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INTRODUÇÃO:
A
data desta epístola depende de saber-se se Paulo esteve preso em Roma uma ou
duas vezes. Se foi por duas vezes, então 1 Timóteo foi escrita no intervalo
entre essas prisões. Se ele teve apenas um encarceramento, a epístola foi
escrita pouco antes da última. viagem a Jerusalém.
"À
medida que as igrejas de Cristo aumentaram em numero, a questão de ordem, de
firmeza na fé, e de disciplina tomou-se importante. No começo, os apóstolos
regulavam pessoalmente esses assuntos, mas ao aproximar-se o fim do período
apostólico, tornou-se necessário que houvesse uma clara revelação para a direção
das igrejas. Tal revelação temos em 1 Timóteo e em Tito. A chave desta epístola
é 'para que saibas como convém andar na casa de Deus' (3.15). Bem teria sido
para as igrejas se nada tivessem acrescentado à ordem divina nem dela diminuído.
"As divisões são cinco:
1) legalismo e doutrina errônea reprovados (1.1-20);
2) oração, e a divina ordem entre os sexos ensinadas (2.1-15);
3) qualificaÇões dos anciãos e diáconos (3.1-16);
4) o andar de um 'bom ministro' (4.1-16);
5) o trabalho de um 'bom ministro' (5.1 a 6.21)" (Scofield).
ANÁLISE DE 1 TIMÓTEO
Introdução (1.1,2)
1. A Igreja de Deus (1.3 a 3.13).
1.1 Sua doutrina (1.3-20).
1.1.1 O caráter e conteúdo da verdade
(3-1).
1.1.2 A comissão de Paulo e a carga
de Timóteo (12-20).
1.2 Seu culto (2.1-15).
1.2.1 A matéria da oração no culto
público (110).
1.2.2 A maneira de procederem as
mulheres no culto público (11-15).
1.3. A superintendência (3.1-13).
1.3.1 Os bispos, suas qualificações e
funções (1-7).
1.3.2 Os diáconos, suas qualificações
e funções (8-13).
2. O ministério de Timóteo (3.14 a 6.19).
2.1 Seu andar — pessoal (3.14 a 4.16).
2.1. I. Sua relação com a verdade na
igreja (3.14-16).
2.1.2. Sua relação com o erro na
igreja (4.1-11).
2.1.3. Seu dever para com todos na
igreja (4.12-16).
2.2. Sua obra — oficial (5.1 a 6-18).
2.2.1. Seu dever para com o rebanho
(5.1 a 6.2).
2.2.2. Seu dever para com o mal
(6.3-16).
2.2.3. Seu dever para com os ricos
(6.17-19).
Conclusão (6.20,21) — (Scroggie).
MENSAGEM DE 1 TIMÓTEO
"Parece serem dois os principais fins desta epístola:
1.
Destruir as falsas doutrinas dos mestres judaicos, que, sob o pretexto de
fidelidade à Lei, ensinavam mandamentos que estavam em desacordo com os santos
preceitos cristãos. Os erros e as verdades respectivas são expostos com certa
energia em 4.7-10 e 6.3-5,20,21. (Compare-se Atos 20.27-32 com 2 Coríntios
4.1-7.)
2.
Guiar e animar Timóteo no desempenho da sua missão, dando-lhe esclarecimentos:
quanto às devoções públicas (2.1-8) ; sobre os deveres e comportamento das
mulheres cristãs (2.9-12); (compare-se com 1 Coríntios 11.3-16; 14.34-40 e 1
Pedro 3.1-6); sobre os que tinham cargos eclesiásticos sobre seu próprio ensino
(3.14 a 4.10); sobre a sua santidade pessoal (4.11-16); e sobre a direção da sua
igreja na maneira de tratar os transgressores, as viúvas, os bons e os maus
escravos e os ricos,
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indicando os deveres destas diversas classes de pessoas (caps. 5,6). (Compare-se
com Tito 1.10 a 3.11.) Junto aos ensinamentos que o apóstolo fornece ao seu
discípulo acham-se também vivas e afetuosas recomendações, referências à própria
conversão de Paulo, e solenes previsões sobre a vinda de Cristo" (Angus).
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 1
Introdução (1,2). Notemos como se fala do escritor e do leitor. Depois temos
duas seções, a primeira referente à verdade (3-11), e a segunda ao testemunho
(12-20): o de Paulo (12-17) e o de Timóteo (18 20) (Scroggie).
Notemos na saudação a palavra "misericórdia' como geralmente nas cartas aos
indivíduos. A misericórdia alivia o peso; a graça dá forças para suportá-lo. Em
nossa vida individual podemos contar, muitas vezes com a misericórdia de Deus.
Paulo pediu misericórdia em 2 Coríntios 12.8, mas recebeu alguma coisa melhor:
"a minha graça te basta' .
As
"genealogias" referidas no versículo 4 são as genealogias israelitas, sobre as
quais costumava haver intermináveis discussões, visto que, durante cativeiro na
Babilônia, os documentos haviam sido perdidos. Hoje não se discute mais
genealogias, mas, talvez, outros assuntos igualmente sem proveito.
Nos
versículos 5 e 18 Almeida fala de "mandamento" e a V.B. de uma "admoestação".
Preferimos esta última. Refere-se às instruções dadas pelo apóstolo para
orientar Timóteo no seu serviço.
Os
versículos 9,10 explicam a utilidade da Lei para argüir os iníquos e
convencê-los da sua transgressão.
No
versículo 15 notem-se: o fato histórico, o propósito divino, o reconhecimento do
apóstolo. Comparem-se as cinco citações da "palavra fiel" nestas duas cartas.
No
versículo 20 encontramos um surpreendente exemplo da disciplina apostólica, que
mostra como o mal lavrava na igreja primitiva, e como o apóstolo o combatia
energicamente.
Aprendemos que quem descuida de conservar uma boa consciência é capaz de fazer
naufrágio da fé (v. 19).
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 2
Oração pública (1-8). Uma variedade de pontos importantes é reiterada aqui:
a) O dever da oração pública. Quanta preparação fazemos para falar aos homens (pregação) e quão pouca para falar com Deus (oração).
b) Os elementos da oração: súplica, petição, intercessão, agradecimento.
c) O assunto da oração: todos os que estão em eminência — reis, presidentes, governadores, e todos os homens com quem lidamos.
d) Motivos e bases de tais orações (3-7). São orações aceitáveis a Deus: boas em si, promovem a salvação dos homens, promovem a aproximação de Deus por aquele que é Redentor e Mediador.
e)
A direção da oração pública, que fica entregue ao cuidado dos homens, e deve ser
feita de maneira que combine com a sua importância (v. 8).
O comportamento das mulheres no culto público (9-15). No plano de Deus e na ordem da natureza o homem e não a mulher é cabeça no lar e na família, na igreja e no Estado. Não é questão de inferioridade ou superioridade, mas de ordem divina na natureza (1 co 11.1-16).
Quando uma mulher abandona o lar para assumir lugar na política ou no púlpito, ela abandona sua suprema oportunidade na vida (Scroggie).
O
versículo 15 nem sempre é bem entendido, embora contenha uma preciosa promessa
para a mulher crente quando ela encara a suprema provação da sua vida: ela pode
confiar que será salva do maior perigo.
Mas a promessa está condicionada à conduta de ambos: "Se permanecerem em fé e amor e santificação, com moderação ". Essa moderação não se refere, evidentemente, à santidade, mas às relações físicas. Quando esta moderação (ou, durante certos períodos, abstinência) é na medida que a natureza e a Escritura requerem, um "feliz parto" é prometido à mulher crente que é santa e amável.
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 3
Os
deveres dos superintendentes e servidores (1-13). Há duas classes na Igreja: os
servos e os servidos; os que vão à igreja para receber, e os que vão para dar.
Quem deseja "a superintendência", quem zela pelo bem-estar do rebanho de Deus,
deseja uma excelente obra, mas necessitará de abundante paciência no desempenho
do seu serviço.
E
vemos que precisará de muitas excelentes qualidades para ser aprovado de Deus e
de seus irmãos.
Também os servidores (geralmente chamados 'diáconos"), cujo trabalho se prende
particularmente aos interesses materiais da igreja local, precisam de qualidades
especiais, que atinjam suas esposas.
Notemos que neste trecho o apóstolo não se ocupa com os dons para o ministério
da Palavra, detalhados em Efésios 4.11-16, cujo préstimo não é limitado a uma
determinada localidade, mas encara a edificação de todo o corpo de Cristo. Os
cargos aqui referidos têm seu serviço apenas na igreja local.
A
igreja, coluna e apoio da verdade (14-16). O versículo 15 ensina-nos que a
Igreja de Deus tem a santa tarefa de manter neste mundo um testemunho à verdade.
Impressiona-nos, no versículo 16, o inspirado resumo da vida terrestre de Jesus,
tanto pelo que diz como pelo que omite. Nem uma palavra da Cruz!
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 4
A
apostasia nos últimos tempos (1-5). Não é difícil descobrir aqui um aviso contra
o espiritismo, mas "espíritos enganadores" podem falar também pela boca de
homens vivos e perversos.
Devemos notar nesta epístola a grande importância de uma boa consciência
(1.5.19; 3.9; 4.'2).
"Apostasia é uma coisa que somente pode acontecer na esfera da profissão cristã;
o mundo nada tem de que apostatar" (Scroggie).
Conselhos íntimos para um jovem servo de Deus (6-16). Vemos o santo empenho do
apóstolo em que seu "filho na fé" obtenha bom resultado no serviço, e os
conselhos sensatos que lhe dá.
Se
algum moço não quiser ser desprezado, que seja um exemplo. Uma vida exemplar não
pode ser desprezível (v. 12).
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 5
Os
velhos e as viúvas (1-16). Vemos como o apóstolo ensina a proceder bem em todas
as relações da vida, e a tratar todos como convém. Também vemos que a igreja não
deve assumir obrigações para com os parentes das viúvas.
Alguns entendem que os versículos 9-15 se referem às viúvas na lista de
serventes da igreja: "As viúvas moças não deviam ser colocadas nessa posição,
porque era provável que, desejando casar-se de novo, seriam infiéis ao seu
compromisso de se dedicarem ao serviço de Deus, Naturalmente Paulo não queria
dizer que seria pecado uma viúva casar-se, pois do contrário não teria
recomendado isso no versículo 14. Ele quer afirmar que isso seria incompatível
com a fidelidade dessa viúva a Cristo, depois de se ter comprometido a dedicar o
restante da sua vida ao serviço da igreja" (Gray). Notemos que esta escritura
não tem aplicação a moças solteiras, mas expressamente às viúvas idosas.
Acerca dos anciãos (17-19). Devemos notar o sentido da palavra "honra" aqui, e
em outros lugares. Evidentemente significa "sustento" em recompensa de bons
serviços prestados. Paulo emprega duas comparações para reforçar seu argumento:
ao boi que trilha o grão no eirado é permitido por decreto divino comer do grão:
e "o obreiro é digno do seu salário '
Vários conselhos (20-25). O conselho no versículo 22: 'a ninguém imponhas
precipitadamente as mãos", parece referir-se à nomeação de pessoas para o
serviço da igreja. "Participar de pecados alheios' pode ter o sentido de
consentir com o mal praticado por outros, ou dele tirar lucro.
1ª CARTA A TIMÓTEO CAPÍTULO 6
Os
deveres dos servos (1,2). Fala-se aqui dos escravos, e vemos que o apóstolo não
ensina a transformar a ordem social do seu tempo, mas antes proceder no meio
dela de maneira que "Deus e a sua doutrina" sejam honrados.
"O
Evangelho não vem destruir, nem tornar desnecessárias as obrigações sociais; os
patrões continuam a ser patrões, e os servos permanecem como servos. O
cristianismo não desfaz a ordem social, mas infunde nela um novo espírito, e
orienta todas as suas relações para a harmonia espiritual" (Scroggie).
Doutrinas errôneas; riquezas verdadeiras (3-10). O verdadeiro ensino concorda
com "as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo" e "a doutrina que é segundo a
piedade". Qualquer ensino fora desta norma não é verdadeiro. Uma boa prova é:
"Depois que aceitou tal ensino, Fulano tornou-se mais piedoso?" Concernente às
riquezas, é certo que não levaremos deste mundo coisa alguma que temos, mas
somente o que somos. Quem é rico neste sentido?
Conselhos cristãos (11-21). Nos versículos 11-16 temos um impressionante aspecto
da vida cristã, não como um passeio, mas um progresso; não um descanso mas um
conflito. Notemos as palavras ' foge, segue, milita ".
Os
versículos 17-19 contêm palavras de aviso e encorajamento aos ricos, e o
conselho de serem ricos em boas obras. Notemos a exortação do versículo 19: "Que
lancem mão da vida eterna", que contém também uma promessa de bênção futura.
"Conheci um rico que foi interrogado como sua riqueza influía na sua vida
espiritual, e respondeu: 'Tenho Deus em tudo'. Mais tarde ele perdeu todo o seu
dinheiro, e foi perguntado como era com ele agora? Respondeu: 'Tudo tenho em
Deus'. Bem aventurados aqueles que não são vítimas das suas vantagens".
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