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INTRODUÇÃO:
Como o "primeiro de Samuel" o
livro recorda a falha do homem, em Eli, em Saul e até em Samuel, assim o
"segundo de. Samuel" descreve a restauração da ordem pela entronização do rei
segundo o coração de Deus, a saber Davi.
Este livro também recorda o estabelecimento do centro político de Israel em Jerusalém (2 Sm 5,2-6), e seu centro religioso em Sião (2 Sm 5.7; 6.1-17).
Quando tudo está assim ordenado,
Jeová estabelece a grande Aliança Davídica (7.8-17), segundo a qual se
desenvolve toda a verdade referente ao reino. Davi, nas suas últimas palavras
(23.1-7), descreve o reino milenial que virá no comprimento dos tempos.
O livro está dividido em quatro partes:
1. Da morte de Saul à unção de Davi sobre Judá em Hebrom (1.1-2.7).
2. Da unção em Hebrom ao estabelecimento de Davi sobre o Israel unido (2.8 a 5.5).
3. Da conquista de Jerusalém à rebelião de Absalão (5.6 a 14.33).
4. Da rebelião de Absalão à
compra do terreno para o templo (15.1 a 24.25).
ANÁLISE DE 2 SAMUEL
1. Davi rei sobre Judá em Hebrom (caps. I a 4) - sete anos e meio.
1.1 Lamento sobre Saul (cap. 1).
1.2 Revolta de Abner (cap. 2).
1.3 Volta e morte de Abner (cap. 3),
1.4 Morte de Isbosete (cap. 4).
2. Davi rei de Judá e Israel em Jerusalém (caps. 5 a 24) — trinta e três anos.
2.1 O trono de Davi (caps. 5 a 7).
2.2. As conquistas de Davi (caps. 8 a 10).
2.3 O pecado e sofrimento de Davi (caps. 11 a 18).
2.4 A
restauração de Davi (caps. 19 a 24).
A MENSAGEM DE 2 SAMUEL
Morto Saul, Davi, que tinha sido ungido secretamente na sua mocidade em Belém, é agora ungido publicamente em Hebrom para reinar sobre a Casa de Judá, por enquanto, pois dez das tribos estão revoltadas sob Abner e Isbosete. Isto continuou por sete anos e meio; então uma briga entre Abner e o rei resultou no desmoronamento da rebelião e em Davi ser convidado a reinar sobre todo o Israel, e ser ungido pela terceira vez.
Por mais 33 anos ele ocupa o
trono de Israel. Devemos notar duas coisas:
1. A política interna de Davi.
Isto pode ser resumido em uma palavra: Centralização de poder e culto. Até então
tinha havido muitos e diversos centros de culto, mas Davi percebeu que a
estabilização do reino dependia, no futuro, de haver, não somente um lugar único
para culto, mas de um só centro de governo.
2. A política externa de Davi.
Isto pode ser resumido na exterminação de todos os adversários. Vemos isto no
capítulo 8, onde lemos das suas vitórias sobre a Síria, Moabe, Amaleque, Zobá e
a Filistia. Aqui não lemos de nenhuma derrota; enquanto a casa de Saul tornou-se
cada vez mais fraca, a de Davi tomou-se cada vez mais forte. O segredo do seu
bom êxito foi a sua dependência de Deus em tudo.
O pecado de Davi (caps. 11 a 18). Sua decadência começou em 11.1: quando o exército saiu para a guerra, ele ficou em Casa. Tal preguiça resultou nesse pecado que era uma terrível mancha sobre seu caráter nobre: o mais notável fracasso de uma grande carreira.
Notemos:
a) Seu grande pecado. Começa com a preguiça e a concupiscência dos olhos, e culmina no assassínio de um homem inocente.
b) Seu pesado castigo. Primeiro: a reprovação do seu pecado pelo profeta Natã; a morte do menino; o pecado e morte de Amnon; o desterro e rebelião de Absalão; o destronamento de Davi, etc.
c) Seu sincero arrependimento.
(Vemos isto no Salmo 51) Davi não perdera a salvação, mas o gozo da salvação.
Ele reconhece que fizera mal tanto a Urias como a Betseba, mas somente contra
Deus tinha pecado. (Entendemos assim, apesar da nota do bispo Horsley ao Salmo
51.)
A restauração de Davi (2 Sm 19 a
1 Rs 2.11). Davi volta ao trono. Seu primeiro ato é perdoar um dos culpados
(19.22,23). Os fiéis são premiados, os inimigos derrotados- Não estava sem
dificuldades nesses dias derradeiros, mas também não estava sem Deus (Scroggie).
OUTRA ANÁLISE É:
1. Os triunfos do rei (caps. 1 a 10).
Rei em Hebrom sobre Judá
Rei em Jerusalém sobre todo Israel
2. As tribulações do rei (caps. 11 a 20).
Seu pecado
Seu castigo
Sua
restauração
3. Os tempos do rei (caps. 21 a 24).
A fome
Os cânticos
Os heróis
O censo
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 1
A mentira do amalequita. Este
amalequita parece ter sido um vagabundo que depois da batalha procurava
despojos, e casualmente encontrou o corpo morto de Saul. Apanhou sua coroa e
bracelete e levou-os a Davi, esperando ser recompensado. Depois lembrou-se de
enfeitar o seu relatório, contando que ele mesmo matara Saul, que sabemos ser
mentira pela descrição em 1 Samuel 31.1-6.
Mas a mentira custou-lhe a vida,
pois Davi, em vez de o premiar, mandou matá-lo, porque, segundo a sua própria
afirmação, "estendeu a mão para matar o ungido de Jeová".
O cântico do arco (17-27). Assim chamado provavelmente por motivo da referência ao arco de Jônatas no versículo 22. É uma canção fúnebre incluída numa coleção de cânticos heróicos chamada "O Livro de Jaser" ou "o Reto", uma espécie de antologia nacional. É referido aqui e em Josué 10.13.
Matthew Henry nota que o poema
revela ser Davi:
1. Um homem de espírito excelente, em quatro coisas:
a) É generoso para com o seu declarado inimigo Saul.
b) É grato para com o seu declarado amigo Jónatas.
c) Está muito preocupado com a honra de Jeová, não querendo que os filhos dos incircuncisos triunfem sobre o povo de Deus.
d) Está muito
desejoso do bem do povo - sente que a glória de Israel tem sido ferida (v. 19).
2. Um homem sábio e santo, de
uma imaginação refinada. Não deseja que o ocorrido seja publicado: "Não o
noticieis em Gate". Amaldiçoa as montanhas de Gilboa, onde sucedeu a desgraça
(21), etc.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 2
Davi é aclamado rei de Judá (1-7). Notemos:
a) A direção que ele procurou de Deus, e obteve. Embora seu caminho parecesse evidente, contudo consulta a direção e a vontade divina.
b) Seu cuidado com a família (v. 2). As mulheres, suas companheiras na adversidade, iam ser companheiras no reino. Parece que ainda não tinha filhos. O primeiro nasceu em Hebrom (3.2).
c) A honra que recebeu dos filhos de Judá - ungiram-no rei sobre Judá — não sobre todo Israel. Nós podemos reconhecer o domínio de Cristo sobre nós mesmos, e deixar para um dia futuro ser Ele reconhecido Rei por todos.
d) A mensagem respeitosa que ele
mandou aos homens de Jabes-Gileade. Davi continua a honrar a memória do seu
predecessor, Saul, demonstrando que não era usurpador.
Revolta de Abner e Isbosete
(8-17). Uma rivalidade entre dois soberanos: um feito rei por Deus e o outro por
Abner. Um encontro entre duas forças armadas - não, ao que parece, dois
exércitos inteiros, visto que as baixas foram poucas (vv. 30 - 31).
Nesta batalha, Abner era
agressor; a localidade do conflito foi Gibeom (v. 13). A luta começou com uma
peleja proposta por Abner entre doze moços de cada lado - talvez uma espécie de
combate a estilo dos gladiadores romanos, em tempos mais recentes. Mais tarde a
batalha tornou-se geral, e Abner foi derrotado.
Asael persegue Abner (vv. 18-28). É uma cena impressionante: o moço ligeiro e atrevido, ambicioso de fazer presa do general inimigo; Abner, mais possante, avisando-o do seu perigo em persegui-lo, e aconselhando-o a contentar-se com uma presa menor. O moço, estouvado, não atendendo o aviso, morre pelo seu atrevimento. A lição para nós pode ser que precisamos distinguir entre o serviço que é preciso fazer, e a pessoa competente para fazê-lo.
Às vezes, um moço crente pensa
na necessidade de evangelizar um homem idoso, e somente consegue ofendê-lo,
devido à sua falta de perícia no serviço.
Os dois generais, Joabe e Abner
desafiaram-se: nem um nem outro era homem piedoso, e ambos, mais tarde, cada um
por sua vez, morreram de morte violenta.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 3 E 4
Abner faz aliança com Davi
(7-21). Abner brigou com seu amo Isbosete porque não quis ser admoestado (v. 8).
Ainda hoje há muitos que não toleram uma admoestação. Pensam que assim mostram
brio, mas antes provam seu egoísmo e falta de humildade.
Por isso, Abner abandona seu
senhor e vai a Davi, com quem está seu maior inimigo, Joabe. A conseqüência é
imediata: ele é assassinado por Joabe um pouco mais tarde (27-30). Disso resulta
um esfriamento entre Davi e seu general, Joabe.
O capítulo 4 conta o assassínio
de Isbosete e a morte judicial dos assassinos (12). Em tudo isto Davi mostrou um
espírito reto e justiceiro, e provou a todo o Israel ser um soberano que havia
de governar o povo com retidão. O crente hoje, que não é rei, pode ser patrão, e
pode merecer a estima dos empregados pelo seu procedimento correto em todas as
circunstâncias.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 5
Davi, rei sobre todo o Israel.
"Esta é a terceira vez que Davi é ungido rei. Primeiro em I Samuel 16.13; depois
em 2 Samuel 2.4, e afinal aqui, em 5.3. Apesar de toda a malícia de Saul, o
propósito e a promessa de Deus se cumprem, e Davi é o rei do povo eleito, o
primeiro dessa linha real da qual o próprio Senhor Jesus será a grande
consumação. Ele será o Príncipe da Casa de Davi, o Leão da Tribo de Judá, a Raiz
e Semente de Davi" (Goodman).
A soberania de Davi é baseada em
três coisas:
O direito de parentesco: "Eis-nos
aqui, somos teus ossos e a tua carne", dizem as tribos de Israel. Assim o crente
pode regozijar-se em Cristo: "somos membros do seu corpo, da sua carne e dos
seus ossos" (Ef 5.30). Quem podia ser mais próprio para reinar sobre nós do que
esse que foi feito "semelhante aos seus Irmãos?" (Hb 2.17).
O direito de redenção. Foi Davi
que, mesmo nos tempos de Saul, livrara o povo dos seus inimigos, os filisteus. E
nosso "Davi" tem o mesmo direito de reinar sobre nós, pois Ele lutou por nós, e,
no Calvário, ganhou a vitória sobre o pecado, a morte e o Inferno.
O direito de uma designação
divina: "Jeová te disse... tu serás príncipe sobre Israel". Ê assim com o Senhor
Jesus. Lemos: "Ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião" (Sl 2.6).
Nos versículos 13-16 vemo-lo, semelhante aos reis gentios em redor, "tomando para si concubinas e mulheres de Jerusalém", e tendo uma porção de filhos. Em algumas coisas podemos pensar de Davi como um tipo de Cristo, e em outras ele é bem diferente.
A vida do crente é a Bíblia do
seu vizinho descrente, na qual esse lê todos os dias. Bom é quando representamos
nosso Salvador fielmente, pois nossa conduta é a revelação única de Deus que
muitos dos nossos vizinhos jamais terão.
O restante deste capítulo se
ocupa com mais vitórias de Davi sobre os jebuseus e os filisteus.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 6
Davi traz a arca para Perez-Uzá. O comentário de F. W. Grant sobre este capítulo é muito instrutivo, e merece ser cuidadosamente ponderado. Diz ele: "Davi, embora quisesse ser um servo fiel, comete um grande erro que acarreta conseqüências graves. É bastante estranho que, num assunto como este, ele não indague nada de Deus nem se lembre da direção dada na Lei referente ao transporte da arca e vasos sagrados.
Ainda mais estranho é que, de todas as pessoas apartadas para o serviço do santuário, não tenha havido nenhum sacerdote ou levita para advertir o bem-intencionado rei sobre o modo prescrito de conduzir a arca. Muito já tinham sofrido os filisteus devido à desonra feita à arca. Muito sofreram os homens de Bete-Semes. Contudo o expediente dos filisteus - o carro de vacas — para descobrirem, da melhor maneira que sabiam, se deveras foi a mão de Jeová que os ferira: esse é o modo que Davi adota para levar a arca a Sião!
"É verdade que Deus permitira aos filisteus aprender a sua lição desse modo, e
isso talvez fosse o motivo de Davi adotar o mesmo meio, mas essa imitação não
tinha desculpa, Deus falara sobre o assunto e a ignorância do que Ele
determinara mostrava descuido, ou esquecimento culpável. Como podia Deus neste
frisante exemplo, perante os olhos da nação inteira, estabelecer um precedente
para os tempos futuros, e fazer pouco caso da sua própria honra?
"E vão atrás dos filisteus, como todos os imitadores costumam fazer. Os filisteus tinham pensado que, se Jeová era Deus, o gado havia de lhe obedecer sem qualquer direção humana, e até contra seus próprios instintos. Mas os israelitas, ao entregarem a arca ao carro, querem que Uzá e Aio guiem o gado.
Não têm confiança no seu próprio expediente e já estão entregues à obra perigosa
de contar com os próprios recursos no caso de aparecer qualquer dificuldade.
Nada mais então tinham aprendido durante todos os anos em que a arca estivera na
casa de Abinadabe!
"Contudo a coisa vai bem no princípio. Há regozijos e abundantes demonstrações
de lealdade da parte do povo, até que, chegando ao lugar preparado, os bois
tropeçam e Uzá estende a mão e segura a arca. Uzá significa 'força', mas ele não
se havia medido na presença de Deus, nem aprendido a verdadeira fonte da força.
Seu ato revela o que a arca significa para ele — o ato de uma alma ignorante de
Deus e de si mesmo. E ele é ferido, e o eirado preparado vem a ser Perez-Uzá, 'o
quebramento da força'.
"É estranho que no serviço do santuário Davi fosse tão ignorante; mas casos semelhantes abundam entre nós hoje. O fato de ser bem-intencionada muitas vezes impede a pessoa de procurar indagar a vontade do Senhor, ou de verificar tudo pela sua Palavra. Se a coisa proposta for boa em si, por que tanto escrúpulo quanto a modos e métodos?
Quão pouco compreendemos a falta de reverência que jaz
sob uma aparência de devoção honesta, onde presume-se que a sabedoria humana é
suficiente para tomar uma resolução sem consultar a Deus, ou a força humana
suficiente para operar a sua vontade! Quantas vezes nossos 'Uzás' são feridos,
justamente quando imaginamos que nosso serviço deve ser bem aceitável a Deus!
"Em seguida vem a reação de toda esta confiança vã. 'Davi teve medo de Jeová
naquele dia, e disse.' Como virá a mim a arca de Jeová?' Assim passamos de um
extremo a outro, e de acordo com a medida da nossa primeira confiança, vem a ser
a profundeza do nosso desespero. Onde esperamos encontrar as provas de uma
benigna aceitação e aprovação de Deus, temos, por vezes, achado os sinais do seu
desagrado.
"Mas, como temos visto, o caso é simples. Como podia Deus aceitar o completo
abandono da sua palavra e a adoção dos meios dos filisteus, quando Ele tinha
revelado a sua vontade? E isto feito bem publicamente, e por todo o povo".
Muito ainda escreve F. W. Grant sobre o mesmo ponto, mas nosso espaço não
permite traduzir mais.
Davi traz a arca para Jerusalém (12-23). Neste trecho podemos estudar
1) Obede-Edom; 2) Davi; 3) Mical
1) Obede-Edom. Receber a arca de Deus na sua casa era uma experiência
inesperada. Dias antes ele não teria sonhado em tal coisa. Isso significa
receber Cristo no coração. Para alguns, é uma experiência gloriosa e abençoada.
Para outros é uma experiência ainda a ser realizada.
Podemos crer que Obede-Edom recebeu a arca reverente, humilde, esperançosamente,
crendo que nisso ele fazia a vontade de Deus.
Receber a arca de Deus na sua casa era uma experiência passageira. A arca não
ficaria ali para sempre. Era necessário aproveitar bem as semanas, porque no ano
seguinte não haveria oportunidade.
A hora no monte da transfiguração passou. A visão que Paulo teve do Paraíso era passageira (2 Co 12.2); depois seguiram dias comuns, cheios de incidentes ordinários.
Nós podemos, às vezes, experimentar momentos de exaltação
espiritual, períodos de mais intima comunhão com Deus, e recordá-los depois com
gratidão. A nossa natureza não pode suportar um excesso de incidentes sublimes,
como nosso paladar não pode suportar um excesso de açúcar no café.
2) Davi, neste trecho, parece-nos ser um homem piedoso, desejoso, sobretudo, de
ter bem perto dele sempre o símbolo da presença de Deus. Somos assim,
porventura, também desejosos de sentir Deus bem perto, mesmo nas nossas horas
mais íntimas?
Davi era um homem instruído, e compreendia que não podia aproximar-se de Deus
sem o devido sacrifício (v. 13).
Davi era um homem entusiasta, que não se poupava em demonstrar o seu fervor religioso.
Davi era um homem generoso, que fez uma festa para o povo ao mesmo tempo que adorava a Deus.
3) Mical é o tipo de uma pessoa carnal, que desprezava porque
não compreendia um entusiasmo espiritual. Evidentemente, era indigna de ser esposa
de Davi, porque ela não podia compreender seu culto a Deus; porque não era
submissa, como deve ser uma esposa; porque usava um exagero malicioso e mentiroso em descrever a cena que presenciara (v. 20); não podemos pensar que Davi
tenha feito qualquer coisa indecente com o uso do vestuário de sacerdote.
(Veja-se Levítico 16,4.)
A conseqüência para Mical desta crítica carnal de um ato religioso foi perder a intimidade com Davi que, como esposa, havia de esperar (v. 33).
Devemos recear que, em conseqüência de sentidos carnais em assuntos espirituais,
percamos nossa intimidade com Cristo.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 6
Davi deseja edificar o templo. "Davi está no seu trono e em paz; tem descanso de
todos os seus inimigos em redor. Mora na sua casa de cedro, e julga ser uma
coisa sem cabimento que a arca de Jeová esteja numa tenda,
"Aqui vemos imediatamente como o coração do homem pode estar direito perante
Deus, e seus pensamentos errados. Davi revela seu desejo a Natã, que primeiro
aprova seu propósito, dizendo: 'Vai, faze tudo o que tens no teu coração, porque
Jeová está contigo"
"Mas a Palavra de Deus é uma coisa mui diferente dos melhores pensamentos das melhores pessoas, e logo Natã tem muitas palavras mui diferentes postas na sua boca por Deus.
Aqui também Deus mostra a Davi que seu pensamento é errado, pelo
fato de não ser baseado em qualquer prévia intimação da vontade divina.
Porventura um homem pode pensar por Deus? Podemos antecipar a sua mente? É
impossível: tudo que o espírito mais fervoroso pode fazer é obedecer-lhe. Por
isso Davi há de ser errado, como qualquer outro que pretenda acrescentar alguma
coisa à perfeita Palavra de Deus.
"Assim Deus diz: 'Em todos os lugares em que tenho peregrinado com todos os
filhos de Israel, falei jamais palavra a alguma das suas tribos... por que não
me tendes edificado uma casa de cedro?'
"Mas isto não quer dizer que o zelo e o fervor não são aceitáveis a Deus:
certamente são. Por isto Deus prossegue, ao mesmo tempo que recusa a proposta de
Davi, em lhe assegurar o que há de fazer para ele: 'Também Jeová te diz que Ele
mesmo te fará uma casa' (v. 11).
"Um filho lhe será levantado em que o reino será estabelecido, e que cumprirá o
desejo que agora está no coração de Davi, e seu trono será estabelecido para
sempre.
"Salomão está primeiro em vista nesta promessa, como sabemos; mas Cristo é o único filho de Davi em que a profecia pode ser plenamente cumprida.
O filho que
está perto é apenas uma sombra do Filho maior mais ao longe; e a casa feita por
mãos é apenas uma antecipação da gloriosa Casa contra a qual as portas do
Inferno não poderão prevalecer. Assim vemos como a instabilidade da descendência meramente humana não pode invalidar a
palavra que tem saído da boca de Jeová" (F. W.Grant).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 8
As vitórias de Davi. Este
capítulo está cheio de conflitos, batalhas e vitórias. Em verdade, Davi era
"homem de guerra", como seu filho Salomão era "príncipe da paz".
A expressão no primeiro
versículo: "as rédeas da metrópole" (V.B.) é problemática. Diz Grant: "Isto não
pode significar que Davi tirou o domínio dos filisteus sobre Israel, pois isso
com certeza já findara havia muito. Por isso parece-nos referir-se ao governo
interno do país, uma cidade (Gate 1 Cr 18.1) que tem domínio sobre o resto".
É provável que devemos ler o
versículo 3: "quando ele [Davi] foi estender o seu poder até o rio [ Eufrates]".
Parece-nos que Davi tinha um propósito deliberado de tomar posse das terras até
o limite da promessa a Abraão em Gênesis 15.
Os "escudos de ouro" dos servos
(não soldados) de Hadadezer eram provavelmente escudos usados no palácio desse
rei em ocasiões de grande gala.
Nos versículos 10 e 11 vemos o
ouro, a prata e o bronze que Jorão trouxe a Davi consagrados a Jeová. Os valores
que nós recebemos podemos semelhantemente consagrar a Deus.
Temos mais satisfação em ler que Davi "administrava o juízo e a justiça a todo o seu povo" (v. 15) do que em todas as suas vitórias. Os servos de Deus ainda hoje precisam combater o erro e ganhar vitória sobre ensinos falsos, mas o melhor mesmo é empregarem as suas energias no ensino da verdade.
Proposta emenda de tradução:
"Davi subjugou a metrópole dos filisteus" (8.1) (R. 56).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 9
Davi e Mefibosete. "Na hora da sua prosperidade, Davi não se esqueceu do amor de Jônatas na sua adversidade, e por amor dele quis mostrar benevolência a qualquer remanescente da família de Saul. Recomendaram-lhe então Mefibosete, o príncipe coxo, que vivia da outra banda do Jordão, numa cidade de Manassés chamada Lo-Debar, que significa 'lugar sem pastor', 'terreno deserto'.
"Por isso Davi manda buscá-lo para mostrar-lhe 'a bondade de Deus',
restaurando-lhe os terrenos de Saul e deixando-o comer continuamente à mesa do
rei. Tudo isto não somente mostra a generosidade do coração de Davi, mas pode
ser empregado como uma ilustração do Evangelho:
triste caso do pecador. Como Mefibosete, ele tem caído e é coxo, assim incapaz
de andar nos caminhos de Deus. Ainda mais, está bem longe, numa terra deserta.
A graça do rei. Está no seu
coração mostrar bondade (Ef 2.4-7; Tt 3.4). Manda procurar o aleijado, leva-o
junto a si, e outorga paz ao seu coração.
O motivo da graça não se encontra no objeto dela. Mefibosete confessou que era
'um cão morto' (veja-se Mateus 15.27), e a salvação não é de merecimento nem de
obras, mas é a dádiva de Deus por amor de Cristo.
O enriquecimento e dignidade (9.11). Como acontece conosco, Mefibosete tornou a receber tudo que seu pai perdera, e ainda mais, foi colocado à mesa do rei como um dos príncipes.
Assim nós também temos sido
'abençoados... com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo
(Ef 1.3) e somos feitos 'filhos de Deus' (Jo 1.12)" (Goodman).
Neste capítulo aparece pela primeira vez Ziba, o servo de Mefibosete. Mais tarde
ele torna a aparecer em circunstâncias mais funestas.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 10 e 11
Vitória material e derrota moral. O capítulo
10, relatando palavra por palavra o
que temos em 1 Crônicas 19, descreve as vitórias de Davi sobre Amom e Síria. No
capítulo 11 temos seu terrível pecado de adultério. Aqui mais uma vez
descobrimos (porque não é novidade) que um sincero homem de Deus pode cair no
pecado no caso de não andar bem chegado a Deus, e por consentir nos desejos da
carne.
Ao mesmo tempo que reprovamos o
adultério de Davi, devemos nos lembrar de que, quando Jesus se referiu ao mesmo
pecado, chamou a atenção, não para a conduta mas para o coração (Mt 5.28). Assim
quem tem o coração mais puro do que o de Davi pode ser o primeiro a lançar pedra
contra a reputação dele estudando este pecado de Davi, Matthew Henry nota:
"A ocasião do pecado: Descuido do dever. Quando devia ter estado com o exército
no campo, ele estava descansando na cama. Preguiça. 'Dormindo a sesta' em vez de
ocupações ativas. Um olhar descontrolado, quando devia ter orado: 'Desvia meus
olhos de verem a vaidade' (Sl 119.37).
"Os passos do pecado. Viu, e desejou. Indagou quem era. Mandou chamá-la, talvez
com o pensamento de uma mera conversa inocente. Pecou, porque o começo do pecado
é uma descida fácil.
"O agravamento do pecado.
Já era de uma certa idade: alguns pensam que de uns 50 anos. Tinha mulheres e concubinas (12.8). Urias, a quem ofendeu, era um dos
seus valentes. Batseba era uma mulher de boa reputação. Davi era um rei, com o
dever de exercer a justiça, e dar um bom exemplo."
Um pecado resulta em outro. Ao adultério acrescenta-se o assassínio do valente e
fiel marido de Batseba. Que fracasso moral na história de um dos mais amáveis
caracteres da Bíblia!
Alguns podem pensar que a própria Batseba não era de todo sem culpa. Porventura
não podia achar lugar mais privado para banhar-se senão imediatamente em frente
ao palácio? Na entrevista com o rei, não podia ter procedido com a dignidade de
esposa de um homem valente? Não podia ter gritado por socorro? (Dt 22.24).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 12
Natã repreende Davi. Logo a seguir, Deus, que tudo vê, manda o profeta Natã
repreender o rei criminoso. Sobre isto o dr. Goodman diz:
"Deus não faz acepção de pessoas. Os reis não podem pecar e fugir às
conseqüências mais do que quaisquer outras pessoas. Podem estar acima das leis
humanas, mas não das divinas.
"O homem mais santo é capaz de cair no pecado mais terrível. Nossos corações são
todos semelhantes, e, a não ser pela graça de Deus, capazes das ações mais vis.
Somente na medida que aprendemos a andar no Espírito poderemos cessar de
obedecer às concupiscências da carne (Gl 5.16).
"Nenhum pecado está escondido aos olhos de Deus. O que Davi fez desagradou a
Deus, Seus olhos santos tudo vêem.
"Os homens condenam nos outros o que desculpam em si. Davi sentenciou-se à morte
(v. 5), pensando que era crime de outro que estava julgando. 'O homem...
morrerá' disse ele. 'Tu és o homem!' disse Natã.
"O pecado, embora perdoado, é disciplinado. Natã foi instruído a dizer-lhe:
'Jeová fez passar o teu pecado; não morrerás', mas diz também: 'não se apartará
jamais a espada da tua casa'. Deus tem em vista não somente a salvação do
pecador, mas também a disciplina da 'família da fé'. O pecador perdoado precisa
ser o santo disciplinado".
Um rei, dispondo de muitos recursos e extensos poderes, precisa refrear-se voluntariamente de certos excessos de que a maioria é resguardada por circunstâncias inevitáveis. Por isso, a Lei em Deuteronômio 17.17 diz que o rei "não multiplicará para si mulheres, para que não se desvie o seu coração; nem multiplicará muito para si a prata e o ouro".
Davi, e ainda mais Salomão,
desobedeceram este mandado e se entregaram a muitos excessos carnais que gente
mais humilde e pobre não podia praticar. E, contudo, Davi escreveu muitos salmos
piedosos e espirituais, e a Salomão são atribuídos ao menos três livros da
literatura sagrada de Israel!
Porventura não nos ensina este trecho da Escritura que, embora haja com alguém
coisas reprováveis ou mesmo vergonhosas, isto não quer dizer que não haja nele
valores apreciáveis. Contudo, temos conhecido casos em que todo o ensino passado
e subseqüente de um servo de Deus tem sido banido da aprovação e apreciação dos
seus irmãos, devido tão somente, a um lapso espiritual, mais tarde reprovado com
arrependimento e lágrimas.
Com respeito ao primeiro filho de Batseba, que morreu porque Jeová o feriu (15),
vemos que Davi:
1. Compreendeu como o pecador devia proceder perante o Deus ofendido. Humilhou-se na confissão, vergonha, e julgamento do seu pecado (v. 16).
2. Orou pela criança (v. 16) com lágrimas e jejum. Não procurou ver a compaixão divina, por emoção.
3.
Quando a criança faleceu, Davi aceitou a vontade de Deus, e cessou de orar (vv.
19,20). Os servos esperavam alguma demonstração de pesar e emoção, mas, apesar
de tudo, Davi era um homem de fé, e conformou-se com a vontade divina: As suas
palavras no versículo 23 são sensatas e tocantes.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 13
Amnon, Tamar e Absalão. "Entre os capítulos 13 a 20 podemos descobrir sete ou oito conseqüências do pecado de Davi. A primeira foi o incesto de Amnon: a segunda, o assassínio de Amnon; a terceira foi a fuga de Absalão.
É mais fácil
promover o mal nos outros do que o bem, e um mau exemplo anima as tendências más
naqueles que nos rodeiam. Um filho de Davi imita o pai na imoralidade, outro no
assassinato. É uma perpétua dor moral alguém ver seus feitos reproduzidos nos
seus filhos (Scroggie).
"O castigo para Davi nasce no seio da própria família. O mal não controlado no
seu próprio caráter remete-se nas paixões dos seus filhos, em que o poder da
hereditariedade se mostra tão evidente.
"Nem podemos duvidar de que a influência do pecado do pai tinha, com um indivíduo como Amnon, agindo sem o freio do arrependimento paterno. Amnon havia de ver que seu pai pecara, aparentemente sem sofrer, ele não podia discernir que os próprios vícios do filho haviam de ser o açoite dos pecados do pai.
Há
uma cegueira inevitável que pertence àqueles que rejeitam a sabedoria divina.
Tinha tudo isso operado para tornar Amnon um déspota cruel, sensual — um
espectro que bem podia assustar o pai de um tal filho, visto que ele tinha
contribuído tanto para fazer de Amnon o que era" (Grant).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 14
A mulher sábia (1-24). Técoa, sete quilômetros ao sul de Belém, é tida como
sendo a vila de Amós, o profeta (Am 1.1).
Uma "mulher sábia " era a que desfrutava a fama de poder resolver questões
difíceis; em alguma coisa semelhante a uma feiticeira, porém, sem a má fama
desta. Uma destas mulheres sábias salvou a cidade de Abel quando Joabe a sitiou
na sua perseguição de Seba (2 Sm 20.16-22).
Joabe empregou esta mulher para interceder com Davi a favor de Absalão.
Serviu-se ele de um caso suposto, como Natã fizera. Ela mostrou tanta sabedoria
e empregou palavras tão persuasivas, que durante os séculos têm servido como
textos para sermões evangélicos:
l) A necessidade humana: "Morremos, e somos como a água derramada sobre a terra"
(v. 14).
2) O Evangelho: "Deus... cogita meios, para que o banido não fique desterrado da
sua presença" Para receber os "meios", nós olhamos para o Calvário.
Absalão restaurado (28-33). Notamos a diferença entre ele e o pródigo (Lc 15.20). Nessa parábola, o Senhor frisa o verdadeiro arrependimento do filho pródigo, e a sua confissão de pecado.
Mas de Absalão não ouvimos nenhuma palavra
de arrependimento. Pelo contrário, ele pediu justiça: "se houver em mim culpa,
que me tire a vida" (v. 32). Era um pecador querendo justificar-se, e não podia
ter falado sinceramente, pois sabia que era culpado, e condenado pela lei de
Deus. Seu apelo era uma mentira sentimental que esperava poder tocar o coração
de Davi, e nisso teve bom êxito.
Mas a retidão era ultrajada e a justiça despreza-
da. Tal desculpa de pecado podia trazer somente desastre, e o filho malvado logo
começa a conspirar contra seu pai.
A graça somente pode reinar pela justiça. Ê somente na base da satisfação feita
sobre a cruz de Cristo que o santo Deus pode reconciliar o pecador a si mesmo, e
dar-lhe o beijo do perdão (Goodman).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 15
Absalão se revolta, e Davi foge. Notemos no procedimento de Absalão:
1. Uma demonstração de grandeza. 08 príncipes orientais costumavam ter servos que corriam adiante dos seus carros. Dois ou quatro, Absalão tinha cinqüenta.
2. A presunção de emprego público (v. 2). Presumia fazer-se juiz, sentado à porta da cidade.
3. Fingimento de pena por não haver oficiais apontados pelo rei.
4. Adulação e lisonja. Em vez de aceitar a reverência devida a um filho do rei, ele levantava o que o saudava e o beijava (v, 5).
5. Piedade fingida (v. 8). Alegou ter feito um voto a Deus, e assim enganou o rei.
6.
Astúcia (v. 11). Muitos ficaram envolvidos na revolta sem perceberem seu
verdadeiro caráter (Goodman).
Hebrom é uma cidade a uns 30 quilômetros ao sul de Jerusalém, e foi ali que
Absalão levantou o estandarte de revolta (v. 9). Era tão perto da capital que
teria sido perigoso Davi ficar em Jerusalém sem dispor de um exército suficiente
para se defender.
O dia da sua calamidade foi o dia de provar a lealdade dos seus amigos e servos.
A lealdade de Itai é especialmente notável (19,23). Ele era de Gate, capital da
Filistia, e por isso podia bem ter sido um inimigo de Davi, e nisso é um tanto
parecido com alguns dos convertidos de hoje.
A arca devolvida a Jerusalém (25-29). As razões por que Davi resolveu mandar a
arca para Jerusalém foram provavelmente:
1) Porque não quis expô-la aos perigos do campo de batalha. Ele podia ter-se lembrado do que lhe aconteceu na terra dos filisteus.
2) Ele não tinha nenhuma reverência supersticiosa para o símbolo em si. Contava com a presença do Senhor consigo.
3) Ele havia de preferir pensar na arca como descansada na tenda que fizera para ela (6.17) e não levá-la aos campos de batalha.
4) Ele estava esperançoso de que Deus o havia de restaurar ao trono em Jerusalém (v. 25).
5) Permaneceu submisso à vontade de Deus em qualquer caso (v. 26). Assim, na adversidade, agiu como homem de fé. Contudo não havemos de justificar todas as suas ações. Espionagem e falsidade (3437) são armas mundanas, não recomendáveis ao homem de Deus.
Porventura um homem de fé e
coragem como Davi não podia ter
contado com Deus para o libertar sem tais expedientes? Deus não o havia de
desamparar, e "do Senhor é a batalha" (Goodman).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 16
Atitudes reveladoras. O centro de interesse é Davi, e os homens ficam divididos de acordo com as suas relações para com ele. De um lado Itai, Zadoque, Abiatar, Aimáas, Jônatas e Usai, e do outro Absalão, Aquitófel, Ziba e Simei.
Como então Davi era o ponto de divisão, assim é Cristo hoje. Podemos notar:
1. A
avareza de Ziba (1-4). Na esperança de obter bens e poder, Ziba pregou a Davi
uma grande mentira com respeito a Mefibosete, e o filho de Jônatas ficou sob a
sombra dessa mentira por todo o tempo em que Davi permaneceu fora de Jerusalém.
Davi devia ter esperado ouvir o outro lado (v. 4). Lembremo-nos de que sempre
existe o outro lado.
2. Os insultos de Simei (6-8). Leiam-se os Salmos 3,4,69 e 1()9, que descrevem os acontecimentos deste triste dia. Se Deus permite ao seu povo sofrer assim, isso não diminui o pecado de Simei.
3. O zelo de Abisai (9). Nós todos reconhecemos que isto foi despertado naturalmente, embora erradamente manifestado e devidamente reprovado. O zelo de um cristão nunca deve ser vindicativo.
4.
A paciência de Davi (10-13). Durante este triste período, o rei aprendeu
algumas das grandes lições da sua vida. Apesar de o caminho ser áspero, sempre
há lugares de refrigério (v. 14) - (Scroggie).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 17
Husai derrota o conselho de Aquitófel. O conselho acertado de Aquitófel,
primeiro aprovado, é depois rejeitado pela oposição de Husai. Seu discurso, bem
adaptado ao homem com quem fala, opera sobre os receios e a vaidade de Absalão.
Nada mais sensato do que a sua recomendação, uma vez admitido aquilo que o novo
rei aceita sem questão: que a vontade de todo o povo o colocara onde ele está.
Aquitófel sabe melhor, por isso o seu desespero quando o conselho de Husai é
preferido ao seu. Quando os mensageiros saem, não sem perigo, a levar as
notícias a Davi, Aquitófel volta a casa, coloca a em ordem, e se enforca (v.
23): é o primeiro suicídio da Bíblia.
"Que Davi escapou mediante o serviço de Husai, é verdade, mas não sabemos quanto ele teria perdido de experiência da mão salvadora de Deus.
Quão facilmente nós também nos privamos, semelhante mente, de gloriosas visões do poder divino! Quanto mais nos enriquecemos em expedientes, tanto mais empobrecemos as nossas vidas espiritualmente! (Grant)
No versículo 23, em vez de "pós em ordem a sua casa", devemos ler "fez seu
testamento" (R. 52).
No versículo 25 "Itra o israelita" provavelmente deve ser "ismaelita" de acordo
com a versão dos LXX e 1 Crônicas 2.17.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 18
Capitulo 18
A morte de Absalão. Neste capítulo podemos notar:
1. O amável empenho de Davi pelo seu filho rebelde (v. 5). Como Deus não quer,
Davi também não queria a morte do pecador (embora fosse preciso lutar contra
ele), e sim que fosse levado ao arrependimento e reconciliação.
2. O incidente que resultou na morte de Absalão (9): sua cabeça presa num
carvalho. Possivelmente sua cabeleira abundante (14.26) prendeu-o à ramagem. Um
incidente mui insignificante pode ter conseqüências bem graves.
3.
A lealdade de "um certo homem " (10,12, 13). Ele respeitava a palavra do rei
(12).
4.
A crueldade de Joabe (14). Este feroz sobrinho de Davi muitas vezes manchou suas
mãos com sangue. Matara Abner e Amasa, "dois homens mais justos do que ele" (1
Rs 2.32), e, afinal, ele mesmo havia de morrer pela espada.
É patético ouvir Davi chorando sobre seu filho rebelde. É provável que seu
lamento tenha sido em parte devido à própria culpa no caso:
Davi tinha desposado a filha do rei Gesur (3.3), uma mulher pagã. Este casamento profano teve as suas conseqüências tristes.
Ele sabia que esta rebelião era parte do castigo pelo seu próprio pecado
(12.11).
Talvez recordasse seu erro em tornar a receber a Absalão não arrependido pelo assassínio do seu irmão. Davi devia ter atendido à justiça da matéria.
Graça com
desprezo da justiça não opera o verdadeiro arrependimento.
Ao fim do versículo 22 devemos ler, com V B. "pois não receberás recompensa
pelas novas".
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 19
Joabe e David. "A história de Joabe está cheia de instruções. Ele ocupou um lugar de destaque; disse e fez coisas boas, e era homem de muitas habilidades e poder, mas fracassou, e não é mencionado entre os valentes de Davi.
Capacidade
não é tudo: precisa haver graça também. Duas coisas podemos dizer do seu
discurso a Davi (5.7):
Primeiro. Está cheio de severo bom senso e conselho acertado. Havia uma crise em
Israel que demandava habilidade política. Era necessário que Davi dominasse seu
pesar pessoal e mostrasse seu cuidado pela nação.
Segundo, era áspero e rude. Afinal de contas, Joabe falava com um rei, e ainda
mais, mostrava-se indiferente ao pranto de Davi. Contudo o discurso produziu bom
resultado.
O rei esperou para ser convidado a voltar (11.12) Porventura não há outro Rei
que espera haver um povo disposto e ansioso pela sua volta? "Por que então sois
vós os últimos em fazer voltar o rei?" (Scroggie)
Mefibosete encontra-se com Davi (24-30). O modo como Davi o trata é o de um homem que não pode deixar de reconhecer seu erro anterior, sem, porém, ter vontade de admitir a injustiça do seu próprio procedimento. Enganado pelo seu servo e obrigado à inação pela sua incapacidade.
Mefibosete evidentemente lastimava a ausência do seu benfeitor e amigo. Davi compromete-se com a sua consciência e a sua promessa a Ziba, mostrando por sua irritação falta de sossego e serenidade.
O filho de Jônatas manifesta o mesmo espírito do pai, numa
afeição que não pode ser comprada e não pode ser diminuída pela mudança do
procedimento do seu protetor. "Fique ele muito embora com tudo, uma vez que o
rei meu Senhor já voltou em paz à sua casa" (30) (Grant).
Admiramos a atitude e a conduta de Barzilai, um velho de respeito e recursos,
"um homem muito rico", que antes quer servir do que ser servido.
Barzilai. que nada quis para si, mandou o seu filho acompanhar Davi, e parece
bem possível que Davi lhe tenha dado a velha casa paterna em Belém, chamada
em Jeremias 41.17 "Gerate-Quimã" (hospedaria de Quimã, na versão espanhola de Pratt)
que muito bem poderia ser a pousada onde o Senhor Jesus nasceu: aquele que é
maior que Davi nasceu, , assim. no mesmo lugar onde o menino Davi nascera
séculos
antes.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 20
A sedição de Seba. Não chegara o rei a Jerusalém antes que aparecesse a sombra
daquilo que, uma geração mais tarde, havia de resultar na independência de
Israel.
A contenda entre Israel e Judá rebentou na própria presença do rei, e Seba, filho de Bicri, benjamita, chefia uma nova revolta contra Davi. Os homens de Israel, reunidos para honrar a Davi, seguem-no, e a faísca de rebelião ameaça desenvolver-se em labareda.
O rei chama Amasa para reunir Judá em perseguição
de Seba, mas ele é moroso quando tudo depende de rapidez. Por isso Davi confia a
Abisai a tarefa de perseguir a Seba com a sua tropa. Os homens de Joabe
acompanham os outros, com Joabe à sua frente. O assassino de Amasa restaura
Joabe ao seu antigo lugar à cabeça das tropas, onde seu bom êxito na captura de Seba o retém. Tanto
político e corajoso como pouco escrupuloso, a figura de
Joabe domina toda a última parte do reinado de Davi (Grant).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 21
Fome em Israel. Davi consultou ao Senhor por motivo da fome, e recebeu a
resposta surpreendente 'Há sangue sobre Saul e sobre sua casa, porque matou os
(v. 1).
Foi um castigo atrasado, que não é o único referido na Bíblia, mas podemos notar
como a própria Natureza costuma agir de semelhante maneira. Quantos homens na
sua velhice sofrem dores e mágoas em conseqüência de imoralidades praticadas na
sua mocidade? Podemos ter a certeza de que "o que o homem semeia isto ceifará",
mas se a colheita será imediata ou não, no tempo presente ou na eternidade, nem
sempre podemos dizer. Sabemos que essa fome foi "nos dias de Davi", mas não
sabemos precisamente quando.
Sem dúvida Davi fez bem em
consultar a Deus sobre a causa do mal; mas, porventura, fez igualmente bem em
consultar os gibeonitas sobre a cura? Não havia, então, nenhuma lei em Israel
para um tal caso? Ou não podia ter pedido instruções a Deus sobre o procedimento
adequado?
Mas, longe de procurar o parecer divino, Davi fez uma promessa incondicional aos
gibeonitas: "O que vós disserdes, isso vos farei" (v.4), e ouvindo a sua
exigência que sete filhos de Saul fossem enforcados, ele responde "Eu os darei".
Nada de consultar novamente a vontade de Deus, e, em verdade, isso não era
preciso para recusar o pedido sanguinário. Já estava escrito no código de Israel
"Não se farão morrer os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada homem
será morto pelo seu próprio pecado" (Dt 24.16).
Lemos em 2 Samuel 6.23 que Mical não tinha filhos e em 2 Samuel 21.8 que tinha
cinco. O Christian 's Armoury (p. 406) oferece a sugestão que ela, não tendo
filhos próprios, criou os filhos de Merabe; e, por isso, segundo o uso judaico,
foram chamados seus- De semelhante modo se diz de Moisés, quando adotado pela
filha de Faraó, que veio a ser filho dela (Êx 2.10).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 22
Cântico de Davi. Este cântico é quase uma exata repetição do salmo 18. As divisões podem ser como segue:
1. Libertação produz louvor (1-7). Davi, estando em perigo (5,6), recorre à oração (7); é-lhe outorgada a divina proteção (2,3) e ele levanta a sua voz em louvor (v 4). Porventura Deus é para nós o que foi para Davi Rocha, Fortaleza, Libertador, Escudo, Força, Torre, Refúgio, Salvador? (2,3).
2. Uma Revelação do Libertador (8-16). Todos os recursos da poesia são empregados sem descrever as maravilhas da libertação divina e a grandeza do divino Libertador.
3. Davi relata o que Deus fez para ele (17-20). Havia muitos inimigos, mas Deus veio em seu socorros.
4. Davi fala da sua justiça (21-35). Não é de supor que ele se julgue sem pecado. Apenas afirma a sua sinceridade, integridade e fidelidade em contraste com as calúnias dos inimigos. Diz: "Não me apartei impiamente do meu Deus" (22 Alm.)
5. Davi
declara os princípios do divino procedimento (26-28). É sempre importante saber,
não somente como Deus faz, mas porque Ele faz.
6.
Davi relata o que tem sido capacitado a fazer, sendo Deus o que é (29-32).
Nosso comentário é: 'Tudo posso, por Cristo que me fortalece' .
7.
Louvor a Deus, por causa dos inimigos finalmente subjugados. Devemos notar que o
ânimo manifestado no V.T. não deve ser julgado pelo padrão do N.T. A revelação
e a experiência são progressivas, e sentimentos que podemos reconhecer como
inevitáveis numa dispensação anterior são sem cabimento nesta presente
dispensação. Comparemos o versículo 41 com Lucas 23.34. Nós não podemos nos gloriar no infortúnio dos outros, por maus que sejam.
Parece claro que este, e outros salmos têm um sentido profético. A Escritura
afirma por toda parte que, afinal, os inimigos do Senhor serão destruídos. Pode
haver a aplicação pessoal, e os "inimigos" podem representar para nós pecados e
adversários espirituais (Scroggie).
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 23
As últimas palavras de Davi (1-7). Notemos a descrição tríplice de Davi:
1) o homem que foi exaltado;
2) o ungido do Deus de Jacó (não "de Israel");
3) o
suave salmista de Israel (palavras, por suposto, do editor e não de Davi).
Notemos também, com cuidado, que Davi sentiu-se inspirado por Deus ("o Espírito
de Jeová fala por mim e a sua palavra está na minha língua", v. 2).
Podemos pôr estas palavras de Davi na mesma classe das dos profetas quando disseram "A palavra de Jeová veio a mim, dizendo" (Jr 1.4, etc.)
Aqui, ao menos, temos a afirmação de "inspiração verbal" muito positiva,
referindo-se aos sete versículos que estamos estudando.
É quando Davi se torna simplesmente uma voz (como o Batista), que fala de Outro, pelo qual toda a doçura e melodia e caráter divino se manifestam.
Davi nos
recorda aqui da sua origem humilde e da graça que o levantou. Ele é o ungido do
Deus de Jacó. Aquele cuja glória é fazer da matéria mais humilde um vaso para
seu louvor. Assim, como o ungido de Deus, ele é mais o "suave salmista" de
Israel de que o seu rei. E assim nossos corações o apreciam. Que é o rei
comparado com o salmista?" (Grant)
O versículo 5 deve ser traduzido, provavelmente: "Não é, em
verdade, a minha
casa assim com Deus? Pois Ele tem feito comigo um concerto eterno, ordenado em
todas as coisas e seguro. Ora, este concerto é toda a minha salvação e todo o
meu desejo, pois não fará Ele prosperar a minha casa?'
Os valentes de Davi (8-39). Há alguma dificuldade em determinar os nomes dos valentes de Davi pelo presente relatório comparado com o de 1 Crônicas 11.
Podemos entender que os primeiros três eram
a) Josebe-Basebete, o taquemonita, que enfrentou 800 (em 1 Crônicas 11.11 é 300) sozinho. As palavras "este era Adino o esnita", são provavelmente uma tradução errada, e talvez deva-se ler "ele levantou a sua lança" (Goodman);
b) Eleazar, filho de Dodó; e
c) Sama, cujo
nome não está em 1 Crônicas 11 (talvez por erro de um copista). Ele defendeu um
pedaço de terra cheio de lentilhas.
Estes três praticaram outra façanha notável quando, para matar a sede de Davi,
buscaram água do poço em Belém, um ato atrevido, inspirado pelo seu amor ao
chefe. Impressiona-nos a abnegação e piedade de Davi, que recusou tomar a água
que custou tão caro, e a derramou perante o Senhor.
Com respeito a estes valentes, o dr- Scroggie nota:
1. As notabilidades referidas, na sua maioria, gen te obscura (24 a 29), eram valores diversos mencionados (8 a 12; 13 a 23; 24 a 39). Tudo isto dá-se com os discípulos de Cristo hoje, e nos deve animar.
2. As qualidades notadas. Coragem (8): lealdade (9,10); firmeza (11,12), e sacrifício (13 a 17). Que valor teria a vida se lhes faltassem estas qualidades?
3. Os inimigos encontrados. Eram numerosos, variados, gigantescos. Nossos problemas espirituais são complexos; nossas provações não são monótonas.
4. As armas empregadas. Então não era o tempo de canhões e trincheiras, Empregando lança e espada, tiveram de lutar corpo a corpo com o inimigo. Confiados em Deus, fizeram uso dos recursos à sua disposição. Porventura fazemos nós o mesmo?
5. O fim obtido. O reino ficou estabelecido pela sua ação unida e individual; pelas suas empresas particulares e públicas; pela sua completa devoção ao rei. É somente assim que o reinado de Cristo pode ser estabelecido.
6. O prêmio da fidelidade. Quando Davi chegou ao trono, não se esqueceu dos seus amigos. Nem se esquecerá Cristo dos seus.
7.
Os nomes omitidos. O galardão será para os leais e verdadeiros; não para os
egoístas.
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LIVRO De 2 samuel CAPÍTULO 24
A numeração do povo. Este último capítulo do livro é um anticlímax. Que
diferença entre 22.7 e capítulo 24!
O dr. Goodman comenta assim:
"Uma praga como esta, que destruiu 70.000 pessoas, não é coisa rara entre as
nações. (A epidemia 'espanhola" de 1918/19 matou muito mais do que isto!) A
coisa notável neste caso é que o motivo da calamidade se revela, quando isso
geralmente tem de ser adivinhado.
Originou-se em que "Tornou-se a acender a ira a dizer [a Joabe]: 'Numera a
Israel e Judá'. Isto parou o reinado de Davi, a nação tinha caído numa decadência
moral, e provocado a ira de Deus.
Ao Diabo foi permitido incitar Davi a levantar o censo de Israel e Judá (1 Cr 21.1). Ele pôde fazer isto somente pela permissão de Deus; por isso lemos aqui que o pensamento veio de Deus, e em 1 Crônicas que veio de Satanás.
Satanás, por
vezes, é o instrumento de Deus em juízo. (Veja-se Jó 1 e 2; 1 Crônicas 5.5; 1
Timóteo 1.20.) No Consultório Espiritual escrevi: "No livro Christian's
Armoury temos a seguinte explicação: 'Uma tradução preferível de 2 Samuel 24.1
seria: outra vez a ira do Senhor se acendeu contra Israel, porque alguém moveu
Davi contra eles a dizer [a Joabe]: 'Numera a Israel e Judá'. Isto parece ser a
verdadeira versão" (Consultório p. 77).
O pecado de Davi tornou-se a ocasião da
visitação (10-12). Foi um pecado de
orgulho, de desobediência, pois a Lei proibia numerar o povo sem que fosse pago
um preço de redenção para cada homem (Êx 30.1'2). Foi pecado de blasfêmia,
porque desprezou a expiação necessária; foi pecado contra a luz, porque Joabe já
tinha protestado contra ele.
Uma consciência acusadora desperta-se, em seguida, porém tarde demais. "O
coração de Davi o acusou " e ele confessou o seu pecado e pediu perdão.
Notemos que:
Foi o Senhor que mandou parar o anjo destruidor (16).
Trouxe Davi ao verdadeiro arrependimento.
Ofereceram-se holocaustos e ofertas pacíficas (25) sobre o altar erigido na eira de Araúna, o jebuseu.
Davi havia-se descuidado deste dever, quando fez o
recenseamento, e a praga era o castigo prometido pela negligência. (Veja-se
Êxodo 30.12), para que não haja entre eles praga alguma por ocasião do
alistamento O profeta Gade teve de adverti-lo a que não fizesse pouco caso do
pecado, pela segunda vez, na negligência. da expiação, mediante a qual esse
pecado podia ser desfeito (v. 18).
A eira de Araúna sobre o monte Moriá, no qual Abraão oferecera Isaque (Gn 22.2),
e conhecida depois como área do templo, chegou a ser o lugar predito em
Deuteronômio 12.11, 14. Foi ali que Salomão edificou seu templo (2 Cr 3.1) e
ainda é o lugar santo, o desejo de Israel, o único lugar onde é permissível
oferecer sacrifícios, embora esteja atualmente pisado pelos gentios, de acordo
com a palavra do Senhor em Lucas 21.24.
A resolução de Davi "Não oferecerei ao Senhor holocaustos que não me custem nada " (v. 24) merece a nossa imitação.
Analisando o recenseamento aqui e em Crônicas, diz o dr. Scofield: " A força Militar total de Israel em 1.100.000 e de Judá. O numero de homens em serviço ativo era , de Israel 800.000 e de Judá 470.000.
REFERÊNCIAS NO NOVO TESTAMENTO AO LIVRO DE 2ª SAMUEL
2 Sm 7.12, 13 At 2.30, e 13.36
7.14 Hb 1.5
12.24 Mt 1.6 (Angus)
FINAL DESTE LIVRO PARA RETORNAR CLIQUE NA SETA
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