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Levítico

LIVRO DE DEUTERONÔMIO

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INTRODUÇÃO:

 

 

Deuteronômio trata dos últimos conselhos de Moisés a Israel em vista de sua próxima entrada na Terra. Contém um sumário das peregrinações de Israel no deserto, repete o Decálogo a uma geração que nascera no deserto, dá as instruções necessárias para a conduta do povo na Terra, e contém o pacto palestiniano (30.1-9). O Livro respira a inflexibilidade da Lei.

 

É importante notar que, enquanto a Terra foi dada incondicionalmente a Abraão e à sua semente no Pacto Abraâmico (Gn 13.15; 15.7), foi sob o condicional Pacto Palestiniano que Israel entrou na Terra, sob a chefia de Josué. Havendo transgredido completamente as condições desse pacto, a nação foi primeiro dividida (1 RS 12) e depois banida. (2 RS 17.118; 24.1-25.11). Mas o concerto incondicional promete a Israel uma restauração nacional ainda futura (Gn 15.18).

 

O Deuteronômio tem sete divisões:

 

1) Resumo da história de Israel no deserto (1.1 a 3.29).

   

2) A repetição da Lei, com avisos e exortações (4.1 a 11.32).

  

3) Instruções, avisos e precações (12.1 a 27.26).

 

4) As profecias finais, resumindo o futuro de Israel até a segunda Vinda de Cristo, e o Pacto Palestiniano (28.1 a 30.20).

  

5) Últimos conselhos aos sacerdotes, aos levitas e a Josué (cap. 31).

 

6) O cântico de Moisés e suas bênçãos finais (caps. 32 a 33).

 

7) A morte de Moisés (cap. 34) (Scofield).

 

 

Este livro é uma repetição de muito da história e das leis contidas nos três livros anteriores, e dada ao povo por Moisés pouco antes da sua morte. Não contém história nova, a não ser a morte de Moisés, nem nenhuma nova revelação a Moisés, por isso não encontramos as palavras: "o Senhor falou a Moisés dizendo", mas as leis dadas anteriormente são repetidas, comentadas e explicadas, e alguns preceitos acrescentados, com bastantes razões para a obediência.

 

"Os tradutores para o grego chamaram-no 'Deuteronômio', que significa segunda lei, ou segunda edição da lei, não emendada, mas acrescentada para a direção do povo em certos casos não mencionados antes" (Matthew Henry).

 

 

ANÁLISE DO DEUTERONÔMIO

 

Uma revista às peregrinações de Israel e às longanimidades de Deus (caps. 1 a 4.40).

 

Introdução (cap. 1.1-5).

 

1.1. De Horebe a Cades (cap. 1.6-46).

1.2. De Cades a Hesbom e Bete-Peor (caps. 2 e 3).

1.8. Exortações à obediência com um aviso (cap.4.1-40).

 

Nota histórica (cap. 4.41-43).

 

2. A repetição e Exposição da Lei (caps. 4.44 a 26).

 

Introdução (cap. 4.44-49).

 

2.1 Parte 1.  A Lei sinaítica (caps. 5 a 11).

    2.1.1 Recitação do Decálogo (cap. 5.1-21).

    2.1.2 Discurso sobre o Decálogo (caps. 5.22 a 11.32).

 

2.2. Parte 2. Leis especiais (caps. 12 a 26).

    2.2.1 Concernentes à religião (caps. 12.1 a 16.17).

    2.2.2 Concernentes ao governo (caps. 16.18 ao 20).

    2.2.3 Concernentes à vida privada e social (caps. 21 a 26).

 

3. Uma revelação dos futuros propósitos de Deus referentes a Israel (caps. 27 a 30).

    3.1 A vista de longe (caps. 27,28).

    3.2 A vista de perto (caps. 29,30).

 

4. Relatório dos últimos acontecimentos da vida de Moisés (caps. 31 a 34).

    4.1 Quatro solenes avisos (cap. 31.1-29).

    4.2 O cântico profético de Moisés (caps. 31.30 a

    4.3 Moisés mandado subir o Nebo e morrer (cap.

32.48-52).

    4.4 As bênçãos de Moisés sobre as 12 tribos (cap. 33).

 

    Apêndice (cap. 34).

 

 

A MENSAGEM DO DEUTERONÔMIO

 

Este é o último livro do Pentateuco, mas não é o menos importante. De algum modo, é um resumo de todo o procedente, e por isso se relaciona com Gênesis, Êxodo e Levítico, como o Evangelho de João se relaciona com os sinópticos; mas aqui, como em João, novas feições são acrescentadas que lançam para trás nova luz sobre toda a história precedente. A importância excepcional deste livro é revelada vários modos, um ou dois deles podemos notar:

 

A palavra "Ouve" é empregada, para chamar atenção, mais de 20 vezes, e a exortação "Lembrai-vos" umas 15 vezes.

 

Seu conteúdo havia de ser decorado e repetido incessantemente durante as gerações de Israel (6.4-9 e 11.18-21). Ainda mais, esta Lei havia de ser lida aos ouvidos de todo o povo de sete em sete anos, para que nunca se esquecessem do que o Senhor tinha dito, e nunca deixassem de observá-la (31.10-13).

 

Fez-se uma disposição especial para a conservação deste livro: "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança de Jeová nosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós" (31.26).

 

A eficácia do seu emprego legítimo contra os poderes das trevas é demonstrada em Mateus 4.1-11, onde o Senhor o cita três vezes em resposta às tentaÇões de Satanás, e assim vence o Tentador. O emprego da mesma palavra e do mesmo modo trará a cada um de nós o mesmo resultado.

 

O livro é citado ao menos 90 vezes no N. T.

 

"Podemos dizer que a grande mensagem do Deuteronômio é o amor divino. É bom notar que o amor de Deus nunca é referido entre Gênesis e Números, mas ocorre pela primeira vez no Deuteronômio, onde é revelado como o grande segredo de tudo o que Deus fizera para seu povo durante todos os séculos anteriores. 'Porque amou a teus pais, escolheu a sua semente' (4.37); 'Jeová não vos teve afeição, nem vos escolheu, porque éreis mais numerosos que qualquer Povo... mas porque Jeová vos amou' (7.7,8); 'Tão somente Jeová teve afeição a teus pais para os amar' (10.15). 'Todavia Jeová teu Deus não quis ouvir a  Balaão; porém trocou-te em bênção a maldição, porque te amava' (23.5).

 

Aqui aprendemos com grata admiração que Deus ama a seu povo, embora pequeno em número, e que toma cada maldição em bênção. Bem pode ser o amor divino a mensagem deste livro. Mil louvores ao nosso grande Redentor!

 

O tema do Deuteronômio pode ser ligado, em relação ao passado, presente e futuro de Israel (e indiretamente a nós mesmos) da seguinte maneira:

 

1) O retrospecto do amor passado (1 a 4).

 

2) Os requerimentos do amor presente (5 a 26).

 

3) A revelação do amor futuro (27 a 34).

Isso geralmente, embora não exclusivamente, vem a ser o assunto das três grandes divisões deste vro.

 

1) O retrospecto. do amor

 

Na revista que Moisés dá da história do povo, ele apresenta o quadro das peregrinações no deserto, os reveses e sucessos, e sempre frisa o fato de que o povo devia tudo a Deus: Deus apontou o caminho; Deus aumentou o povo; Deus entregou os inimigos; Deus lhes deu a terra; Deus abençoou a obra das suas mãos: o amor estava detrás de todo o trato de Deus com Israel. Foi o infinito amor de Deus que escolheu Israel em Gênesis, que o livrou em Êxodo, que o chamou a adorar e a andar dignamente em Números. Mas então o povo tinha somente os sinais desse amor! Agora o tem declarado. E não é assim em qualquer retrospecto das nossas vidas? Porventura não percebemos que os acontecimentos e experiência do passado, que em tempos ressentimos, foram o propósito do amor infinito? Que esta lição nos ensine uma completa submissão àquele Deus que é amor!

 

2) ()s requerimentos do amor

 

Aqui temos a Lei dada pela segunda vez, e um comprido discurso sobre ela, sendo revelada a sua relação com a vida espiritual e prática. Desta segunda parte, o livro toma seu nome de "Segunda Lei".

 

Ora, lendo o livro, se vê que a nota predominante nele é obediência, e sente-se que o requerimento do Amor é isto mesmo: "Sois meus amigos, se fazeis o que vos mando "Fazer", neste sentido, acorre mais de 50 vezes, e, pela referência à história do povo, é claro que, quando obedecia, prosperava, mas, quando desobedecia, decaía.

O amor de Deus é firme, e também eterno; consistente, e também compassivo;  justo, e também generoso. Se nós lhe desobedecemos, não é a sua ira que nos castiga, mas seu amor; e quando pecamos, ofendemos, não somente a divina justiça mas o infinito amor.

Sendo assim, se não temos receio da justiça divina, devemos ter vergonha de ofender o seu amor. Não pecar por medo das consequências é, em si, um pecado, mas o não pecar pelo receio de ferir o amor eterno, é conhecer a Deus.

Que esta parte do livro nos ensine os requerimentos do amor:

 

    a) Na nossa vida espiritual (12.1 a 16.7);

    b) na nossa vida cívica e nacional (16.18 a cap. 20);

    c) na nossa vida privada e social (cap. 21 a cap. 26); e então, no nome de Cristo e no poder de Cristo, obedeçamos!

 

3) A revelação do amor

 

A primeira parte do Deuteronômio é histórica; a segunda legislativa; e a terceira profética. É nesta que temos a revelação do amor de Deus num grau especial. Os juízos preditos contra um povo desobediente não são decretos arbitrários de um tirano cruel, mas os fortes avisos de um amor infinito. Se tivesse obedecido a Deus, Israel nunca tenha sido envergonhado, mas não quis fazer assim.

 

Ao fim da sua vida, Moisés divisou:

 

a) uma nova geração, pois todos os de mais de 20 anos que vieram do Egito, exceto Josué e Calebe, pereceram;

 

b) uma nova terra, e ele agora, pela segunda vez, está na divisa dela, apreciando as suas possibilidades, mas para, os outros;

 

c) uma nova vida a ser passada nessa terra: casas em vez de tendas; o Templo em vez do Tabernáculo; uma vida permanente em vez de peregrinação; a terra em vez do deserto; o trigo em vez do maná — tudo novo e apreciável;

 

d) novos deveres para com Deus, e uns para com os outros, que são revelados  mui detalhadamente nestes últimos capítulos. E em pouco tempo Moisés havia de dar lugar a:

 

e) um novo guia. Assim, no capítulo 31 ele entrega a Josué o encargo, e então se despede do povo.

 

Com tanta coisa nova, quão urgente é a necessidade de uma nova revelação do divino amor, que encontramos neste livro! A vontade de Deus é declarada, bem como as conseqüências da obediência e da desobediência. Basta estudar a história subsequente  de Israel para verificar a veracidade destas predições. A significação de tudo isto para nós é demasiadamente evidente para precisar ser discutida, mas lembremo-nos, ao terminar a leitura do livro, que:

 

1) Todo o nosso passado tem sido ordenado pelo amor de Deus.

2) Esse amor requer uma obediência implícita cada dia e cada hora do presente,

3) Esse infinito amor está agindo em prol de todo o nosso futuro (Scroggie).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 1

Moisés reconta a partida de Horebe, etc. Devemos ter bastante cuidado em entender corretamente a expressão várias vezes repetida: "além do Jordão (v. 1, etc.) O sentido depende do ponto de vista de quem escreve. Quem escreveu o versículo 1 evidentemente estava na Terra, pois fala de estar além do Jordão o deserto, o Arabá, Sufe, etc. por isso quando diz "além" quer dizer "ao leste".

 

Mas em 3.25 quando Moisés diz "Deixa-me passar a ver a boa terra como está atém do Jordão", é claro que por "além' ele quer dizer "ao oeste". Assim cada vez que encontramos a expressão precisamos verificar onde está o escritor, para ver em que direção ele está olhando.

 

Este capítulo começa com um discurso de Moisés, e nota o lugar ("além do Jordão, na terra de Moabe") e o dia ("depois de ter derrotada a Seom)

 

Mas notemos que Moisés olha para trás 40 anos quando começa: "Jeová nosso Deus falou-nos em Horebe", pois se refere à ocasião em que Deus dera a Lei sobre o monte Sinai.

 

Sobre Horebe. diz Davis: "Os nomes Horebe e Sinai aparecem designado em diversos lugares o mesmo monte. Este fato tem sido explicado por vários modos. Dizem que os dois termos não se referem exatamente ao mesmo lugar. Horebe é o nome da cordilheira, e Sinai um dos pontos salientes". Outras autoridades dão explicações diferentes.

 

Vemos a grande extensão da Terra dada a Israel por Deus: "até o rio Eufrates", mas nunca assim possuída por Israel. E nós, porventura, tomamos posse de tudo que é nosso, segundo o plano e promessa de Deus? O apóstolo diz: "todas as coisas são nossas", e por isso devemos poder tirar algum resultado e proveito de todas elas (1 Co 3.21).

 

No versículo 19. quando Moisés diz: "chegamos a Cades-Barnéia", refere-se à primeira visita ali, descrita em Números 13 e não à segunda, de Números 20.1, uns 39 anos mais tarde.

Os espias enviados (vv, 22-25). Descobrimos aqui o que não aparece em Números, que a missão dos espias foi primeiramente uma sugestão do povo. É verdade que Moisés concordou com isso e Deus mesmo o permitiu, pois em Números são enviados a seu mandado.

É claro, pois, que não há nada errado na idéia, mas podia ter havido erro no motivo do povo.

 

A incredulidade deseja, como sabemos, ver bem o caminho que vai trilhar; quer saber o que vai encontrar, e informar seus planos. Deus podia consentir isso, como mais uma prova de grandeza da terra, sendo o fruto uma prova inegável. Nada há, porém, mais insensato do que a incredulidade (Grant).

 

Proposta emenda de tradução (v. 5): Moisés voluntariamente empreendeu a declarar (R. 79). (v. 6) : Bastante tempo haveis estado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 2

 

 

Diversas peregrinações. Notemos as diversas maneiras por que Israel havia de tratar as diferentes nações por um lado Edom, Moabe e Amom, e por outro os amorreus. Não havia de molestar o primeiro grupo, mas com os amorreus a ordem era "fazer-lhes guerra " (v. 24).

Assim para nós também é importante discernir com quem havemos de contender, e o que devemos simplesmente tolerar. Tudo isto da história de Israel é para nosso ensino, pois "estas coisas lhes aconteciam como figuras" (1 Co 10.11).

 

O conflito começa antes de chegar à Terra (vv. 26-37), e em nossa experiência espiritual pode haver conflito, talvez com concupiscências carnais, antes de começarmos a tomar posse das bênçãos espirituais na "Terra Prometida " ao povo de Deus hoje. É preciso nunca pensar que a terra da promessa seja uma figura do Céu. Pode ser mais uma figura dos "lugares celestiais" referidos várias vezes em Efésios: lugares de conflitos e também de bênçãos espirituais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 3

 

Moisés continua relatando as conquistas ao leste do Jordão, incluindo a do gigantesco rei Ogue de Basã. Depois conta como rogou a Deus para revogar a sentença proibindo-lhe a entrada na Terra Prometida, por causa da sua desobediência 23-29). Não há, porém, arrependimento com Deus, pois Ele nunca fala precipitadamente nem pode emendar o que diz. O pedido é recusado, por amor ao povo, que precisa aprender os caminhos de Jeová; mas de Pisga, a Moisés é permitido ver a Terra (Grant).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 4

 

Exortação à obediência. Antes mesmo de entrar na Terra, Israel é avisado de como, pela sua desobediência, poderia perdê-la mais tarde (vv. 23-26). E não devemos pensar que Israel era um povo excepcionalmente perverso; era antes uma amostra da humanidade. E nós também facilmente perdemos bênçãos espirituais se consentimos em pecados carnais ou mundanos.

 

Matthew Henry chama atenção a diversas exortações de Moisés neste capítulo, a saber:

 

1. A uma diligente atenção à Palavra de Deus (v. 1).

2. A conservar a divina Lei pura e integral (v.2).

3. A guardar os mandamentos divinos (v.2), e obedecer-lhes (vv. 5,14), a observá-los (v. 6), e a guardar a aliança (v. 13).

4. A ser muito pontuai e cuidadoso na observação da Lei (vv. 9; 15; 29).

5. A fugir da idolatria (vv. 15,16).

6. A ensinar a Lei aos seus filhos (vv. 9,10).

7. A não esquecer a aliança (v. 23).

 

Junto com estas exortações, Moisés acrescenta oito motivos por que devem elas ser atendidas. Estes motivos o leitor poderá procurar por si mesmo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 5

A repetição dos Dez Mandamentos. Neste capítulo vemos um motivo diferente de o de Êxodo 20, para a guarda do sábado. Quanto a isto F. W. Grant escreve:

 

 "Na recapitulação da Lei é evidente, como no quarto mandamento, especialmente, que Moisés não se limita a citar textualmente as palavras divinas. A base da observação do sábado é aqui, não os seis dias de formar os céus e a terra, mas a redenção de Israel no Egito (v. 15). Já se vê, um motivo não desfaz o outro; e, em verdade, o segundo é um suplemento necessário ao primeiro

 

No quinto mandamento, as palavras "como Jeová teu Deus te ordenou" mostram claramente que Moisés não está apenas repetindo. Ele acrescenta ainda mais, comentando: "para que te vá bem na terra que Jeová teu Deus te dá".

 

Moisés torna a recordar ao povo como ficara impressionado, amedrontado, ao ouvir a voz de Deus. "Agora pois por que havemos de morrer? Este grande fogo nos consumirá; se nós tornarmos a ouvir a voz de Jeová nosso Deus, morreremos. " E nós, na plena bênção do Evangelho, devemos dar graças a Deus que temos ouvido a voz divina falando-nos, com palavras cheias de graça e verdade.

 

Como em Êxodo, o Decálogo está em duas tábuas. A primeira se ocupa com o homem relacionado com Deus (6-15) e a segunda com o homem relacionado com seu semelhante (16-21).

 

Nas leis da primeira tábua nosso pensamento está dirigido para quatro coisas:

 

1. A pessoa de Deus (6,7) estabelecendo a verdade do monoteísmo (um Deus) em contraste com o politeísmo (muitos deuses) ou o panteísmo (que tudo é deus). Israel era distinguido das outras nações pela sua crença em um só Deus.

2. O culto de Deus (8-10). Não basta que Jeová somente seja servido: precisa ser servido de maneira própria, conforme for indicada. Aqui se frisa a espiritualidade de Deus. Ele não há de ser materializado por meio de imagens.

3. O nome de Deus (11). Visto que o nome de Deus representa a sua natureza, qualquer uso irreverente dele é uma blasfêmia.

4. O descanso de Deus (12-15): "Isto encerra um problema que merece a nossa inteligente consideração. Podemos dizer com certeza que o último dia da semana era dia de guarda de todo o israelita" (Scroggie).

 

Na segunda tábua da Lei o movimento é do exterior para o interior, das obras (16-19) às palavras (20), ao coração (21).

 

O desprezo dos pais é um golpe nos alicerces da sociedade. Depois seguem-se as proibições do assassinato, da falta de castidade, e da desonestidade. O progresso da civilização não dispensa tais mandamentos.

 

Neste capítulo, no último parágrafo, Moisés relata como foi apontado para ser mediador entre Israel e Jeová (22.23). Primeiro, Israel fala e Moisés escuta (23-27); segundo, Deus fala, e Moisés ouve (28.31), e então Moisés fala e Israel ouve (32-33).

 

O mesmo que Moisés fez para Israel, Cristo faz por nós; Ele fala por nós a Deus e então fala de Deus a nós (Scroggie).

 

Proposta emenda de tradução (v. 33): "para que vivais uma vida abundante" (R. 32).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 6

 

() fim da Lei é a obediência. Notemos especialmente a exortação a ensinar as verdades divinas aos filhos (v. 7). Não é suficiente mandar os meninos à Escola Dominical. Importa que haja. o ensino da verdade de Deus no seio da família. Dois livros que ajudam os pais neste precioso dever são "Palestras com os Meninos", e "Catecismo Rimado".

Comentando os primeiros versículos deste capítulo, Matthew Henry diz: Observemos:

 

1. "Que Moisés ensinou ao povo tão-somente o que Deus lhe mandara (v. 1). Assim os servos de Deus hoje devem ensinar às igrejas da mesma forma.

 

2. "Que o propósito do ensino era que o povo obedecesse - pusesse em prática - os ensinos.

 

3. "Que Moisés procurou dar ao povo uma disposição e direção piedosa agora que iam entrar na terra e provar seu conforto, ao mesmo tempo que haviam de enfrentar seus perigos.

 

4. "Que o temor do Senhor será o mais poderoso motivo para a obediência (v.2).

 

5. "Que uma herança de religião numa família é a herança mais proveitosa.

 

6. "Que a religião e a retidão promovem e garantem a prosperidade de qualquer povo (v. 2)".

 

 

Sobre o amor a Deus ensinado no versículo 5, o mesmo comentador diz que havemos de amar:

 

a) Como o Senhor, o melhor de todos os seres e o mais excelente em Si.

b) Como nosso Deus e nosso Pai — o melhor dos amigos e o mais beneficente dos benfeitores.

 

Devemos amá-lo com amor sincero, não somente de palavra, mas de coração; com um amor forte, com ardor e fervor; com um amor superlativo, mais do que qualquer criatura; com um amor integral, pois que toda a corrente da nossa afeição deve ir na direção dele. Que o amor de Deus seja derramado em nossos corações!

 

Aprendamos aqui o que devemos fazer com a Palavra de Deus:

 

1. Ela deve estar no coração (6). Primeiro de tudo aprendamos a amar a Deus (v. 5) e a prezar as suas palavras.

2. Ensiná-la aos filhos, de maneira, já se vê, que sejam aceitáveis às suas inteligências pouco desenvolvidas.

3. Conversar a respeito dela na família (7) - mas este ensino nem sempre tem sido praticado!

4. Conversar sobre ela quando passeando.

5. Ser ela o nosso último pensamento ao deitar. 6) E o mesmo pensamento ao levantar (7).

6. Atá-la como "sinal na tua mão" (dá idéia de que nossas obras devem ser sujeitas à Palavra de Deus).

7. Ser ela "como frontais entre teus olhos" (ensina que devemos ser guiados por ela).

8. Atá-la "nos umbrais da tua casa" o que dá a idéia de que nossa vida caseira deve ser submetida à vontade divina.

9. Tê-la "nas tuas portas", para que todos os que passem possam vê-la (Goodman),

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 7

O capítulo começa com o aviso de que não podia haver qualquer comunhão com ídolos ou idólatras (vv. 1,2), nem casamentos com eles (vv. 3,4) - mais um motivo para o crente evitar o jugo desigual no matrimônio„ Haviam de destruir todos os apetrechos da idolatria passada (v. 5). Seguem promessas da continuada proteção divina no caso da obediência (v. 13) e que Deus seria seu suficiente amparo (v. 21).

 

Na justa retribuição de Deus, os iníquos cananitas haviam de ser extirpados (v. 2), e assim Israel veio a ser a vara que Deus empregou para infligir lhes o merecido castigo, Não podendo deixar de pensar que um dever tão sanguinário havia de precisar ser executado bem solenemente para não resultar em condenação moral para os próprios israelitas.

 

A grande lição do capítulo é a separação de tudo e de todos que Deus desaprova. Contudo, ao mesmo tempo que nos afastamos da lepra e do leproso, devemos nos compadecer da pessoa doente. Temos compaixão do pecador, mas reprovamos os seus pecados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 8

 

Avisos e exortações. Aprendemos deste capitulo:

 

1) Que o povo de Deus precisa, de vez em quando, considerar o passado e lembrar-se "de todo o caminho pelo qual Jeová teu Deus te há conduzido" (v. 2).

 

2) Que o povo de Deus deve perceber nas provações passadas, propósitos divinos de instrução (vv. 2,3).

 

3) Que o povo de Deus pode discernir a evidência da proteção divina e dos socorros milagrosos no passado: "o teu vestido não te caiu de velho, nem se empolgou teu pé, por estes quarenta anos" (v. 4).

 

4) Que o povo de Deus deve perceber a disciplina divina nas experiências da sua peregrinação (v.5).

 

5) Que o povo de Deus deve ser encorajado pela perspectiva de futuras bênçãos (v. 7).

 

6) Que o povo de Deus precisa guardar-se do esquecimento das providências passadas, e deve obedecer aos mandamentos divinos (v. 11).

 

7) Que é possível ao povo de Deus imaginar que poderes próprios têm conquistado as bênçãos que goza (vv. 12-17)-

 

8) Que é sempre possível o próprio povo de Deus ser seduzido a andar atrás de outros deuses (v. 19), como fazem os descrentes. Ou confiar, por exemplo, no dinheiro em vez de confiar em Deus e na sua proteção.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 9

 

Moisés lembra aos israelitas as suas murmurações e infidelidades. Neste capítulo Israel é encorajado com a promessa da presença protetora de Deus (v. 3); é advertido a não imaginar que a posse da terra prometida seria o prêmio da sua bondade, mas, pelo contrário, seria por motivo das maldades dos seus primitivos habitantes (vv. 4,5); é reprovado peIas suas rebeliões passadas (v. 7); é lembrado de como Deus dera a Lei em Horebe (versículo 9 em diante); é argüido da sua idolatria passada (v. 16); e incredulidade (v. 23).

 

O certo é que, apesar de Israel ter sido constantemente rebelde, Deus continuou a interessar-se pelo seu povo, e a protegê-lo.

 

Com certeza Israel muito devia à intercessão de Moisés, relatada nos versículos 26-29. E nós podemos usar este mesmo ministério de intercessão.

 

"Não é pela tua justiça... (v. 5). Muitas vezes, na história do mundo, Deus tem castigado os iníquos pela instrumentalidade de homens tão maus como

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 10

 

Matthew' Henry nota neste capítulo que havia quatro sinais de Deus ter resolvido a continuar protegendo Israel:

Deu-lhe a sua Lei, por escrito, como prova do seu continuado favor: As tábuas foram quebradas porque a Lei fora quebrada, e Deus podia ter quebrado seu pacto. Mas quando a sua ira passou, Ele renovou as tábuas.

 

Ele conduziu o povo na direção de Canaã, embora esse povo pretendesse voltar ao Egito (vv. 6,7), Levou-o a uma terra de rios de água.

 

Levantou no seu meio um ministério espiritual, separando a tribo de Levi para esse fim, talvez porque Levi tinha sido fiel no incidente do bezerro de ouro (Êx 32.'29).

 

Ele aceitou Moisés como advogado e intercessor, e assim o constituiu príncipe e guia de Israel (v. 11).

 

O versículo 16 ensina-nos, como aprendemos também de Deuteronômio 30.6; Jeremias 4.4 e Romanos 2.'28,29, que a circuncisão tinha alguma significação espiritual que os cristãos também podem aproveitar, embora eles não usem rito material idêntico aos judeus.

 

O capítulo termina com uma declaração do caráter e majestade de Deus, à qual podemos acrescentar ainda outras características mais preciosas, reveladas em Cristo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 11

 

As lições do passado precisam ser ponderadas e aprendidas (vv. 3-7). A obediência é o caminho da prosperidade (v. 9).

Notemos a expressão "regar com o pé" no versículo 10, que no Brasil pode não ser bem entendida. Em Portugal regar as hortas com o pé é freqüente, como antigamente no Egito. Fazem-se canais na superfície da terra, laterais e transversais, e quando a água está correndo num canal lateral e é preciso desviá-la para outro transversal, abre-se o barranco do canal principal com o pé, para a água poder entrar no canal transversal.

 

A promessa é que na Terra Santa este trabalho não será preciso, porque as chuvas serão suficientes para regar a terra (v. 11), No Egito há falta de chuva, e a terra é regada pelo rio Nilo mediante os tais canais superficiais. A chuva é prometida como prêmio da obediência (v. 14).

 

Nos versículos 18 a 21 vemos a Palavra de Deus decorada, escrita, ensinada aos filhos e obedecida. A família que pratica isto hoje é uma família abençoada.

 

"Todo lugar que pisardes será vosso" (v. 24).- É necessário tomar posse de tudo que Deus nos dá. O homem espiritual sabe lucrar de tudo, mas a maioria somente sabe tomar posse das coisas agradáveis e não lucrar nada dos apertos e provações. Podemos ter certeza de que temos "tomado posse" quando pudermos dar graças a Deus por tal experiência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 12

 

O lugar de culto escolhido por Deus. Vemos neste capítulo que o lugar central do culto divino em Israel não havia de ser deixado à preferência do povo, mas que Deus mesmo havia de escolher o ponto "para ali pôr o seu nome" (vv. 5-18).

 

Hoje o centro da congregação do povo de Deus  não é mais um ponto geográfico, e muito menos um método de governo ou um rito qualquer, mas é '(onde dois ou três estão congregados em seu nome". Ali Cristo está no meio deles. Qualquer grupo cristão hoje pode bem indagar qual é o vínculo da sua união.

Será porventura, uma opinião, ou um parecer sobre doutrina? Será um acordo sobre o governo da igreja? Será um método de batismo? ou um interesse comum em Cristo?

 

Notemos no versículo 23 a proibição de comer o sangue, a única proibição cerimonial que passou para o cristianismo (At 15.19).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 13

 

Falsos profetas. Algum falso profeta poderia, talvez, "mostrar um milagre ou prodígio" (v. 1) mas o seu ensino iria desencaminhar o povo de seguir a Deus. Por isso havia de ser morto. Nós podemos provar as doutrinas novas pelo seu valor espiritual: se promovem a espiritualidade ou se afastam os adeptos do seu contato com Deus. Caso o sabatista tenha a sua vida espiritual ressicada e murcha, isto por si só condenaria a doutrina que professa - prova que ela afasta de Deus os adeptos da sua doutrina.

 

Nos versículos 6 a 11 supõe-se o caso da tentação para a idolatria vir mediante um parente chegado, como vemos que a tentação de Adão chegou-lhe pela própria esposa,

 

Mesmo assim, o ofensor havia de ser denunciado aos juízes, e o parente que ele quis seduzir seria o primeiro a atirar a pedra de condenação contra ele (v. 9). Devemos dar a Deus e à sua verdade o supremo lugar nas nossas afeições. não consentindo que a afeição de parentesco nos desencaminhe. Diz Matthew Henry: "São esses os nossos maiores inimigos, os que querem afastar-nos de Deus, e qualquer cilada que nos alicia para o pecado ameaça nossa vida espiritual, e precisa ser repelida energicamente".

 

Notemos que a morte do iníquo não era mera vingança. mas um meio de salvação para os outros: "Todo o Israel ouvirá e temerá e não se tornará a fazer uma coisa má como esta, no meio de ti" (v. 11).

 

Que coisa boa quando nossa vida contribui para o bem dos nossos semelhantes, e quando ninguém há de desejar a nossa morte!

A última hipótese no capítulo (vv. 12 a 18) é de uma cidade revoltada contra Deus, e essa cidade havia de ser destruída, depois de o caso ter sido bem investigado (v. 14).

 

Por suposto, a grande maioria dos habitantes teria adotado a mesma idolatria, e os fiéis a Deus teriam saído do lugar antes da sua destruição. Leis tão severas como estas não prevalecem hoje, porque Deus não está preocupado em reformar o mundo, mas em salvar dele um povo arrependido e remido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 14

 

Animais limpos e imundos. Podemos notar que os animais proibidos aos israelitas sob a Lei quase todos eram nocivos à saúde; por isso nós, que não estamos debaixo da Lei, fazemos bem em atender às mesmas proibições.

 

No que diz respeito aos dízimos (v. 22 em diante) vemos aqui que o dízimo era para comer diante do Senhor, e não, como no capítulo 26.12, para dar "ao levita, ao peregrino, ao órfão e à viúva". O cristão hoje não está debaixo de nenhuma Lei do dizimo. mas reconhece que "o dízimo é do Senhor" (Lv 27.30) e por isso contribui com o seu dizimo para o trabalho do Senhor, dando-o à igreja a que pertence.

 

F. W. Grant diz: "Este dízimo é uma das leis suplementares do Deuteronômio; um segundo dizimo. não o primeiro que pertence somente a Deus. Este era para ser comido junto ao santuário pela pessoa que dizimara seus terrenos. junto com sua família, e sem se esquecer do levita. Assim ele vem perante Deus, para reconhecer as suas misericórdias e gozá-las com Deus".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 15

 

O ano da remissão, Parece haver na V. B. uma contradição entre o versículo 4 "Contudo não haverá entre ti pobre algum" e o versículo II "Pois nunca deixará de haver pobres na terra ". Por isso pode ser preferível adotar a tradução de Almeida no versículo 4: "Somente para que entre ti não haja pobre". F. W. Grant diz: Deus não quer que haja pobres entre seu povo, embora sempre os haverá  versículo 12 em diante temos o caso de um israelita que se vendera como escravo.

 

Devemos notar a grande diferença entre esse tipo de escravatura e a escravatura forçada em séculos passados, quando os africanos foram roubados das suas famílias e vendidos; ou a escravatura de hoje, quando milhares, de povos subjugados, são levados das suas terras para trabalhar para os seus conquistadores. [Isto foi escrito em 1942]

 

No versículo 17 temos o caso interessante de um escravo que queria servir para sempre, e nesse caso "tomarás uma sovela, e furar-lhe-ás a orelha à porta, e ele ficará teu escravo para sempre". Ainda hoje dá. se o caso de que alguns servos de Deus não têm ambição de serem aposentados. Acham todo seu prazer no serviço, como disse o Senhor Jesus, nas palavras do salmista: "Em fazer a tua vontade, Deus meu, eu me deleito " (Sl 40.8). Alguns julgam haver uma referência a isto nas palavras "as minhas orelhas furaste" (Sl 40.6) e pensam que ali temos uma alusão a  Deuteronômio 15.17.

 

O certo é que o serviço de Deus é a ocupação mais bem-aventurada que uma criatura humana pode experimentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 16

 

As três festas. Podemos comparar este capítulo com Levítico 23, que discrimina sete festas nacionais em cada ano.

 

" Aqui a Páscoa e a festa dos Tabernáculos são especialmente marcadas como figurando o começo e consumação dos caminhos de Deus para com Israel: a primeira falando da redenção, a base de tudo; a última, da reunião de Israel abençoada no reino milenial. Entre elas, em Deuteronômio() 16.9-12, vem a festa das semanas o gozo de um povo remido, antecipando maiores bênçãos vindouras. Vemos o paralelo disto em Romanos 5, 1,2."

 

Notemos no versículo 4 que nada do sacrifício podia ser guardado até o dia seguinte. Tudo havia de ser comido. Toda a verdade que conhecemos precisa ser apropriada na nossa vida. Saber e não praticar é um prejuízo.

Podemos ligar certos pensamentos com estas três festas referidas no capítulo 16.

 

1. Recordação. O propósito da Páscoa era recordar anualmente a saída do Egito, uma grande salvação de Deus. Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós, e recordamos a sua obra redentora cada vez que tomamos a Santa Ceia. Podemos reconhecer que tais recordações são de sumo proveito espiritual, e que seríamos sensivelmente empobrecidos se fôssemos privados delas.

 

2. Expiação. O sacrifício do cordeiro pascal havia de lembrar ao israelita a necessidade de expiação pelo pecado, e no vinho de Santa Ceia temos a mesma lembrança-

 

3. Santificação era sugerida pela ausência de fermento.

 

4. O centro único: "o lugar que Jeová teu Deus escolher". Hoje o divino centro para a reunião do povo de Deus é "o meu Nome" (Mt 18.23), onde podem caber todos os que têm interesse no nome de  Cristo.

 

5. Regozijo (v.11). As festas do Senhor eram ocasiões de santa alegria espiritual. E é assim mesmo ainda hoje.

 

6. Comunhão: O regozijo era de todos: filhos, filhas, escravos, peregrinos, órfãos, viúvas. Nosso gozo espiritual na Santa Ceia não tem nada de egoísmo ou isolamento.

 

7. Preocupação com coisas espirituais, com Deus e as festas dele, havia de ter uma profunda influência sobre a vida individual de cada israelita.

 

 

Nos versículos 18 a 20 vemos o cuidado de Deus em promover a justiça entre o povo, mandando estabelecer juízes em todas as cidades. Lemos em Romanos 13.1: "Não há autoridade que não venha de Deus; e as que têm sido ordenadas por Deus' .

 

No versículo 21 Almeida tem: "Não plantarás nenhum bosque de árvores (na V.B. diz: 'um Aserá de qualquer sorte de árvore') junto ao altar do Senhor teu Deus". Tais bosques (ou aserás) eram sempre associados com a idolatria, e por isso Deus não quis nada semelhante na serviço divino. Um serviço espiritual não precisa imitar o estilo de uma religião carnal. Se o romanismo inventou o "reverendo" para seus ministros, o cristianismo puro não precisa tomar dele emprestado o mesmo título.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 17

 

Vemos no versículo 1 que Deus reprovou qualquer sacrifício com defeito, e não o aceitou. Ainda hoje alguns podem fazer questão de não pôr na coleta da igreja qualquer nota defeituosa.

 

No caso de haver o pecado mortal de idolatria, vemos o cuidado de exigir duas ou três testemunhas. E mesmo no caso de ofensas menores uma só testemunha não é suficiente para condenar o ofensor. Contudo, às vezes, o pecador, sendo confrontado pela única pessoa que presenciou o mal, testifica contra si, confessando seu pecado.

 

Em casos difíceis demais para resolver pelos tribunais comuns, o santuário veio a ser o último lugar de apelo (v.9) e a voz do sacerdote confirmou a do juiz. E dessa sentença não havia apelação (Grant).

 

A escolha de um rei havia de ser em sujeição à vontade divina (vv. 14-20). O desejo de ter um rei e ser semelhante às nações em redor era muito natural, porém, não tinha a aprovação divina (1 Sm 8.7) embora houvesse de ser permitido, com as condições estabelecidas neste capítulo. Vemos a proibição do versículo 17: "Nem multiplicará para si mulheres'  e notamos como Salomão era transgressor deste decreto (1 Rs 11.1-4).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 18

 

Herança e direitos de sacerdotes e levitas. Em Israel Deus contempla com especial interesse as pessoas cuja preocupação é o serviço divino, e dá instruções referentes ao seu sustento (v.3). Hoje, no cristianismo, todos devem ser sacerdotes (1 Pe 2.9). "Assim também ordenou o Senhor aos que proclamam o Evangelho, que vivam do Evangelho" (1 Co 9.14).

 

Nos versículos 9-14 temos avisos positivos contra o espiritismo moderno, que certamente é praticado por pessoas que nunca prestaram atenção a este trecho da Palavra inspirada. O povo de Deus não deve consultar os mortos, por ser coisa proibida (v. 11): Não há nada na Bíblia que contrarie a idéia comum entre alguns crentes de que demônios respondem às pessoas não-crentes que procuram falar com seus parentes falecidos.

 

Podemos ouvir de casos em que espíritos de falecidos têm falado ou aparecido a alguém sem serem chamados ou consultados. Por exemplo, Saul consultou o falecido Samuel (1 Sm 28.8-25). Por isso não era coisa impossível. Mas ele foi morto na batalha, por ter feito uma coisa proibida (1 Cr 10.13). E, na nossa opinião, parece ter sido Samuel mesmo que falou com Saul, e não um demônio. [Esta é a idéia do autor, que respeitamos. Mas abaixo está a Nota do Editor, que expressa a interpretação que julgamos correta.]

 

Nota do Editor. Sobre o assunto, o seguinte do livro "Saul e a Feiticeira" , de L. M. Ortiz, editado pela CPAD:

 

"Assim Samuel subiu, mas, apenas na fala da pitonisa. Até o fim ela teria de fazer o seu jogo, para evitar que Saul desconfiasse.

 

"Se a bruxa houvesse acreditado que o 'aparecido' era realmente Samuel, ela é que teria tido medo, pois o profeta era intransigente no que concernia às feiticeiras.

'"Que á que   Saul. Notemos que ele não via nada. A feiticeira é que via ou diz ver. 'Vejo deuses que sobem na terra': 'deuses' (espíritos). Note-se que eram muitos. O pedido foi que viesse um, e vieram muitos. Se, por uma exceção Deus tivesse deixado sair o espirito de Samuel, permitiria que saíssem muitos?

"Saul perguntou à feiticeira como era a figura do espírito. Ela respondeu: 'Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa'. É lógico que sabendo ser Saul o seu consulente, a pitonisa deduziu querer ele falar a Samuel e. assim, descreveu-lhe a popular figura de Samuel. Apesar de sabermos que os demônios assumem a forma de seres humanos que morreram, não se pode afirmar se a pitonisa via realmente uma figura que parecia Samuel ou se apenas dizia que via para contentar Saul. 'Saul entendeu, então, que era Samuel', mas Saul nada viu. Ele se firmava no que dizia a pitonisa.

 

"Acreditar que foi realmente o espirito de Samuel que apareceu seria crer no absurdo, isto é, seria acreditar que Deus se tenha negado a responder a Saul por meios bíblicos: sonho, Urim, profeta para responder-lhe por meio de uma feiticeira. Deus não pode violar a sua própria Palavra. Se Deus não lhe respondeu por estes meios legítimos e bíblicos, muito menos, podia responder por um meio abominável e condenável peio próprio Deus tantas vezes nas Escrituras. Se não respondeu a Saul, através do Espírito Santo, como poderia responder-lhe através do Diabo?"

 

  

O Grande Profeta (vv. 15-19). Aqui temos uma das notáveis profecias sobre Cristo, a base da esperança em Israel com respeito ao Messias. Notemos as características do Profeta:

 

1. "Do meio de ti" - ele havia de nascer na terra santa.

 

2. "Dentre teus irmãos" — ele havia de ser israelita.

 

3. "Semelhante a mim " - ele havia de ter as características de Moisés: ser um salvador do poder do inimigo; ser um legislador, com ensinos espirituais; ser um guia através do deserto; ser um profeta, que representasse Deus ao povo. Notemos o mandado: "a este ouvirás" (v. 15).

 

"É certo que Cristo é com exclusividade o completo cumprimento desta profecia, e também que cada profeta levantado por Deus era um cumprimento parcial e incompleto. Nestes capítulos temos o triplo caráter da autoridade principal em Israel Rei, Sacerdote e Profeta, e de cada um podemos dizer a mesma coisa. Todos olhavam para Cristo, e sem Ele qualquer cumprimento seria trivial e insuficiente. Mas a linguagem mostra claramente que outros anteriores eram contemplados..." (Grant).

 

O capitulo termina com um aviso contra os falsos profetas.

 

Diz Matthew Henry dos versículos 20-22:

 

"Vemos primeiro uma advertência aos pretendentes proféticos. Quem se apresenta como profeta e apresenta credenciais de um deus falso, como fizeram os profetas de Baal, ou uma fingida comissão do verdadeiro Deus, será julgado réu de alta traição contra a coroa e dignidade do Rei dos reis, e esse traidor será condenado à morte (v.20) pela sentença do grande Sinédrio que, no devido tempo, foi estabelecido em Jerusalém; e por isso nosso Salvador disse que 'não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém' (Lc 13.33).

 

"Em segundo lugar vemos a direção dada ao povo, para não ser iludido por charlatães. Quais eram os sinais de um verdadeiro profeta? Fica reprovado qualquer ensino repugnante ao sentido comum ou à luz e à lei da natureza, ou ao sentido claro da Palavra já revelada, como também qualquer ensino que dê licença ao pecado ou que tenda a prejudicar a piedade ou a caridade. — Longe esteja de Deus que Ele se contradiga! A regra dada no versículo 22 refere-se mais particularmente às profecias de ensino problemático, caso em que era possível o profeta apresentar algum sinal.

 

''Em último lugar, o povo não havia de ter temor do falso profeta, isto é, de recear as ameaças dele, nem havia de desistir de executar sobre ele a sentença da lei. Esse mandamento de não ter temor do falso profeta, ensina que o profeta verdadeiro devia ser temido (respeitado)".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 19

 

Cidades de refúgio (vv. 1-13). Notemos que o recurso das cidades de refúgio era para o homicida involuntário e não para o assassino.

 

Aos filhos de Noé fora dito "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem será derramado o seu sangue" (Gn 9.6) e, pelo visto, esse dever cabia ao parente mais próximo. Essas cidades de refúgio são referidas também em Êxodo 21.13 e Números 35.10. Hoje o meio da salvação apontado é recorrer a Cristo, o único Refúgio para quem receia as conseqüências dos seus atos.

 

"Não removerás os marcos do teu próximo" (v. 14). Antes de haver terrenos cercados, os marcos tinham muita importância para dividir as propriedades.

 

A lei das testemunhas (vv. 15-21). Este é o trecho principal que estabelece a necessidade de haver mais de uma testemunha para provar uma culpa.

O homem que maliciosamente trouxesse falso  testemunho contra seu próximo havia de sofrer o mesmo castigo que pretendia trazer sobre o acusado (v. 19).

Pode parecer duro demais castigar um homem tão severamente por umas palavras faladas, especialmente quando não resultam mal algum, por isso acrescenta-se no versículo 21: "Não terá piedade dele teu olho Nenhum homem precisa ser mais misericordioso do que Deus.

 

O benefício dessa severidade para o público recompensará abundantemente o castigo aplicado (v.20); os restantes ouvirão e temerão. Tais castigos exemplares avisarão aos demais a não tentarem semelhantes males, quando virem que quem cavou a cova nela caiu (Matthew Henry).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO  20

 

As leis acerca da guerra, O assunto aqui é a guerra, e se divide em três partes: primeira Israel; depois, seus inimigos; e finalmente a própria terra onde haviam de estar.

 

"Quanto a Israel, haviam de contar que Deus estava com eles. Devemos nos lembrar que isto supõe que eles estavam com Deus, e por isso que a sua saída e entrada estavam de acordo com a sua palavra. Então seus inimigos seriam deveras os inimigos de  Deus, e a resistência a Israel seria resistência a Deus. Se Israel tivesse guardado o pacto, como isto teria sido evidente a todo o mundo, e com que poder irresistível teriam sido revestidos!" (Grant).

 

Proposta emenda de tradução (v. 19): "pois que é a árvore do campo, homem, para que fosse sitiada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 21

 

Filhos desobedientes (vv. 18,21).

 

Vemos neste trecho o castigo severo do filho desobediente. E os pais, ao mesmo tempo que iam denunciar as culpas do filho, deviam ter sentido a sua própria incompetência de não os haver influído para o bem! "este nosso filho é contumaz e rebelde, não obedece a nossa voz", mas como foi que chegou a ser depravado assim? Que educação espiritual tinha recebido dos pais? Que exemplo de piedade lhe haviam dado?

 

O defunto pendurado (v. 22). Isto não trata de um enforcado, mas de um homem apedrejado, e depois pendurado numa árvore como aviso aos outros (Nm 25.4.; 2 Sm 4.12).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 22

Diversos pecados cometidos para com mulheres (vv. 13-30). Sobre este trecho diz Matthew Henry:  "Se um homem, por desejar outra mulher, quisesse ver-se livre da sua esposa, e a difamasse, alegando que ela não tinha a virgindade que professava ter quando se casou com ele, seria castigado, caso a sua acusação fosse comprovadamente contestada.

 

Os expositores não concordam sobre quais podiam ser as provas de virgindade da filha que seu pai havia de apresentar, nem é preciso sabermos. porque é de entender que esses para quem era a tal lei, haviam de entendê-la. Para nós é suficiente saber que este mau marido, que assim pretendia arruinar a reputação da sua esposa, havia de ser castigado e multado.

 

"O segundo caso é de uma mulher, tida por virgem, ser desmascarada pelo fato de não o ser. Essa havia de ser apedrejada à porta do seu pai (vv.20,21)

Se o pecado tivesse sido cometido antes de ela ser desposada, o crime não teria sido castigado como mortal; ela porém. tinha de morrer pela deslealdade para com esse com quem se casou, sendo ela consciente da própria culpa, mas fingindo ser mulher casta e modesta.

 

"O terceiro caso é o de adultério (v. 22), e as duas pessoas haviam de ser apedrejadas.

 

"Seguem-se os casos quarto (v. 23), quinto (v 25) e sexto (v. 28), cada um. um tanto diferente, mas todos merecendo a disciplina competente. Todos estes exemplos mostram o cuidado que havia, nesses tempos primitivos, de salvaguardar a moralidade do povo de Israel. E certamente estas coisas também são escritas para nossa instrução e governo'

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 23

 

Pessoas excluídas das assembléias santas (vv. 14). Diz Matthew Henry: "Os expositores não estão de acordo sobre o que significa 'não entrar na assembléia do Senhor', o que foi proibido aos edomitas e egípcios até a terceira geração.

 

"Entre os escritores judaicos, a palavra 'bastardo' não se aplicava a todas as pessoas nascidas fora do matrimônio, mas aos que nasceram das uniões ilícitas detalhadas em Levítico 18. Segundo esta regra, Jefté, embora filho de uma prostituta, uma mulher estranha (Jz 11.1,2), contudo não era bastardo perante a lei.

 

"Quanto aos eunucos, embora por esta lei parecessem lançados fora da vinha como árvores secas, de que se queixaram (Is 56.3), contudo foi-lhes prometido ali (Is 56.4,5) que. se zelassem pelos seus deveres para com Deus naquilo que lhes fosse permitido, guardando seus sábados e escolhendo as coisas que lhe eram agradáveis, a falta de outros privilégios lhe seria recompensada por bênçãos espirituais'

 

Capricho sanitário (vv. 12-14). A proibição de imundície no acampamento tem um motivo bastante forte: "porque Jeová teu Deus anda no meio do teu acampamento" (v. 14). Se todos os moradores no interior do Brasil tivessem obedecidos ao ensino deste trecho, a poluição não teria se alastrado tão largamente!

 

"Não entregarás... o escravo" (v. 15). Não podemos crer que o israelita havia de agasalhar o escravo ladrão, ou um que tivesse abandonado o patrão sem razão, mas somente os maltratados, especialmente das nações vizinhas (T).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 24

 

Divórcio, penhores, ladrões, lepra e pobreza. O versículo primeiro é a permissão que os fariseus erroneamente chamaram um preceito (Mt 19.7). Aprendemos:

 

1. Que um homem não se podia divorciar de sua esposa sem ter encontrado nela "alguma coisa indecente" (v. 1) .

2. Que havia de fazer isto, não verbalmente, mas por escrito, evitando assim um ato apressado e irrefletido.

3. Que a tal carta o marido havia de dar na mão da mulher, e mandá-la embora. Isto alguns entendem significar que havia de lhe dar alguma recompensa material.

4. Que depois de ser divorciada, podia contrair segundas núpcias (v. 2) .

5. Que se o segundo marido morresse, ou se divorciasse dela, podia ela casar novamente, mas não com o primeiro marido (vv. 3,4). Os judeus dizem que isto foi para evitar um costume vil e iníquo que havia entre os egípcios, de permutarem esposas (Matthew Henry).

 

Alguém pode querer saber como havia de ser o procedimento da mulher no caso de "encontrar alguma coisa indecente" no marido!

 

Notemos no versículo 15, cuidado que havia em Israel com os empregados, de não atrasar o pagamento do seu ordenado, mas "no seu dia lhe darás seu jornal" Pagar adiantado um serviço empreitado geralmente dá mau resultado, mas pagar alguma coisa por conta no fim de cada dia de serviço, caso seja necessário, tira qualquer motivo de queixa da parte do empreiteiro pobre.

 

O costume moderníssimo de matar reféns pelos crimes de outros é proibido no versículo 16, onde diz 'cada homem será morto pelo seu próprio pecado".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 25

 

A pena de açoites. Notemos o cuidado para que não houvesse em Israel qualquer castigo excessivo. Hoje em dia pode ser preciso atender a isso também.

A boca do boi (v. 4). Há bem pouco na Bíblia sobre o cuidado que se deve ter com os animais, e o cão, esse fiel amigo do homem, é geralmente referido como um símbolo do mal (Jó 30.1; SI 22.16; Mt 7.6; FP 3.2 etc.), provavelmente devido à abundância de cachorros vagabundos que havia no Oriente.

 

Aqui ao menos vemos ensinada a consideração aos animais, que é um dos sinais de um povo civilizado. E verdade que o apóstolo apropria o ensino em benefício dos obreiros cristãos (1 Co 9.7-10), mas não havemos de entender que os bois devam ficar de todo privados do preceito.

 

Pesos diversos (vv. 13,14). Não somente foram os israelitas proibidos de usar pesos diversos, um grande com que comprar, e um menor com que vender  mas nem ter tais pesos nas suas casas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 26

 

No versículo 5 podemos usar uma tradução emendada: "um arameu [Laban] quis matar meu pai" (R. 100).

Este capítulo também mostra quão intimamente a vida do israelita era ligada com Deus, mediante ofertas, afies de graças, etc. E pode ser a mesma coisa conosco. A verdadeira felicidade consiste em provar a bênção de Deus em todas as nossas ocupações.

 

Comentando este capitulo, Matthew Henry diz: "Quando um homem ia ao campo ou à vinha no tempo dos frutos amadurecerem, havia de marcar o que parecia mais adiantado e pô-lo à parte para as primícias, fosse trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas, tâmaras, etc; algum de cada espécie havia de ser colocado num cesto, com folhas entre as frutas, e apresentado ao Senhor no lugar que escolhesse". Desta lei aprendemos:

1) a reconhecer a Deus como o doador de tudo que é bom para sustentar ou confortar a nossa vida natural, e por isso servi-lo e honrá-lo com tais frutos;

2) a negar a nós mesmos. Aquilo que amadurece primeiro é o que mais apetecemos: "a minha alma deseja um figo temporão (Mq 7.1). Quando, pois, Deus ensinou a Israel a reservar tais primícias para Ele, ensinou a preferir honrar o seu nome mais a satisfazer aos próprios apetites;

3) A dar a Deus do melhor que temos, como aqueles que crêem ser Ele o primeiro e melhor dos seres. Esses que consagram os dias da sua mocidade. o melhor das suas horas: ao serviço e honra de Deus, trazem-lhe as primícias; e com tais ofertas Ele se agrada! "Lembro-me da beneficência da tua mocidade" (Jr 2.2).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 27 e 28

 

Bênçãos e maldições. Clara e detalhadamente Deus revela a felicidade que acompanha uma vida de obediência, e as tristes conseqüências da desobediência à voz divina.

 

Notemos as condições de receber a bênção divina:

 

1. Ouvir atentamente a voz de Jeová (28.1).

2. Observar e fazer, andando nos caminhos de Deus (28.9).

3. Não se desviar de nenhuma das suas palavras (28.14).

 

As características da bênção divina eram:

 

1. Uma vida tranqüila e abençoada em qualquer parte, na cidade ou no campo (28.3).

2. Família abundante (28.4).

3. Abundância de bens materiais (28.11).

4. Bom êxito nos trabalhos manuais (28.8).

5. Honra entre as nações vizinhas (28.1).

6. Vitória nas guerras (28.7).

 

 

De tudo isto aprendemos que a piedade é o melhor amigo da prosperidade. Embora bênçãos materiais não ocupem tanto lugar no ensino do N. T. , basta-nos que o Senhor tenha dito que, se buscarmos primeiro o reino de Deus e a sua justiça, todas estas coisas (materiais e necessárias) nos serão acrescentadas (Mt 6.33) (Matthew' Henry).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 29 e 30

 

A aliança confirmada, e diversos regulamentos. Notemos o constante perigo de o povo cair na idolatria ('29.18) e os contínuos avisos contra isso. Que significa este ensino para nós hoje? Certamente de esperarmos em Deus e não em qualquer outro recurso sobrenatural, tal como o espiritismo. Deus é a suficiência do seu povo, por isso não precisamos recorrer aos defuntos, que, aliás, nada podem fazer.

 

Há pessoas ainda hoje que confiam em mascotes, em imagens de santos, etc., em vez de esperar unicamente em Deus.

 

Notemos outra vez em 30.6 a circuncisão do coração, não somente dos pais mas de seus filhos também.

 

A grande escolha de 30.19 vem a ser proposta ainda hoje a cada individuo, de uma forma ou de outra, Escutemos: "Escolhe a vida, para que vivas, tu e tua semente.

 

 

Proposta emenda de tradução (29.4): "Porventura não vos tem dado o Senhor um coração para entender, e olhos para ver, e ouvidos para ouvir até o dia de hoje?  (R. 66).

 

É interessante ver como o apóstolo Paulo, em Romanos 10.6-9, se refere a Deuteronômio 30.11-14. Não precisamos pensar que Moisés, ao falar as palavras recordadas em Deuteronômio 3(), estava conscientemente apresentando também uma de Cristo, como fizera em Deuteronômio 18.15- 22.

 

Mas em Romanos 10, o apóstolo está aplicando a Cristo esse trecho da Lei, e ele quer dizer: "Para nós, cristãos, essas palavras do Deuteronômio significam: Cristo. Cristo, vindo do alto. Cristo, ressuscitado dentre os mortos. Cristo, o objeto da fé de todo crente". Ou, em resumo, onde Moisés estava vendo somente a Lei, o apóstolo vê Cristo, em quem o propósito da Lei é consumado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 31

 

Moisés nomeia Josué seu sucessor. Primeiramente Moisés anima o povo (v. 6) porque, embora ele não o conduzisse à Terra Prometida, contudo Deus estaria sempre com esse povo (v. 5).

 

Depois ele anima Josué, seu sucessor, que, apesar de ser um general experimentado, havia de sentir a sua dependência de Deus e ser encorajado com Ele, Sua comissão foi pública, "à vista de todo o Israel" (v. 7), para que todo o povo tivesse confiança na sua liderança.

 

Moisés assegura a Josué a promessa da presença divina (v. 8). Não convém tentar qualquer empreendimento sem a convicção de que Deus estará conosco, fortalecendo-nos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 32

 

O cântico de Moisés. Traduzimos de "The Numerical Bible" uma análise do cântico:

 

de 1-4 A fidelidade e a majestade de Deus.

5-7 - A perversidade do seu povo.

8-14 Como Deus estimara seu povo.

15-18 - A apostasia do povo.

19-33 - Como Deus havia de recompensar esta apostasia.

34-43 - A disciplina - e. afinal. a expiação (v. 43). Proposta emenda de tradução (v. 17): "novos deuses que vêem da vizinhança" (R. 223).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 33

 

Moisés abençoa Israel de 1-5 Deus, o Guia do seu povo.

6-11 - A salvação de Israel é dele.

12-7 Seu quinhão é a presença dele.

18-19 - A extensão da bênção aos gentios.

20-25 - Conseqüências do governo de Deus.

26-29 - A vitória da divina bondade.

 

Proposta emenda de tradução (v. 25): "De ferro e de bronze sejam os teus ferrolhos. Com o decorrer dos teus dias virá a tranqüilidade" (R. 230). No versículo 2 devemos ler: "santos anjos".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LIVRO De DEUTERONÔMIO 34

 

A morte de Moisés. Moisés faleceu bem velho — 120 anos mas morreu em todo o seu vigor físico: 'não se lhe escureceu a vista, nem se lhe fugiu o vigor' (v. 7). Para subir a um alto monte com essa idade havia de precisar de bastante força física.

 

Morreu na montanha, mas foi sepultado no vale (v. 6) e parece-nos que Deus o sepultou.

 

Já se vê, não havemos de pensar que ele escrevesse o relatório da sua morte, nem que ele mesmo se chamasse "mais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terra" (Nm 12.3). "Moisés escreveu" (Mc 12.19) e por isso "Moisés é lido" (2 Co 3.15), mas precisamente quando ele escreveu, a Bíblia não declara; e não convém sabermos mais que a Bíblia.

 

Há uma alusão a Moisés em Judas 9: "Mas quando Miguel, o arcanjo, discutia com o Diabo, altercando sobre o corpo de Moisés, não ousou fulminar lhe sentença de blasfemo, mas disse: o Senhor te repreenda!" Tem sido sugerido que Satanás, tendo o poder da morte, ressentiu-se que o corpo de Moisés fosse levantado, para estar com o Senhor no monte da transfiguração (Goodman).

 

 

REFERÊNCIAS AO DEUTERONÔMIO NO NOVO TESTAMENTO

 

São muito numerosas as citações que se fazem deste livro. As respostas de Jesus ao Tentador no deserto são todas daqui tiradas. acompanhando a fórmula: "Está escrita .

 

Outras passagens importantes:

Dt 13.1 -   "Ele te leva filho um filho" (At 13,18). "Jeová, um fogo consumidor" (Hb 12.29). Dt 6.4,5 - "Ouve, ó Israel" (Mt 22.37,38; Lc 10.27).

Dt 10.17 - "Que não faz acepção de pessoas" (At 10.34; Rm 2.11; Gl 2.6; Ef 6.9; Cl 3.25; Pe 1.17).

Dt 18.15 - "Um profeta semelhante a Moisés" (At 3.22; 7.37).

Dt 30.11 a 14 - "O mandamento não está longe de ti" (Rm 10.6 a 8).

Dt 31.6 a 8- "Não te deixará nem te abandonará" (Js 1.5; Hb 13.5). Compare-se também:

4.35 com Mc 12.32.

17.6 a 19.15 com Mt 18.16, 2 Co 13.1, e Hb 10.28.

21.23 com Gl 3.13.

24.1 com Mt 5.31 e 19.7.

25,4 com 1 Co 9.9 e 1 Tm 5.18.

27.26 com Gl 3.10.

29.4 com Rm 11.8.

29.18 com Hb 12.15.

30.4 com Mt 24.31.

32.31 com Rm 10.19 e 1 Co 10.22.

32.35,36 com Hb 10.30.

32.43 (LXX) com Hb 1.6 e 15.10.

 

O número e o caráter destas citações mostram a consideração em que este livro era tido por Jesus Cristo e pelos escritores do Novo Testamento (Angus).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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