas sacerdotais que ia sobre os ombros do sumo sacerdote e nele havia as duas pedras de ônix, cada uma gravada com os nomes de seis tribos de Israel.

 

No peitoral havia as doze pedras diferentes, cada uma com o nome de uma das tribos. Assim vemos a totalidade do povo de Deus levada nos ombros do sumo sacerdote - no lugar de poder - e, individualmente, cada tribo com uma distinta preciosidade atribuída, e levada no peitoral "sobre seu coração (v. 30) no lugar de afeição".

 

Quanto ao Urim e Tumim, o Dr. Scofield diz: "Urim e Tumim significam 'luzes e perfeições'. Alguns entendem que isto é simplesmente um nome coletivo pelas pedras no peitoral, de maneira que o efeito total das doze pedras é manifestar a 'luz e perfeição' daquele que é o antítipo do antigo sumo sacerdote.

Mas isto não combina com Levítico 8.8, que parece mostrar evidentemente que 'o Urim e Tumim' são acrescentados às pedras do peitoral. No seu uso o U. e T. eram ligados, de algum modo não claramente explicado, com a indagação da vontade divina em certos casos difíceis (Nm 27.21; Dt 33.8; 1 Sm 28.6; Ed 2.63).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 29

Ensino sobre a consagração dos sacerdotes. Neste capítulo temos o ensino, e em Levítico 8.1 vemos esse ensino posto em prática.
As divisões deste capítulo podem ser:
1-4 - A consagração dos sacerdotes: as ofertas.
5-7 - Referentes ao sumo sacerdote.
8-9 Referentes aos sacerdotes.
10-25 - Referentes aos sacrifícios.
26-37 - A comida dos sacerdotes.
38-46 - O holocausto contínuo.

 

Notemos:

 

a. O propósito do sacerdócio era servir a Deus: "a fim de que me sirvam no oficio sacerdotal" (v. 1).

b. Para o serviço ser aceitável, era preciso haver sacrifício, e o sangue ser aplicado na orelha, no dedo polegar, e no pé (v. 20) - a obra expiatória de Cristo aplicada a todas as nossas atividades.

c. Além da expiação. tinha de haver purificação (v. 4). Com isto podemos ligar João 13.10 e Tito 3.5,

d. Os servos de Deus deviam ser revestidos dignamente. O aspecto exterior, é evidente, havia de ser o que Deus pudesse aprovar.

e. Os sacerdotes eram nutridos com a carne dos sacrifícios (v. 28). Com isso podemos comparar João 6.54-56.

 

"Expiação" (v. 33, etc.) A palavra hebraica "kaphar" geralmente traduzida por expiação significa cobrir. Segundo o ensino bíblico, o sacrifício prescrito pela Lei "cobria" o pecado do ofertante e conseguia o perdão divino. Deus' cobriu, ou "deixou de lado" (Rm 3.25) o pecado, na perspectiva do sacrifício de Cristo, porque "não era possível que o sangue de touros e de bodes tirasse pecados" (Hb 10.4). A palavra não se encontra no N. T. (Scofield).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 30

 

O altar do incenso. "Tipo de Cristo nosso intercessor (Jo 17.1-26; Hb 7.25) por quem nossas orações e louvores sobem a Deus (Hb 13.15; Ap 8.3,4). Tipo também dos sacrifícios de culto e louvor dos crentes sacerdotes (Hb 13.15).
 

"A descrição do altar do incenso encerra o assunto da consagração dos sacerdotes, e outro assunto é' introduzido com as palavras: 'Disse mais Jeová a Moisés' (v. 11). Para encontrar estas palavras anteriormente, teríamos de voltar ao capítulo 25, visto que todo o assunto referente ao tabernáculo é um só discurso continuado. Contudo, essas palavras ocorrem seis vezes dentro dos limites de dois capítulos" (Grant)

 

O lavatório (v. 18) tipo de Cristo purificador de toda a contaminação (Jo 13.2-10; Ef 5.25-27). É significante que o sacerdote não podia entrar no santuário depois de servir ao altar de bronze, até ter lavado as mãos e os pés.

Este capítulo interroga sobre quem pode chegar-se a Deus em adoração, e a resposta é: 1) os remidos (11-16); 2) os purificados (17-21); 3) os ungidos (22,33).

Notemos com respeito ao óleo santo e ao santo incenso, que nem um nem outro podia ser empregado vulgarmente: foram reservados para fins sagrados (32,38). Parece-nos quase um sacrilégio cantar as músicas dos hinos com palavras profanas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 31

 

Os artífices da obra do tabernáculo. "Deus agora chama por nome os obreiros humanos que deviam levar adiante seus planos pelo poder do Espírito. Em Bezaleel, Judá vem à frente na obra do santuário, de acordo com o sentido do seu nome ('na sombra de Deus') e com a profecia de Jacó (Gn 49.9, 10).

Dã fornece seu ajudante na pessoa de Aoliabe. Mas, além disso, Deus pôs sabedoria nos corações de todos os homens hábeis (v. 6) e os empregou na construção da sua morada. Isto é fácil de interpretar, mas convém compreendermos mais da sua significação! " (Grant).

 

O sábado, um sinal. Notemos o ensino explícito que "o sábado é um sinal perpétuo entre mim e os filhos de Israel" (v. 17). Foi assim que Deus teve por bem fazer diferença entre Israel e os gentios em redor. Não há nenhuma escritura que diga ter Deus concedido aos gentios o privilégio desse dia de descanso.

 

Na roça, às vezes, ouve-se tocar uma corneta na hora do almoço a fim de reunir os empregados para a refeição. Um estranho, passando, pode perguntar a significação da corneta, e ser assim informado: "Isso é um sinal entre o patrão e seus empregados. Não tem nada com outra gente".

 

Se o cristão tem o costume de guardar o domingo, isso não pode ser porque aos israelitas foi mandado guardar o sábado, nem ele faz isso "porque em seis dias fez Jeová o Céu e a Terra, e ao sétimo descansou e achou refrigério ": O cristão provavelmente pensa mais na ressurreição de Cristo do que propriamente na criação do mundo.

 

Israel chegara ao Sinal pelo fim do capítulo 19, e ainda permanece ali até o fim do capítulo 31. Todos esses capítulos se ocupam com as instruções recebidas por Moisés sobre o monte; e, por suposto, foram escritas por ele ali mesmo , para depois serem incorporadas no livro de Êxodo.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 32

 

O bezerro de ouro. Depois de onze capítulos ocupados com ensinos referentes ao tabernáculo e seu serviço, continua a narrativa histórica, e Moisés está pronto para descer do monte. O que encontra logo em seguida é o bezerro de ouro. "Se fosse preciso alguma coisa para ensinar-nos a incapacidade da Lei para mudar o coração humano, encontramo-la nesta história do bezerro de ouro.

 

Depois das notáveis cenas de glória em volta do monte Sinai, era de pensar que o povo tivesse medo de ultrajar os mandamentos e quebrar o solene concerto de sangue em que entrara. Mas tal é 'a carne', e a Lei não podia efetuar a libertação do homem, por ser 'fraca pela carne' (Rm 8.3). Tal é a lição principal que Deus quer ensinar aos homens por essa dispensação da Lei. Há somente um remédio: 'necessário vos é nascer de novo' (Jo 3.7)" (Goodman).

 

O capítulo contém muitos ensinamentos. As tábuas da Lei foram arrojadas ao chão por Moisés, no momento da sua indignação (v. 19). Segue-se uma vingança sanguinária e os filhos de Levi são os instrumentos dela (v. 26). No dia seguinte, Moisés intercede pelo povo (v. 30-32), Ele confessa a extensão do pecado: roga o perdão divino: oferece-se como substituto do povo pecaminoso (32) e, afinal, torna a aceitar a tarefa de chefiar o povo de Deus nas suas futuras peregrinações (33.1).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 33

 

Deus retira a sua presença, mas promete mandar um anjo com o povo (v. 2).

Notamos uma diferença no versículo 7: "Ora Moisés costumava tomar a tenda e armá-la fora do arraial" na V.B., e não: "Moisés tomou a tenda" como em Almeida, que parece dar a entender que o costume se originou nessa ocasião, devido ao pecado do povo. Podemos subentender duas palavras na V. B. "Moisés costumava [deste então] tomara tenda". Em qualquer caso vemos que a presença de Deus não havia de estar desde então no meio do povo, "porque és povo de cerviz dura; para que não te consuma eu no caminho" (v. 3).

 

A Tenda referida aqui não era o tabernáculo, que ainda não tinha sido construído. Era alguma Tenda provisória consagrada, para onde "todo aquele que buscava a Jeová saía" (v. 7).

 

Moisés pede uma revelação de Deus. Vemos dois pedidos: "Mostra-me os teus caminhos" (v, 13), e "Mostra-me a tua glória" (v. 18). O primeiro faz-nos lembrar o Salmo 103.7: "Manifestou os seus caminhos a Moisés; os seus feitos aos filhos de Israel". Israel podia observar "o quê", mas Moisés queria saber "por quê?'

 

Quando Moisés pediu para ver a glória de Deus, pediu mais do que podia receber. A glória de Deus, a plena revelação de tudo quanto Ele é, nenhum pecador pode contemplar sem a obra expiatória que tire o seu pecado. Mas Deus misericordiosamente mostrou-lhe a sua bondade e a sua misericórdia (v. 19) e Moisés teve de se contentar com isso. Séculos depois, Moisés e Elias viram a glória de Deus na face resplandecente de Jesus Cristo, e falaram sobre a morte expiatória que Ele ia tão logo sofrer (2 Pe 1.16,17).

 

Êxodo 33.20 e 23 ensina-nos que as palavras "cara a cara no versículo 11, não são para entender ao pé da letra. São um bem-conhecido hebraísmo que não significa mais do que "intimamente". Contudo compreendemos que Moisés gozava de muito mais intimidade com Deus do que qualquer dos patriarcas anteriores

A vida eterna que Cristo dá aos seus discípulos é caracterizada por um conhecimento íntimo do Pai e do Filho (Jo 17.2). (Veja-se também João 14.21.)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 34

A renovação das tábuas, etc. Neste capítulo os versículos 18 a 20, com seu ensino sobre os primogênitos, repetem o que já lemos em 13.11 a 13, e o  ensino de 21 a 26 repete o que temos em 23.12 a 19. Grande parte do ensino deste capítulo é recapitulada em Deuteronômio 10.

 

O fermento (v. 25). "O emprego desta palavra é sempre em sentido mau na Escritura"

1) Havia de ser banido na ocasião da Páscoa (Êx 12.15).

2) Não podia estar em contato com qualquer sacrifício (Êx 34.25; LV 2.11; 10.12).

3) É parecido com as doutrinas corruptas dos fariseus e saduceus (Mt 16.6), e de Herodes (Mc 8.15).

4) Foi mandado à igreja de Corinto "purificar-se do velho fermento" (1 Co 5.7), porque um pouco de fermento leveda toda a massa (v. 6).

5) É usado como um símbolo de "malícia e iniquidade" (1 Co 5.8).

 

Em face de tudo isto, como poderá alguém interpretar o fermento em sentido totalmente oposto, como se fosse uma coisa boa em si e na sua operação e seus efeitos?
 

As supostas exceções são:
 

"1) Levítico 23.9-20: O 'molho-moido' das primícias era sem fermento. Mas no versículo 17 os 'dois pães para serem movidos' oferecidos 50 dias depois, deviam ser feitos com fermento. Esta distinção se fez porque o 'molho movido' representava Cristo, primícias da ressurreição, sem pecado (1 co 15.'23); enquanto os dois pães representavam os que receberam seus dons 50 dias depois (At 2.1-4), e que tinham pecado e corrupção em si. E por isso que o fermento estava nos pães, e não no molho.

 

"2) Amós 4.4,5. Mas aqui o oferecer um sacrifício de ação de graças com fermento é chamado 'multiplicação de transgressões'.
 

"3) Mateus 13.33. A parábola do fermento escondido em três medidas de farinha. Isto é uma das parábolas do Reino, e por isso, não tem nada com a Igreja" (J. 261).
 

O rosto de Moisés resplandece. "Este incidente é referido em 2 Coríntios 3.7, 13: "os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés em razão da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo... Moisés... punha um véu sobre o seu rosto, para que os filhos de Israel não fixassem os olhos no final daquilo que se desvanecia.

 Para entender isto devemos ler o versículo 33 deste capítulo como está na V.B. "Tendo Moisés acabado de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto", pois é evidente que viram seu rosto sem véu (35) e não podiam suportar a glória, e que Moisés cobriu-o depois, não meramente para aliviar os olhos deles, mas para que não descobrissem que a glória passava, As lições espirituais que devemos colher deste fato são:

 

1. Que a Lei era gloriosa, isto é, cheia de dignidade e majestade.

2. Que os homens não podiam encará-la. A Lei os condenava: exigia aquilo que, no seu estado decaído, não podiam fazer.

3. Contudo, como um concerto de obras, era provisória, e ia passar.
 

"O Homem nunca podia achar descanso na Lei. Mas, ao momento, Israel não devia saber isso. Por isso Moisés cobriu seu rosto para que não descobrissem o caráter transitório da Lei. Israel ainda procura descansar na Lei: seu coração ainda está com véu, como é o de todo pecador que espera ser justificado pela Lei.

Somente quando os homens se voltam para Cristo é que é removido o véu (2 Co 3.16), e descobre se o fato de que a Lei tem seu cumprimento em Cristo; que somente nele há liberdade, e que somente em contemplar a glória mais excelente manifestada na sua pessoa podem ser "transformados na mesma imagem, de glória em glória, como pelo Senhor, o Espírito' (2 Co 3.18)" (Goodman).
 

Proposta emenda de tradução (v. 13): "os seus bosques de idolatria cortarás
 

Aparentemente há uma contradição entre o versículo 1, onde Deus diz que Ele vai escrever a Lei sobre as novas  tábuas, e o versículo 28 onde lemos que Moisés a escreveu, Todos os outros trechos do V. 'T. que falam do assunto dizem que Deus escreveu. Talvez a explicação se encontre em 2 Coríntios 3.7 que fala da Lei como "ministério da morte, escrito e gravado em pedras Podemos entender que Deus escrevesse nas segundas pedras, e que Moisés gravasse as palavras mais tarde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 35 A 39

Estes capítulos descrevem a construção do tabernáculo, referindo-se às coisas que já temos considerado: cortinas, tábuas, arca, mesa, castiçal, altares, etc. de maneira que não precisamos tornar a explicá-las. Notemos a contribuição (35.4-9) dos materiais; o trabalho (35.10), não somente dos dois artífices principais, mas de todo homem hábil, cooperando as mulheres também (35.25). E nós ainda podemos contribuir e trabalhar para a construção do templo espiritual de Deus!

 

Em 38.8 "os espelhos das mulheres" não eram, nesse tempo, de vidro, mas de cobre polido.
 

Lemos em 39.32: "Assim se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda de encontro", mas ainda faltava a ordem divina para armá-lo. Em todo o caso Moisés examinou tudo, aprovou a obra, e abençoou o povo (39.43).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO DO ÊXODO CAPÍTULO 40

 

Deus manda levantar o tabernáculo, e Ele escolhe o dia da inauguração exatamente depois de ter completado um ano desde a saída do Egito (v. 17). Tudo está posto no seu devido lugar, e o véu dividindo o santo do santíssimo (v. 21).
 

É evidente que o conjunto harmonioso de todo o tabernáculo dependia de cada tábua, cada cortina estar no seu devido lugar. E é assim com a Casa de Deus hoje? Um só crente que não esteja no seu lugar junto com os outros, faz falta, e a casa está defeituosa.
 

Afinal "erigiu o átrio ao redor do tabernáculo e do altar, e pendurou o anteparo da porta da átrio' (v.33). O átrio separava a Casa de Deus do arraial de Israel, como a Igreja de Deus hoje deve estar separada do mundo em redor.
 

A glória do Senhor encheu o tabernáculo, e sem isso toda a riqueza de ouro, púrpura e linho fino de nada valia. "O Tabernáculo, havendo sido construído de acordo com o modelo divino, foi enchido da divina glória, mas somente depois de ter sido espargido com sangue precioso (Nm 19.4), e ungido de azeite santo (Lv 3.10).

 

Na Dispensação da Graça, somente na Pessoa de um Salvador crucificado e ungido, pode Deus habitar entre os homens" (Student's Commentary).
 

"O que a glória divina era para o Tabernáculo e o Templo, é o Espírito Santo para o "santo templo" que é a Igreja, como também para esse "templo" que é o corpo do crente (l co 6.19) (Scofield).
 

 

REFERÊNCIAS AO ÊXODO NO NOVO TESTAMENTO
 

As citações são geralmente feitas com esta fórmula "Está escrito", e também com outras.

 

Os dez mandamentos (Êx 20) são citados em Mateus 5.21,27,33 15.4,6 e 19.18; Lucas 13.14 e 23.56; Romanos 2.22, e 7.7; 13.9; Efésios 6.2,3; e Tiago 2.11.

 

 Vede também as seguintes referências:
Êx 3.6  - Mt 22.32 e Mc 12.26
Êx 9.16 - Rm 9.17
Êx 12.46 -  Jo 19.36
Êx 16.18 - 2 co 8.15
Êx 21.17 - Mt 15.4; Mc 7.10
Êx 21.24 -  Mt 5.38
Êx 22.28 - At 23.5
Êx 25.40 - At 7.44 e Hb 8.5
Êx 32.6 1- Co 10.7
Êx 33.19 - Rm 9.15


Passagens referentes a incidentes e pessoas:


Êx 6.6 - Libertação do jugo egípcio (At 13.17).
Êx 19.12,13 - Israel defronte do Sinai (Hb 12.18.
Êx 26.33 Construção do Tabernáculo (Hb
Êx 30.10 - O sumo sacerdote no lugar santíssimo (Hb 9.7).
Êx 34.33 - O véu na face de Moisés (2 Co 3.13).
 

Leia em Atos dos Apóstolos (cap. 7), onde Estevão se refere muitas vezes a narrações do Êxodo.
 

Alusões e paralelos: 33.14; ao nome divino: ' u sou " referem-se João 8.58; Apocalipse 1.4,8, 11.17, e 16.5.

 

Comparai também 4.19 com Mateus 2.20; 8.19 com Lucas 11.20, "o dedo de Deus";

 

12.40 com Gálatas 3.17, "quatrocentos e trinta anos'

 

19.5,6 com Tito 2.14, 1 Pedro 2.5,9, e Apocalipse 1.6, 5.10, 20.6;

 

24.8 com Mateus 26.28, Hebreus 919,20; 31.18 com 2 Coríntios 3.3;

 

32.33, "a livro da vida", com Lucas 10.20; Filipenses 4.3; Hebreus 12.23, Apocalipse 3,5, e 22.19.

 

Há também várias concordâncias de palavras, como no caso do Gênesis (Angus).

 

 

 

 

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